sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (83)

DESARRANJOS INTESTINAIS DE SEXTA
1.) DEVOLVER GRANA POR ERRO NO PROJETO

Eis o tema movendo esta insólita cidade nos dias que correm. A construção da Estação de Tratamento de Esgoto, algo a revolucionar o encaminhamento de nossas fezes na cidade é algo explosivo e inconcluso. Tem começo, meio, mas seu fim é improvável, sem nenhuma previsão de como e quando poderá ocorrer. Foram tantas intercorrências, uma mais dantesca que outra, resultando na perdição atual, onde quem nela está inserido, nítida percepção de todos estarem perdidos. A obra segue em frente, mas sem rumo definido. Se parar e isso ficar evidente, comprovado, a cidade pode perder a grana já em caixa depositada pelo Governo Federal (desde os tempos de Lula e Dilma). Perder é algo catastrófico, mas o pior pode ocorrer: a devolução de tudo o que já foi utilizado. Comentários sobrevoam a cidade de, comprovado a incapacidade, obra parada, a grana pode ser recolhida. Como isso veio a acontecer? Detalhes de como esse contrato foi viabilizado é algo ainda desconhecido na cidade. A empresa contratada não abre o jogo e diz tudo estar sendo refeito, pois se definir o plano a ser seguido e não conseguir sua execução, a pinimba recairá sobre eles, daí tudo segue com a cara deslavada da incompetência, um empurrar com a barriga que, mais dia menos dia, vai dar merda (ops, mas não é esso o objeto da ETE?). Se já estamos endividados e com a cueca no prego, tudo praticamente penhorado, em breve poderemos ficar inteiramente nus e com as mãos nos bolsos, cagando pelas ruas. Nem tudo ainda está devidamente perdido, mas o que fazer para não piorar a situação? Como a situação pode desembocar em algo tão desesperador e, assim sendo, nossas fezes continuarão sendo tratadas inadequadamente ad eternum? Com a palavra os entendidos em obras, principalmente públicas.

