quarta-feira, 17 de abril de 2024

BEIRA DE ESTRADA (179)


ISSO TUDO ME LEMBRA QUANDO TUTU QUADROS LEVOU SEU MORIBUNDO PAI, JÂNIO QUADROS PRA SUIÇA, SÓ PRA FAZER TURISMO NUMA AGÊNCIA BANCÁRIA
"Essa história da mulher que levou um cadáver pro banco pra sacar R$ 17 mil me lembrou do clássico do Jorge Amado: "A morte e a morte de Quincas Berro D'água".
No livro, os amigos levam seu amigo morto para uma noite de despedida do mundo como ele gostava: na esbórnia.

Na foto, temos o inigualável Paulo José interpretando o Quincas, na versão de 2010 dirigida por Sérgio Machado", Ana Saugo.
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AINDA A HISTÓRIA DA MULHER LEVANDO O ANCIÃO JÁ MORTO AO BANCO PARA FAZER EMPRÉSTIMO E ALGO, DIZEM, OCORREU NO INTERIOR PAULISTA, ONDE SE COME GATO POR LEBRE
Quando a gente acha que já viu de tudo na vida, eis algo novo. Isso da mulher lá de Bangu, lugar muito quente do Rio de Janeiro, onde as moleiras se fundem só de pensar em como fazer dinheiro pra cobrir compromissos já assumidos com a vida, é coisa pequena.
Dizem que, no interior paulista - onde tudo acontece e poucos ficam sabendo -, um tresloucado prefeito - algo de passado já distante -, submete projeto bilionário para aprovação dos edis, verdadeira fortuna, dessas inimagináveis aos pobres mortais e o faz num escrito muito do mal ajambrado, como se algo de tamanha importância, pudesse ser apresentado num mero papel de pão, mera página, texto sem nenhum aprofundamento.

Assim, com tudo na base do improviso, dizia estar salvando a cidade. O poder de convencimento se deu na base de um toma lá dá cá, jogo feito nos bastidores. Sabe aquela história do "bilhete premiado", pois bem, é mais ou menos isso. Com a folhinha de texto chinfrim, a citação do valor e depois da aprovação, um "vamos ver como é que fica". Desta forma e jeito tudo foi tocado sem maiores explicações, afinal, elas não existiam - mas isso só ficaram sabendo bem depois.

Tá na cara, a mulher lá de Bangu é algo surreal, mas bem dentro do que, dizem as más línguas, se vê acontecendo aqui pelo interior paulista, terra de folclores variados, algum misticismo e muita gente querendo ser mais esperto que o outro. Dizem que, bobeou, dançou, portanto, o mais esperto na região, dorme com um olho aberto ou com a bunda encostada pra parede.

Um gaiato, após rir sobre o que viu na TV, a história do morto no banco e nada no mesmo nível do prefeito e sua tentativa de engambelar a fictícia (será?) cidade, me disse ontem com o cotovelo encostado num balcão de bar: "Sabe a Macondo do livro do Gabriel García Márquez? Pois bem, aquilo é bem possível, mas aqui pelo nosso interior, tenho certeza, acontece algo muito mais fantasioso, porém, não se trata de ficção, mas da mais pura realidade. Sacou? E todos se fingem de mortos, como se nada estivesse acontecendo. Eu tenho cada história".

LER NUNCA É DEMAIS
Mohammed Aziz tem sua pequena livraria cheia, aberta desde 1967, na Medina de Rabat.

Diz que só precisa de duas almofadas e um livro para ser feliz. Diz que leu mais de 4.000 livros e que por isso viveu mais de 4.000 vidas. Quando lhe perguntam quantos livros tem na sua loja, responde: "Não o suficiente".

Ele leu praticamente todos os livros da sua livraria em árabe, francês, inglês ou espanhol.

Mohamed, 72 anos, dedica 8 horas diárias à leitura. Só para para comer, rezar, fumar e ajudar os clientes.
Aziz começou sua carreira como livreiro em 1963, sob a sombra de uma árvore, com um tapete e 9 livros.

E assim ele toca sua vida, tendo que interromper a leitura do livro do dia, tudo para atender algum cliente.

Seria isso um sonho? 

Me deixa sonhar. Não teria como algo assim para o que me resta de vida?

COMO SE INSERIR NO CONTEXTO - O DEPLORÁVEL ESQUEMA DE VIDA

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