quinta-feira, 20 de julho de 2017

DIÁRIO DE CUBA (87)


VOCÊ NÃO SAIU DE CASA ONTEM À NOITE? PERDEU, AGORA SÓ PELAS FOTOS E VÍDEOS
Uma banda uruguaia no SESC Bauru, tudo gratuito, numa área interna descoberta, um palco montado e o povo cantando e dançando uma música pouco conhecida de todos nós, interioranos paulistas e brasileiros. A real possibilidade de conhecer algo diferente, música regional de outro país, o Uruguay, aquele que produziu o presidente mais bonachão desse sisudo e hoje um tanto chato planeta, o Mujica e também a primeira terra deste mesmo planeta onde ontem começaram a revender maconha para consumidores em farmácias e assim frear a ação do tráfico.

A banda, "CUATRO PESOS DE PROPINA" existe faz tempo, mas aposto que quase ninguém daqui havia ouvido falar. Eu nunca e me encantei. Adoro a música brasileira, gosto de uma pá de músicos aqui da terrinha, minha aldeia bauruense. Toda vez que o amigo Luiz Manaia Ralinho está se apresentando com seu agrupamento caribenho, com canções dançantes latinas eu compareço, pois é lindo a malemolência do ritmo e da versatilidade propiciada aos músicos. Deliro, como ontem, quando viajei com os jovens uruguaios, num ritmo que junta tantos outros e algo só deles, uma batida, e uma empolgação, um toque de baquetas bem peculiar. Entendi pouco das letras, mas muito dos títulos das canções. Comprei CDs e os colocarei à exaustão aqui pelos lados do mafuá, pois trabalhando com esse ritmo ao fundo, minha mente se excita, ferve e acredito, produzo melhor.

Daí escrevo isso aqui, sobre sair de casa num dia frio e ir presenciar algo que, certamente não se repetirá tão cedo. Esse produtor, o paulistano Felipe França Gonzalez, montou uma firma que é a razão de sua vida, a Difusa Fronteira e traz cantantes do sul do país, todos com a pegada desse grupo, algo novo, desconhecido de todos nós. O que esse cara faz é maravilhoso, pois possibilita um intercâmbio, ele traz até nós aquilo que a gente hoje não consegue mais, que é ir conhecer lá na fonte essas coisas todas.Todos os shows que o SESC tem trazido de gente lá do sul do nosso mundo, desde Uruguai, Argentina, Chile e outros é tudo obra desse Felipe. Eu não me canso de parabenizá-lo pelo que faz e também dessa frutífera parceria com o SESC. Se não fosse ele não teria tomado conhecimento de tanta gente boa que ele já trouxe para Bauru. E o público adora, pois em todos a casa estava cheia.

Ontem, com aquele frio todo, numa área externa tinha um bom público. Quem não saiu de casa perdeu e só vai ter oportunidade de ver outra coisa de igual teor numa próxima atração propiciada pelo Felipe e com a parceria do SESC. Bauru já foi terra de passagem de latinos, quando o trem da Noroeste funcionava e a cidade fervilhava de gente latina pelas suas ruas, pois éramos o elo com a Bolívia e com a América Latina. Hoje não mais. Estamos mais isolados e, consequentemente, tristes. Ir ver essas novidades latinas é de um encantamento inenarrável, indescritível e quando posso, vou em todos. Ontem, com Ana, a companheira dando aula e não podendo dirigir, a levei à escola e fui ao show, ficando atento ao toque do celular, para correr buscá-la. Torcia para a aula se prolongar e deu para assistir ao show quase inteiro. Me antecipei, procurei pelo produtor, o Felipe e comprei alguns CDs deles antes do show começar. E durante o tempo que por lá passei, fiz quatro gravações de partes do show. Vou reproduzí-las durante o dia para quem não foi tocado para lá estar, fiquem agora se remoendo da grandiosidade perdida.

Despejo esse escrito junto das poucas fotos lá tiradas e servem como exemplo para a gente continuar aproveitando os bons momentos ainda desfrutados pelo SESC, o espaço que, confesso, deu uma substancial contribuição para a minha formação musical, pois desde muito cedo tenho visto por lá gente que não teria conhecido se não fosse através deles. Sou adepto da rua e de suas maravilhas e ontem, mesmo com frio, volto para casa reconfortado com tudo o que presenciei. O pessoal do "CUATRO PESOS DE PROPINA" é realmente ótimo, a batida deles é diferente da produzida pelos grupos brasileiros e, só por isso, merece ser ouvida, curtida, entendida... Enfim, música é mais que ótimo.

Coo poderia escrever tudo isso e não postar um mísero link para degustação generalizada dos que não conhecem a banda. Eis o link: 
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1771890032840998/?permPage=1 

HPA- Ainda em estado de deleite e êxtase, ops, desculpe, gozei nas calças...

MARCO AURÉLIO GARCIA
Ex-assessor especial da Presidência da República nos áureos tempos de Lula e Dilma.
Tinha uma adoração mais do que especial pela sisudez disfarçada dele, um sábio, desses tipo que a gente consulta pra tudo, inclusive sobre questiúnculas internacionais, sua especialidade.
É desses que deixam um vácuo sem fim dentro da gente, dessas pessoas imprescindíveis para dar o pitaco final num monte de dúvidas.
O que dizer que um senhor que sempre carregava um livro junto de si e quando existia um tempinho livre, por menor que fosse, abria sua bolsa, sacava o danado e o lia aonde estivesse.
A foto dele lendo teve essa legenda na época: "Marco Aurélio Garcia passou cerca de um hora e trinta minutos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, durante a tarde de anteontem por conta da crise aérea, segundo o jornal “O Globo”. Ele conseguiu embarcar para Brasília apenas hoje. No aeroporto, Garcia leu “Os Farsantes”, livro de 1966 do inglês Graham Greene sobre o Haiti durante a ditadura de François Duvalier. O escritor resumiu o país como uma “república de pesadelos”.".
Esse é um dos que sempre admirei demais da conta.
Baita sujeito.
Baita tristeza ao saber de sua morte.

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