2.) ABSTINÊNCIAS PRÉ-CARNAVALESCAS
Aqui é Brasil, era bolsonariana, onde o improvável se institucionalizou. A ministra careta, essa utilizada para desviar o povão de coisas mais sérias, veio a público pregar uma total abstinência sexual para o pré-Carnaval, algo diabólico e infernal, segundo sua percepção. Vivemos um tempo de total abstinência de decisões racionais, pois tudo desde o conluio propiciando o golpe de 2016 é surreal, insólito e diria, criminoso, verdadeiro atentado ao pudor. Abstinência nesse momento é essa pouca vergonha institucionalizada e a nos governar, puritanismo de araque, conversa pra boi dormir, pois todos neste desGoverno são mais do que desavergonhados, verdadeiros santos do pau oco. O povo já vive em total abstinência, primeiro de informações confiáveis, pois sofre uma invasão de temas banais e acha isso o máximo, nem percebe estar sendo iludido, ludibriado. Triste ver a abstinência de seriedade dos que nos governam e nós do lado de cá, aceitando tudo pacificamente, sem reação. A abstinência pela qual o país está submetido está criando legião de conformados, dos que aceita tudo. Ouvi ontem de um amigo músico: "No momento, encurralam e matam índios na Amazônia e nós aqui, não reagimos mais, aceitamos calados". Isso sim é abstinência, no caso de reação. Já no Carnaval, eu nunca prevariquei, só me diverto, mas até isso está em vias de ser impedido, pois povo unido, mesmo que seja em torno de confetes e serpentinas é algo perigoso, pois a combustão pode ocorrer. O povo brasileiro só vai reconquistar seu país de volta quando deixar de se abster do emburrecimento em curso. Prefiro andar ao lado de quem não se abstém de nada...
3.) ACORDOS NÃO CUMPRIDOS, BASTIDORES DA TERRA "SEM LIMITES"
Nos salões dos ditos poderosos de plantão e mesmo dos que dele se beneficiam temporariamente, mesmo não fazendo parte dos tais "donos do poder", em algum momento ali se encontram e no frigir dos ovos selam acordos. Nada mais é do que o grupo vitorioso em eleições estabelecer algo de comum acordo, quando nomes são fechados e assim todos seguirão juntos, desde que cumprido o ali definido. Isto nem sempre acontece. Eleição neste país é um acordo entre muitos diferentes, díspares e assim ocorre para se chegar ao poder. Estar eleito é uma coisa, seguir unido é bem outro. No caso bauruense, lembro aqui acordo feito numa eleição passada, quando estava selado entre as partes que o presidente da COAHB não seria mais Gasparini Jr e sim Majô Jandreice. As partes se entenderam, mas no dia da posse, o nome do até então presidente é mantido, quebrando o ocordo. Algo ocorreu? Algo foi rompido e ele segue como presidente. Isso é só a ponta de um iceberg. Os bastidores de Bauru possuem histórias inimagináveis para leigos e pobres mortais. Bocadinho quanto vem à tona, um algo mais das até então desconhecidas entranhas destas plagas.
4.) "AVISA LÁ QUE EU VOU CHEGAR MAIS TARDE"
Ontem estava num bar da cidade, ouvindo música da melhor qualidade e sem entender domo pode um baita cantor, possuidor de um repertório dos mais libertadores, ser um cara conservador e defensor do desGoverno onde estamos metidos. Como pode cantar algo assim e praticar o contrário? Eis NOSSA GENTE, do Roque Carvalho, nas vozes de CAETANO VELOSO e GILBERTO GIL, no CD "Tropicália 2" (Polygram/1993). É totalmente incompatível alguém cantar isso e praticar o avesso, enfim, só mesmo mentecaptos cantam Caetano e Gil e defendem o fascismo. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=jwuZgikIgro
"Avisa lá que eu vou chegar mais tarde, o yê/ Vou me juntar ao Olodum que é da alegria/ É denominado de vulcão/ O estampido ecoou nos quatro cantos do mundo/ Em menos de um minuto, em segundos/ Nossa gente é quem bem diz é quem mais dança/ Os gringos se afinavam na folia/ Os deuses igualando todo o encanto toda a transa/ Os rataplans dos tambores gratificam/ Quem fica não pensa em voltar/ Afeição a primeira vista/ O beijo-batom que não vai mais soltar/ A expressão do rosto identifica./ Avisa lá, avisa lá, avisa lá ô ô/ Avisa lá que eu vou/ Avisa lá, avisa lá, avisa lá ô ô/ Avisa lá que eu vou./ Avisa lá que eu vou chegar mais tarde, o yê/ Vou me juntar ao Olodum que é da alegria/ É denominado de vulcão/ O estampido ecoou nos quatro cantos do mundo/ Em menos de um minuto, em segundos/ Nossa gente é quem bem diz é quem mais dança/ Os gringos se afinavam na folia/ Os deuses igualando todo o encanto toda a transa/ Os rataplans dos tambores gratificam./ Quem fica não pensa em voltar/ Afeição a primeira vista/ O beijo-batom que não vai mais soltar/ A expressão do rosto identifica./ Avisa lá, avisa lá, avisa lá ô ô/ Avisa lá que eu vou/ Avisa lá, avisa lá, avisa lá ô ô/ Avisa lá que eu vou".

5.) DECRETO DE ÚLTIMA HORA CRIANDO OBRIGAÇÕES PARA BLOCOS DE CARNAVAL DE RUA
Rick Ferreira é o secretário de Cultura de Bauru.
 
"O alvo do decreto é o bloco, " Bauru sem tomate é mixto", um bloco irreverente cujas marchinhas desagradam os poderosos de plantão", fotógrafo PEDRO ROMUALDO. Eis o link de matéria do Jornal da Cidade, edição de hoje: https://www.jcnet.com.br/noticias/politica/2020/02/713436-carnaval--blocos-de-rua-terao-regras.html?fbclid=IwAR23aD4kMjQrnqy8zSLBXFpbMx_bvWufRtHxKpLNxDS6buC6sDtbnJTJRCY.

Minha resposta: "Não creio, Pedro Romualdo. Creio que o alvo seja o Bloquinho dos estudantes, o maior da cidade e esses imensamente maiores que o Tomate. Já falei pessoalmente para o vereador Marcos Souza e o farei também ao secretário Rick, que isso pode ser interessante agora, algo para organizar, mas depois, com a chegada de algum governo autoritário usarão contra os blocos populares e críticos, como o que faço parte. Muito cuidado nessa hora". Creio ter sido simplista demais na resposta. A coisa não parou por aí e a repercussão foi se consolidando de outra forma e jeito durante o transcorrer do dia.

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