O DIREITO DE GREVE E O POSICIONAMENTO DO CORONEL MEIRAEu pensei que nunca iria ver algo assim dito por quem um dia foi comandante maior da Polícia Militar do estado de São Paulo, o hoje vereador bauruense, Benedito Roberto Meira. Sim, acabo de ouvir e , confesso, não posso permanecer quieto, calado e contido. Tenho que botar os bofes pra fora. Ele acaba de dizer algo muito sério em alto e bom som quando do começo de sua fala, os tais dez minutos que cada vereador tem direito diante da Tribuna da Câmara de Vereadores.
Ele, como a metade de nossa Câmara está mais do que injuriado com os métodos administrativos da atual alcaide, a fundamentalista Suéllen Rosin e diante de tudo o que sabe ela faz para manter o parlamento bauruense com sua pauta trancada, profere uma fala inusitada, pelo menos para ele, que diz textualmente nunca ter podido fazer qualquer espécie de greve, pois sendo policial militar, isso é vedado pela Constituição Federal. Diz, porém, existir somente uma situação para os servidores municipais terem seus reajustes votados e também barrarem o ímpeto da alcaide na sua irrefreável vontade de fazer uso de quase R$ 4 bilhões, sem a existência de projeto nenhum respaldando a dinheirama sob sua responsabilidade.
Ele mesmo responde e isso às vésperas do DIA DO TRABALHADOR, este tão vilimpediado com o quase fim dos seus direitos trabalhistas. Dia 1º de Maio o dia destes e hoje, dia 29/4, Meira afirma categoricamente ser somente a GREVE, a única forma deste conseguir, através de 100% de paralisação, vergá-la e fazer retroagir em suas intenções maléficas para com a cidade. Entenderam? O cara que foi coronel da PM, que reprimiu movimentos grevistas, sempre à serviço do Estado, hoje reconhece, diante de tamanha atrocidade em Bauru, a greve como instrumento legítimo e a alternativa mais viável, rápida, segura, confiável e legitimada pela legislação, para vergar a alcaide.
Que posso dizer diante de ouvido agora mesmo na sessão da Câmara? Tenho que, mesmo olhando para trás com muita desconfiança, mas reconhecendo ele ter meditado muito, até chegar na conclusão mais óbvia, a de que, este instrumento, a GREVE, pode e deve ser utilizada pelo trabalhador, quando este se vê numa situação como a atual. Ele, reconhece estar de mãos atadas, reconhece nada poder fazer e joga tudo para que o trabalhador faça o que eles, vereadores, estão sendo incapazes e vergonhosamente, ineficientes e incompetentes para fazer. Pois que venha a GREVE e restabeleça a ordem e faça com que Suéllen Rosin não só se vergue, mas também seja, com o transcorrer do processo em curso, merecedora de severa punição por todo o mal que tem proporcionado para Bauru. E que o coronel, hoje na reserva, esteja à frente do movimento, não permitindo qualquer violência por parte da PM, se essa for chamada a intervir no imbróglio. E tenho dito!
Quem provocou o entrave foi ela, a alcaide e não o vereador pastor Bira. Ela provocou a trava e sua continuidade. Evidente isso, latente e pulsante. O que Bira fez foi pedir vistas e sentar em cima do processo de votação, adiando-o até não sei quanto, ou até a alcaide explicar dos motivos de tanta querência em aprovar R$ 3.5 bilhões para privatização água e esgoto em Bauru, quando é do conhecimento geral que, com os R$ 300 milhões, que a Prefeitura possui em caixa, dinheiro carimbado para essa finalidade, daria para terminar a obra e sobrar muita grana.
Todos os vereadores de oposição, 8 no total, querem saber mais detalhes dos motivos dela querer tanto estes R$ 3,5 bilhões, sem justificar, sem ter argumentos para tanta grana. Ela joga pro futuro, como se a cidade fosse obrigada a engolir algo sem nenhuma fundamentação consistente. Travou a votação e nada mais justificável, como única arma disponível, a oposição ir barrando a votação. É exatamente isso que Bira faz. Já Suéllen insiste, não aceita retirar o reguime de urgência da votação, possibilitando diálogo, maiores explicações, pois, sabe-se, elas não existem.
E daí, a alcaide tenta engambelar a cidade, como o fez numa live no último final de semana, jogando a culpa no pastor Bira. Acredita quem quiser, ou melhor, quem não possui muita informação e gosta de engolir gato por lebre. Bira não se deixa levar. Inicialmente esteve ao lado do posicionamento da alcaide, mas sua ficha caiu, depois de ouvir a opinião de sua comunidade, os moradores do Rasi. Após isso, não só aderiu ao grupo da oposição, como se torna um dos mais contundentes e contrários as malversações promovidas pela alcaide. Como retaliação, teve até problemas em seu partido, quando lhe comunicaram não teria mais espaço para tentar a reeleição. Ele toca o barco e ciente de estar do lado certo, enfrenta tudo de peito estufado, sem nenhuma possibilidade de voltar para trás.
Bira mudou pra melhor, já a alcaide não mudou um milímetro de seu tacanho posicionamento político, daí, tomara algo ainda ocorra para mudar o voto de, pelo menos um dos 9 ainda favoráveis, meio que cegamente aos ditames prescritos pela alcaide.
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