QUE A "SOALHEIRA" BAIXE LOGO SOBRE NÓS, COMO NA FICÇÃO DO UBALDO
"Talvez isso não fique claro por muito tempo, mas o exame consciencioso dos fatos levaram aos acontecimentos principais deste relato mostra que sua primeira cena se desenrolou em data já pouco distante, sem que ninguém então pudesse saber o que pressagiava. Deu-se num dia morno e paralisado, em que até mesmo as copas das árvores amanheceram petrificadas, um dia de SOALHEIRA. A SOALHEIRA se declara depois de uma conjugação de eventos naturais que somente a sabedoria de uns poucos antigos conhece em sua inteireza. De repente, em meio a uma conversa sobre nenhum assunto, um deles aperta os olhos como num esforço para divisar algo longínquo, esfrega a pele dos braços e da cara, cheira o vento e comenta que, pela lua, pelo ar, pela maré, pela textura da pele e por outros múltiplos sinais, amanhã haverá SOALHEIRA. E de fato amanhã o dia nasce revestido de uma fulgência metálica meio baça, que converte em azougue estagnado o mar da contracosta da ilha e embuça numa neblina translúcida os socalcos das terras fronteiras. Logo cedo, o sol se alastra no espelho das águas, trazendo um revérbero desnatural aos rostos e fazendo com que os saveiros navegando morosamente ao largo se ocultem de tempos em tempos, por trás dos lampejos dos sulcos niquelados que abrem no mar. Em terra também tudo é lento, e chega a parecer milagroso quatro andorinhas conseguirem fender velozmente o mormaço vítreo que abafa o mundo, para se evaporarem na névoa, hamonizadas por uma esquadrilha", trecho inicial do romance O Sorriso do Lagarto, do baiano da ilha de Itaparica João Ubaldo Ribeiro (Editora Nova Fronteira, Rio RJ, 1989, 1ª edição, 386 páginas).
Diante de tudo o que tenho visto acontecer com esse meu país, gostaria muito de nesse momento, quando forças faltam para esse combalido povo reagir, que pairasse sobre nós, como um dilúvio, um benfazejo vindo sei lá donde, a tal da SOALHEIRA. Eu tinha pouca recordação do ocorrido no romance, pois li esse livro faz mais de dez anos, mas hoje fui buscá-lo na prateleira só para me recordar de fato tão alvissareiro. A SOALHEIRA pode ser explicada de várias maneiras, formas e jeitos, caindo bem a gosto do freguês, ou seja, pode ser moldada conforme o desejo interior do cidadão. Eu a queria como uma espécie de luz interior, algo em falta hoje nas pessoas, uma iluminação a fazendo recuperar o bom senso e a partir dela, o deslumbramento, o acordar e desta forma, fazer o que ainda não conseguiu colocar em prática. O brasileiro precisa mais do que nunca dessa tal de SOALHEIRA, esse estado onde sai da malemolência, da catarse coletiva, do estado vegetativo e contemplativo para o estado de ebulição, o de por pra quebrar, o esquentamento para realizar o que tem que ser feito e não consegue, pelo grau de ingerência a que foi submetido. Seria a SOALHEIRA uma espécie de chacoalhar, um tremendo rebuliço na mente paralisada dos brasileiros.
