quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

BEIRA DE ESTRADA (175)

EU E O FUTEBOL – ÚLTIMA RODADA DO BRASILEIRÃO

O mundo aí fora – e aqui mesmo no quintal bauruense – pegando fogo e eu interessado em coisas do futebol. Parece incoerência com o que penso e como toco minha vida, mas ninguém é totalmente de ferro e, pelo menos em alguns momentos do dia, para quem construiu ao longo do tempo um amor pelo futebol, isso de ver gente correndo atrás de um bola e a enfiando numa rede entre quatro paus, parece mesmo impossível.

Eu tento ver e me envolver cada vez menos, mas amor antigo, desses inesquecíveis, não tem como e assim, toco meu barco. Hoje, quinta, o futebol rola solto aqui na televisão, eu com um olho na telinha, outro no que escrevo, batucando algo aqui no computador e outro no chamamento de Ana Bia, que me quer fazendo algo na cozinha. A convenço do especial do dia de hoje, a última rodada do Brasileirão de futebol e da importância de aqui continuar. Enfim, o argumento é forte, futebol mesmo só ano que vem e hoje os estertores deste ano – mesmo sabendo que ainda resta uma participação do Fluminense na decisão do Mundial Interclubes lá pelos lados árabes do mundo.

Meu grande amor mesmo é o glorioso e centenário Esporte Clube Noroeste. Não me convidem para ir assistir ao futebol amador, pois nego fogo, regateio e fujo da raia. Já gostei, fui torcedor do saudoso ARCA – Associação Recreativa e Cultural Antarctica -, cujo campo era onde é hoje o Assaí, ali na Nações Unidas. Perdei o gosto e aqui na aldeia bauruense, mantenho o pelo Norusca, a “maquininha vermelha”. Este ano fez brilhante campanha na AII, no seu retorno após longo período na AIII e quase voltou. Só perco de ir ao estádio, o Alfredão em caso de causa maior. Do contrário, compareço, tiro fotos, converso pra dedéu e escrevo, arrebatamentos de quem gosta de ir ver as cores vermelhas em campo. Amor muito antigo, dos tempos quando o estádio tinha os eucaliptos – ainda muito mal explicados sua retirada.

Do Noroeste, ou para o outro time do coração, o Corinthians. Sofreu muito este ano e até por causa disto, sofri junto e o acompanhei, aqui a distância, crendo que, algo de bom iria acontecer. E aconteceu, ele reagiu e se segurou na 1ª Divisão. Já tivemos times melhores -–muito melhores -, mas também alguns até piores. Nos seguramos como pudemos e estamos, como tantos outros, mantidos na divisão de luxo do futebol brasileiro. Passamos perto da degola. Torço muito mais hoje para os times lá na zona do rebaixamento do que, para os que lutam pelo título. Agora mesmo, não imaginam o quanto torci para o Vasco da Gama não cair e ele quase o fez, conseguindo se classificar com um gol salvador quase no final do jogo.  Vez em sua história O jogo do Vasco ontem foi para cardíacos, assim como sofro e me penalizo pelo sofrimento dos santistas, que pela 1ª primeira vez em sua história, caíram, causando comoção neste, que ainda é o segundo time de todo bom torcedor paulista. Sempre gostei muito do Santos.

Confesso ter torcido muito para o Botafogo, a Estrela Solitária. Foi algo inconcebível sua queda no 2º Turno, concluindo o campeonato com 11 partidas sem vencer. O que aconteceu a ele no 1º Turno, quando alcançou 14 pontos de dianteira sobre o 2º lugar ainda deve ser explicado por um tratado, amplo estudo do que venha a ser essas entranhas do futebol. A queda de rendimento foi incomensurável. Por lá, creio eu, não faltou grana, não tinha ninguém com salário atrasado, mas o encaixe do time não foi mais o mesmo após a saída do técnico português. Olhando para o time, nunca pode ser considerado um timão, mas jogava um futebol diferente de todos os demais e isso se perdeu assim como uma rajada de vento que vem e depois passa. Seria bom até para a oxigenação do futebol, o Fogão ter vencido, mas vê-lo na decrepitude dos últimos jogos, foi entristecedor. Como pode um time ganhando um jogo de 3 x 0 no 1º Tempo, jogando tudo, não jogar nada no 2º Tempo e permitir a virada para 4 x 3? Já vi isso aqui no Noroeste, num inesquecível jogo contra o Botafogo, quando fez 5 gols, um atrás do outro e virou um perdido jogo. Isso é algo meio que folclórico, acontecendo somente em raros casos. Aconteceu com o Noroeste numa vitória e com o Fogão, tomando viradas e gols no final dos jogos. Sim, aquele 4 x 3 poderia ter mudado os rumos do campeonato, mas hoje adentra algo imortalizado pela letra de Francis Hime, numa samba de imortal valor: “E se o Botafogo for campeão...”. Não foi.

Não nutro amores pelo Palmeiras, até porque ele vive um momento vencedor e hoje prefiro torcer pelos perdedores. Dentre os lá de cima, torci pelo Grêmio, muito pelo que vi deste uruguaio, o Suarez, para mim, o craque do campeonato, muito mais expressivo do que o menino do Palmeiras. Gosto de ver ele jogando, assim como o Paulinho, do Atlético MG, merecido artilheiro. Sofri muito com o América e o Coritiba, menos com o Goiás. Acompanhei também com a devida atenção a 2ª Divisão, em alguns momentos tão ou até mais interessante que a 1º. Dos quatro que subiram, só achei faltar espaço para o Sport. Falta um time pernambucano na elite do futebol. Gostei de não ter subido nenhum paulista, pois entendo já ter muito paulista tanto na 1ª como na 2ª divisão do futebol brasileiro. Da 3ª para a 2ª, subiram quatro interessantes, o que vai dar um campeonato interessante ano que vem.

Pois bem, é isso. Agora, finco o campeonato, ainda verei hoje algo sobre os feitos do Vasco para ter escapado da degola e os lamentos do Santos, por ter caído. Eles darão seu jeito, assim como eu tenho que dar os meus para continuar remando pela aí. Que o futebol seja isso mesmo, não passe de algo do meu campo de observação e coração. Agora mesmo, algo me intriga, como os bastidores da bola, estão fazer de tudo para fazer vingar no maior time argentino, o Boca Juniors, que gosto muito, sacando o íntegro Riquelme da presidência, para colocar apaniguados de Macri e Milei, se possível, até tornando o time mais uma SA. Torço pelo Riquelme e para que junto dos “hinchas” resista e vergue os poderosos. É isso que faço regularmente, torço para os poderosos serem vergados, dobrados e vencidos. Pelo bem do futebol e da vida em si. Meu lado futebolístico está aqui exposto, com algo do pulso e fluo quando diante de uma partida de futebol.

EU ADORO GENTE QUE COLA PAPÉIS COM MENSAGENS NAS PAREDES

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