domingo, 21 de abril de 2024

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (227)


BAURU, CIDADE SITIADA
Abro o Jornal da Cidade, edição deste final de semana e a manchete principal é mais que um assombro, algo irreconciliável na política, uma intolerante queda de braço entre os poderes, como se isso fosse possível, assim descaradamente, desavergonhadamente, sem nenhum pudor. Em política já se viu tudo e nada é novidade, sabemos disso. Nem o mais escabroso procedimento é novidade, mas quando diante de alguns destes, impossível não ver a decrepitude diante dos olhos. Bauru vivencia algo assim.

Na manchete do JC: "Governo vai ao Tribunal de Justiça contra aval à Câmara para derrubar urgência - Adin é reação à norma que autoriza plenário a retirar regime de urgência em projetos". A Câmara de Vereadores se vê hoje numa situação única em toda sua história. A pauta de votação de projetos foi trancada e nada mais é possível de ser votado, enquanto não ocorrer a votação do projeto enviado pela alcaide sobre a questão da privatização da água e esgoto. Questão de 3 bilhões e meio de reais. Uma fortuna. O tempo passa, o tempo voa e os vereadores encontraram uma saída para que outras votações ocorram, autorizando o plenário a derrubar esse regime de urgência.

Tudo seria decidido amanhã, segunda, 22/04, na sessão da Câmara. Porém, antes disso, a alcaide ajuiza pedido junto ao TJ sobre a inconstitucionalidade do ato. Ou seja, ela pessoalmente não quer que a cidade volte ao normal e vote um mínimo que seja. Ela impõe, desta forma, que a primeira votação deva ser aquela determinada por ela. Pelos votos dentro da Câmara Municipal nada será decidido e ela, a alcaide, continuará arrogante e prepotente, vencendo uma torpe queda de braços. Depois de tanta água já tendo passado por debaixo dessa ponte, a única saída, já que nenhuma negociação será possível, é o MP - Ministério Público fazer algo e restabelecer a normalidade em Bauru, hoje uma cidade sitiada.

Isso me lembra o título de romance de Clarice Lispector, "A Cidade Sitiada". Por aqui, o romance é escrito numa forma muito mais intensa do que numa ficção. Em Bauru tudo é muito real, insano, doentio e perverso. Perdição mais que total, diria mesmo, absoluta.

SOBRE SER GAROTO PROPAGANDA DA PREFEITA E SER TAMBÉM VEREADOR - MAS ISSO NÃO É ALGO INCOMPATÍVEL?
"Vejas fotos circulando por Bauru afora pelo garoto propaganda Prefeita colorida. Um presidente do poder legislativo fazendo propaganda para o poder executivo; vejam o comprometimento deste com a família que hoje "manda" em Bauru,. É inacreditável! mas é verdade! onde está a liderança e os bauruenses que sempre influenciaram na política administrativa de BAURU; será que os filhos e netos dos bauruenses estão hoje em dia apoiando Forasteiros!", João David Felício, ex-presidente do DAE.

Leio o que me posta João Joao David Felicio Felicio e concordo que o atual presidente da Câmara de Vereadores, deixou de lado a primeira função de um vereador, a de fiscalizar a administração municipal, tornando-se um mero "garoto propaganda" da atual alcaide. Isso, em todos os sentidos é péssimo demais da conta. Volto a concordar com a frase seguinte, quando afirma: "Um presidente do poder legislativo fazendo propaganda para o poder executivo". Acho horrível o que está em curso hoje na cidade e quando me deparo com quase a metade da Câmara, ao invés de fiscalizar, todos a seguindo, como fiéis escudeiros. Isso, por si só, é algo totalmente sem precedentes e muito perigoso.

Em primeiro lugar, coloca em risco a credibilidade do serviço para o qual foram eleitos. Um desvirtuamento total e absoluto. Muito triste ler algo assim e ter que concordar com quase tudo. Só me posiciono contra quando diz algo contra os "forasteiros". Conheço muitos que vieram de fora e deram o melhor aqui, exemplares e eficientes. No mais, só vejo uma solução para tudo isso: um concerto pelo voto. Tem momentos onde é impossível continuar tapando o sol com a peneira.

BAURU PASSANDO VERGONHA NACIONAL
E quando comparado com Piracicaba não se têm onde enfiar a cara...
Matéria da Globonews merecendo ser assistida e entendida:

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