Antes que alguém me alerte, eu mesmo me antecipo e confesso, viajo na maionese. E o faço com conhecimento de causa. Todos sabemos não ser nada louvável esperar que algo sobrenatural aconteça para dar cabo numa dificuldade ou mesmo resolver as questiúnculas atuais deste país, envolto num manto de terror, terraplanismo e milicianismo. A SOALHEIRA seria o ocorrência sem precedentes, o inusitado, esse algo que o povo brasileir odeixou de fazer e agora clama para que o sobrenatural faça por ele. Foi uma mera lembrança, de remota leitura. Eu quero mesmo que o povo brasileiro acorde promova ele a tal da SOALHEIRA, pois de esperar está mais do que cansado. O livro do Ubaldo é uma ficção gostosa, dessas de prazer inenarráveis, porém, me remete a algo onde ainda tenho esperança nasça, cresça, se desenvolva e depois frutifique o bicho da inquietação, da revolta, da enfrentamento e, consequentemente, o de virar essa mesa e por pra correr os que nos deixaram nesse estado do conformismo. Que venha logo, urgente, correndo, batendo asas a SOALHEIRA, desça sobre nós e nos coloque nas ruas e lutas, algo pelo qual não pdoemos mais esperar, pois dia 15, o próprio presidente instiga os seus a acabar de vez com nossos sonhos.
NO MOMENTO DE ACOVARDAMENTO COLETIVO ME DECLARO REBELADO É o mínimo quer posso fazer diante dos fatos, da imbecilidade sendo tomada como norma deste desGoverno encastelado em Brasília e com valeados, declarados, insólitos, desmedidos apoios demonstrados pelos quatro cantos do país. Eu não tenho nada a omitir, pois desde o princípio tinha a mais absoluta certeza de serem os chegando com o conluio golpista de 2016, os piores desta nação. A derrocada, se ainda não é total, segue seu rumo para tornar esse país, não só dócil, mas terra de insanos e insanidades. Resisto ao meu modo e jeito, assim agindo enquanto tiver forças e puder me amnifestar. É o mínimo que posso fazer. Adoraria estar nas ruas não só pelos motivos carnavalescos, mas esse mais importante que tudo, o restabelecimento de algo palatável neste país, onde perdemos o mínimo de decência, compostura e já adentramos o perigoso caminho do pântano.
No desfile do Sambódromo tenho a certeza de estarmos num caminho quase sem volta quando vejo o jornalista da TV Tem, circulando ao lado do alambrado com a Cãmara ligada e muitos descendo das arquibancadas para serem filmados, numa cena de dar dó. Esse querer aparecer na TV, mostrar a face na telinha da TV que mais ajudou na desconstrução deste país é de doer a alma. As pessoas se prestarem a esse serviço, algo de vassalagem, subserviência ou desconhecimento total de quem é seu algoz, dá aquela dor sem cura dentro do peito. Aquilo me estragou o carnaval. Fiquei com aquela cena na cabeça pro resto da noite. As perguntas mais banais sendo ali feitas e as respostas mais pueris. Como querer mudar o país, fazer ele voltar para a normalidade quando o que vale mesmo é botar a carinha sorridente na TV que nos apunhala? A pergunta que não quer calar é como faremos para incutir na cabeça das pessoas comuns o grande mal em cursdo contra elas?
Sei que no Carnaval derrete-se o esquecimento das desigualdades (uma besteira sem fim), mas isso serve e muito para demonstrar a parvoíce brasileira, essa incapacidade de reação dos que mais sofrem. A maioria está ali, assim como eu estava, numa espécie de válvula de escape, mas a maioria o faz sem consciência de classe. Abraça o algoz que é uma beleza. Nesse acovardamento coletivo quem cumpre papel fundamental é a mídia, dócil e interesseira, essa continuando dando notícias com a maior naturalidade. o presidente prega um golpe nas instituições totdas, quer fechar tudo e comandar o país sem rédeas, submetendo tudo ao seu bel prazer e poucos se levantam, gritam e esperneiam. Ele, o presidente, nos testa em cada novo pronunciamento e por enquanto, tudo é aceito, tudo é permitido, todos se vergam. Eu não, pois sei, amanh~ça será tarde para reclamar.Os histriões do Planalto e esse pérfidso cordão dos bajuladores estão prontos para aceitar tudo, dizer amém a qualquer coisa, mesmo quando são apunhalados.
