QUANDO VAMOS DEIXAR DE SER CAGÕES?
"Só quem tenta o absurdo é capaz de alcançar o impossível", Miguel de Unamuno.
Ganho um livro neste final de semana do amigo Aurélio Alonso, jornalista aposentado do JC, mas nunca fora de atividade. Uma cabeça das mais lúcidas desta cidade, entendendo toda a grande sacananagem em curso. Estive em sua casa neste final de semana, quando me presentou com alguns livros. Este, "O Cêrco ao Alcazar de Toledo" (Edit. Nova Fronteira RJ, 1965, 288 págs), fascinante relato do mais dramático episódio da Geurra Civil Espanhola é elucidativo para endender das escolhas feitas na vida e como nos engajamos, de fato ou apenas fingindo estar na luta. A Guerra Civil Espanhola trucidou um povo, seus anseios libertários e o calou, tudo na base de muita violência, opressão e sangue.
Relato uma breve passagem do livro para, quando compatrado com o momento atual, peço para façam a comparação, da coragem de uns em seguir lutando e outros, se calando, se convertendo ou mesmo, fingindo nada estar em curso. "Cabello um homem obeso de enormes e grossas lentes, sorriu amavelmente para o jovem Luís Moscardó. Tinha encontrado a chave para abrir o Alcazar. Eram três horas. Apanhou a chave e chamou a Academia. Após identificar-se, disse ao coronerl Moscardó, comandante do Alcazar:
- O senhor é reponsável por todos os crimes e tudo o que está acontecendo em Toledo. Dou-lhe dez minutos para se render. Do contrário, fuzilarei seu filho Luís, que está aqui ao meu lado.- Acredito - disse Moscardó.
- Para que saiba que digo a verdade - continuou Cabello - ele vai falar!
- Papai! - gritou Luís ao telefone.
- O que é, meu filho?
- Nada. Eles dizem que me matarão se o Alcazar não se render. Mas não se preocupe comigo.
- Se for verdade - replicou Moscardó - encomende sua alma a Deus, grite "Viva a Espanha!" e morra como uma herói. Adeus, meu filho. Um beijo.
- Adeus, meu pai. Um beijo grande para o senhor também.
Quando Cabello voltou ao telefone, disse Moscardó:
- Pode esquecer o prazo que me deu. O Alcazar nunca se renderá!
E desligou o telefone".
Isso existe hoje? Não sei ao certo, talvez sim, talvez não mais no Brasil - em alguns outros lugares enxergo algo do mesmo teor - , porém, existiu de fato e representa o que seja de fato um envolvimento com uma transformação, da luta empreendida para não ser escravizado e submetido a ditames perversos, nas maõs dos piores e seus sórdidos interesses. Moscardó era um homem comum, amante de futebol, acostumado à paz e aos cavalos, sua paixão. Quando estourou a Guerra Civil estava preparado para acompanhar seu país às Olímpiadas de Berlim. Foi designado para resistir em Toledo, na Academia de Alcazar e por dez semanas o fez. Armados apenas com rifles e metralhadoras, combateram aviões, tanques, morteiros, minas e petardos. Se mostrou um bravo, valente guerreiro como até então não tinha tido a oportunidade de mostrar.
Este homem foi o responsável por um "milagre militar" e o que o moveu foi o sonho de não ver seu país nas mãos de Franco, o perverso ditador destruindo tudo à sua frente. Valia a pena a guerra, pois não queria ver seu país submetido ao Grande Mal. O homem ao seu lado, antes conversando no mesmo bar, agora era um feroz inimigo, pronto para eliminá-lo da forma mais cruel. Não dava mais para confiar na vizinhança, pois muitos ainda se ocultavam, fingindo ser o que não eram mais. No livro, o retrato de uma Espanha daqueles dias, ressaltando a violência, heroísmo e sangue. Emocionante ler e entender o papel do coronel Moscardó, o comandante da resistência em Alcazar, recriação memorável da coragem e fortaleza de um homem. Muitos outros, milhares deles lutaram como ele, dando a própria vida pela Espanha liberta. Perderam e foram massacrados, sem dó e piedade, mas não se entregaram.
Ler o livro neste momento, quando percebo algo insano sendo construído aqui ao lado, nas esquinas, bares, feiras e mesmo, nos campos de futebol do Brasil pós-Bolsonaro. Em quantos ainda podemos cegamente confiar? Quanto conversávamos no passado e hoje, não confiamos mais? Talvez o que ocorre hoje seja prenúncio de algo futuro, talvez uma nova Guerra Civil, como a Espanhola ou como a retratada no filme "Guerra Civil", do norte-americano Alex Garland, quando estão colocados em xeque a democracia e a paz da nação mais poderosa do mundo, talvez já imaginando algo bem possível num curto espaço de tempo.
A trama de Guerra Civil poderia estar em curso, neste exato momento, em vários países, ditos como democráticos, nos dias de hoje. Nele, a improvável, mas não impossível aliança entre Califórnia e Texas, estados opostos na vida real, um democrata e outro republicano. O filme pode ser um tanto besta, mas deixa um alerta no ar e assim como no livro de Cecil D. Eby, mostram algo do que os grupos hoje no poder querem epodem conduzir os sob seus domínios. E como resistir? Como não desistir de lutar e entregar as armas? E mais que tudo, vale ainda pena continuar lutando?