É lindo ver o Carnaval contestando, protestando, se mostrando contra as agruras e os perversos, mas ativismo mesmo não se aprende nessa festa e nem no futebol, mas sim na escola, no sindicato, nas associações de bairros, na luta por igualdade e direitos. E isso está em falta. Perdemos terreno e não maias estamos junto do povo, papel hoje ocupado pelas igrejas, as mais nefastas possíveis, com interesses inconfessáveis. A opressão é tão devastadora que atinge a mente do indivíduo, ele sem saber para que lado ir, acaba louvando o seu opressor, como sendo o seu salvador. Eu hoje quando me posto na defesa dos interesses desse povo, sou tratado por muitos deles como rancoroso. Sim, quem defende os interesses do país são vistos como os perversos. Uma inversão de valores e conceiutos só possível quando as cabeças estão desajustadas, parafusos soltos, perdição em curso. Não me perguntem como agir, o que fazer, como fazer, pois não saberei responder. Estou tão perdido quanto a maioria, mas o que me salva é saber me manter do lado dos que defendem esse país e o que tínhamos até pouco tempo, soberania hoje perdida. Sou um rebelado e assim permanecerei, pois não existe como se aliar a essa barafunda hoje em curso. Quero me juntar a outros tantos iguais a mim e, encontrando o cordão deles passando pro aqui, me junto, me alio, me torno sócio, devoto, seguidor, tudo para tentar coletivamente virar logo essa mesa. Do jeito que está não está mais dando para continuar.
Sei que no Carnaval derrete-se o esquecimento das desigualdades (uma besteira sem fim), mas isso serve e muito para demonstrar a parvoíce brasileira, essa incapacidade de reação dos que mais sofrem. A maioria está ali, assim como eu estava, numa espécie de válvula de escape, mas a maioria o faz sem consciência de classe. Abraça o algoz que é uma beleza. Nesse acovardamento coletivo quem cumpre papel fundamental é a mídia, dócil e interesseira, essa continuando dando notícias com a maior naturalidade. o presidente prega um golpe nas instituições totdas, quer fechar tudo e comandar o país sem rédeas, submetendo tudo ao seu bel prazer e poucos se levantam, gritam e esperneiam. Ele, o presidente, nos testa em cada novo pronunciamento e por enquanto, tudo é aceito, tudo é permitido, todos se vergam. Eu não, pois sei, amanh~ça será tarde para reclamar.Os histriões do Planalto e esse pérfidso cordão dos bajuladores estão prontos para aceitar tudo, dizer amém a qualquer coisa, mesmo quando são apunhalados.
É lindo ver o Carnaval contestando, protestando, se mostrando contra as agruras e os perversos, mas ativismo mesmo não se aprende nessa festa e nem no futebol, mas sim na escola, no sindicato, nas associações de bairros, na luta por igualdade e direitos. E isso está em falta. Perdemos terreno e não maias estamos junto do povo, papel hoje ocupado pelas igrejas, as mais nefastas possíveis, com interesses inconfessáveis. A opressão é tão devastadora que atinge a mente do indivíduo, ele sem saber para que lado ir, acaba louvando o seu opressor, como sendo o seu salvador. Eu hoje quando me posto na defesa dos interesses desse povo, sou tratado por muitos deles como rancoroso. Sim, quem defende os interesses do país são vistos como os perversos. Uma inversão de valores e conceiutos só possível quando as cabeças estão desajustadas, parafusos soltos, perdição em curso. Não me perguntem como agir, o que fazer, como fazer, pois não saberei responder. Estou tão perdido quanto a maioria, mas o que me salva é saber me manter do lado dos que defendem esse país e o que tínhamos até pouco tempo, soberania hoje perdida. Sou um rebelado e assim permanecerei, pois não existe como se aliar a essa barafunda hoje em curso. Quero me juntar a outros tantos iguais a mim e, encontrando o cordão deles passando pro aqui, me junto, me alio, me torno sócio, devoto, seguidor, tudo para tentar coletivamente virar logo essa mesa. Do jeito que está não está mais dando para continuar.
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