Eu, aos 63 anos, quero continuar esgrimando com as armas que possuo. Escrevo, me mobilizo, me agrupo com outros pensando na mesma linha de pensamento que a minha e até alguns de diferentes, mas só dos que ainda não se renderam aos que lhe cravam a estaca nas costas. Eu ainda consigo distinguir quem representa o Mal e quem o Bem. Não é fácil seguir lutando, num momento onde as necessidades gritantes, diárias para sobrevivência, se mostram fraticidas e mais urgentes. Porém, existe uma chance e nela me agarro. Não sei se tenho a mesma força do Coronel Moscardó, mas sigo adiante, sem esmorecer, cedo aqui e ali, mas sem fugir do ideal maior, pois sei que um outro mundo é possível. Agora mesmo, não entrego os pontos e nunca aceitarei essa privatização perversa proposta pela alcaide bauruense, detrás de um negócio de 3,5 bilhões. Eu grito, esperneio, escrevo, estou nas ruas, coloco a cara à tapa, tendo esclarecer quem ainda se mostra em dúvida e quer receber informações confiáveis do que de fato ocorre. Moscardó não desistiu e eu, se o fizer, vou fazer o que do tempo que me resta de vida? Zirando, falecido dias atrás, disse numa de suas imortais frases, sobre a resistência dos que lutaram contra os golpistas de 64: "Até hoje, conheço pessoas que se arrependeram por passar esse período sem tentar o enfrentamento". Outra dele: "Morríamos de medo, mas fazíamos de tudo". Eu não posso desistir. Os interesses representados pela alcaide bauruense não podem ser vitoriosos. Ah, se tantos já não tivessem desistido, com certeza, não perderíamos essa "guerra" de jeito nenhum. Bauru não é Alcazar, mas que a resistência de lá nos inspire a não desistir, atraindo mais e mais pessoas para essa verdadeira "guerra" em curso.
PUBLIQUEI DOIS TEXTOS ONTEM, CIDADE SITIADA e SOBRE SER GAROTO PROPAGANDA: UM COMENTÁRIO MERECE SER AQUI PUBLICADO
Os Vereadores, em sessão plenária no 15, do mês em pauta, votaram para que o regime de urgência do projeto da concessão do esgoto, fosse revogado, e o foi, mas a nossa alcaide, entrou na justiça para mantê-lo, e seu pedido foi concedido, essa decisão prejudica o andamento de muitos processos relevantes e de interesse do município, do funcionalismo, etc., impedindo a votação de outros processos, enquanto o da concessão do esgoto, não for votado, existem suspeita de interesses da prefeita e do grupo dos nove veradores para que esse projeto passe, isso só faz aumentar as nossas suspeitas de algo está errado nessa insistência, que caso passe na votação da câmara, irá endividar Bauru , em três bilhões e quinhentos milhões de reais, e conforme avaliações de engenheiros, com os aproximadamente R$300.000.000,00 de reais em caixa, para a construção da ETE, daria tranquilamente para acabá-la, e ainda sobraria dinheiro, e quem irá pagar essa astronômica dívida, por 30 anos, renováveis por mais 30 anos, será nós o povão, que somos sempre os prejudicados, essa dívida não será por nós pagas, os idosos, mas sim nossos filhos, filhas que o farão, a prefeita e os vereadores favoráveis a concessão do esgoto, serão os culpados pelo endividamentos das pessoas de baixa renda, pois as tarifas irão aumentar consideravelmente, pagamentos da tarifa e consequentementede água e esgoto deixarão de serem pagas, e haverá cortes no fornecimento, os moradores dos bairros periféricos de Bauru, é que serão prejudicados e com os mais abastados nada acontecerá, é por isso que tem o ditado, pobre é que nem cachimbo, só leva fumo. JAIR FONTÃO ODRIAA SINCERONA FOI COMER PASTEL NA FEIRA LIVRE, CUMPRIR A PALAVRA, PROMESSA DE UMA REUNIÃO ONDE ELA EXPLICARIA AOS FEIRANTES SOBRE O MERCADÃO, LEMBRA MOÇA...ESQUECEU...O QUE VOCE FEZ PARA OS FEIRANTES...EXPLICA PORQUE SEU GOVERNO NÃO FEZ O PROJETO DE PADRONIZAÇÃO DA FEIRA COM O RECURSO QUE CONSEGUI COM O RODRIGO, PODERIA SER ATÉ UM MILHAO E MEIO E VOCÊS PERDERAM, AINDA TEM CARA DE PAU DE COMER PASTELZINHO COMO SE FOSSE AMIGUINHA DOS FEIRANTES, MANDOU DERRUBAR OS BANHEIROS DO VITÓRIA RÉGIA, NÃO QUERIA QUE OS FEIRANTES VOLTASSEM LÁ DEPOIS DA REFORMA, ESQUECEU...EU NÃO ESQUECI E VOU LEMBRAR TODOS FEIRANTES SOBRE ESSAS "TRAIRAGENS", BEM TÍPICA DE SUAS CONDUTAS. RAFAEL SANTANA DE LIMA.
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