Andar de trem na Europa é tudo redondinho. O trem sai no horário e o usuário é tratado com todo respeito. É bonito ver a composição se aproximando, toda pomposa, vagões em ótimo estado, tudo muito digno e cortando todo o continente de ponta a ponta. Sempre foi assim, hoje, pelo que vejo, o padrão é mantido. Para a maioria dos deslocamentos, muitos deixam o carro em casa e preferem ir de trem. Tudo dá certo indo e voltando de trem. Como não ficar encantado com o que se vê? Eu não babo ovo pra eles, mas na comparação com o que tivemos e o que temos no Brasil, sinto uma bruta raiva de gente como FHC - Fernando Henrique CArdoso, que para mim será eternamente lembrado, não como o professor de sociologia - o que um dia disse para esquecerem tudo o que escreveu -, mas para o seu ato mais danoso para nós brasileiros, o de incrementar as privatizações no país. A da ferrovia foi o seu ápice, onde se mostrou mais perverso. Tudo bem, podem dizer, que a privatização veio antes, quando ele chegou ao poder já estava em curso, mas inegável, ele foi quem deu o empurrão das ferrovias pro buraco onde está metida até os dias de hoje.
Sentado num vagão de trem, numa viagem entre Praga, na República Theca e Viena, a Áustria, escrevo olhando para o passado. Sou filho e neto de ferroviários e minha cidade, Bauru, deve o seu progresso à ferrovia, mesmo muitos hoje a renegarem descaradamente. Em minha infância, a FEPASA, Cia PAulista, onde meu pai trabalhava era impecável. Viajei com vagões grandões, imponentes, ou seja, chegamos a ter um padrão respeitável, porém, quando foi decidido que o modal rodoviário seria incentivado e, desta forma, decretaram o fim das ferrovias. Um lobby dos infernos, pois hoje, quando viajo em algumas cidades do interior paulista, vejo sinais de que por ali funcionou ramais e hoje, nem resquício. Não só decretaram o fim delas, mas as riscaram do mapa. Estes que foram seus incentivadores, não podem passar incólumes a vida inteira. Está na hora de criminalizar estes vendilhões. Em Bauru tem um destes. Endeusaram o dono da empresa de ônibus, o que enquanto foi deputado, deu decisiva contribuição para o sepultamento da ferrovia. Então, não tem como eu passar pano para quem contribuiu para enterrar de vez essa maravilha que vejo funcionando por todo o mundo, menos no Brasil.
Eu estou dentro de um confortável carro, ar condicionado, poltronas macias e reclináveis. A moça do restaurante passou agorinha mesmo, tirando o pedido do almoço. Eu nem preciso ir no carro restaurante. Vou se quiser, pois ela pode me trazer o que pedir no meu lugar. Nas minhas viagens para São Paulo, adorava ir nos restaurantes dos trens da Fepasa. Eles podiam não ter o charme, nem o luxo dos que viajo neste exato momento, mas se lá atrás já tínhamos alcançado um patamar de respeito, se tívessemos seguido naquele padrão, hoje estaríamos também dentro de um padrão de primeiro mundo. O trem é tudo. Hoje vou e volto para São Paulo de ônibus e com meu carro particular, mas sempre um percalço, um embaraço, na chegada e na saída, ou seja, vijar de carro para a capital é sempre um transtorno, com algo imprevisível. Vai chegar o dia em que tudo irá destrambelhar e, quer queiram ou não, o trem de passageiros terá que voltar a funcionar, ligando nossas cidades. E quando este dia chegar, tudo será que ser refeito, só que, tudo um dia já funcionou e os malditos privatistas destruíram. Vão ter que refazer e ganhar zilhões novamente.
Eu aprendi a amar a ferrovia e hoje, viajando novamente dentro de um, tudo volta à minha mente. A privatização em si é danosa e visa na maioria das vezes interesses escusos. O trem é tudo de bom. Lembro do perverso FHC desdizendo dos trens, pois seu custo era alto e o Estado tinha que bancar uma parte dos seus gastos, subsidiando pro povo pagar pouco. Daí, ele e outros entregaram tudo pro modal rodoviário. Até nossas cargas hoje quase toda circula pelas rodovias. Estou chegando em Viena, viagem de quase quatro horas. Vim lendo, dormi, comi, conversei longamente com uma casal de uruguaios do nosso lado e ao descer - o mesmo ao embarcar -, a estação é uma espécie de aeroporto, um shopping, com lojas variadas e uma vida tão intensa, dessas de doer de saudade. Nossa estação, a da NOB, uma das mais bonitas de todo o interior brasileiro, já teve de tudo. Já comi no restaurante do seu Amantini e meu pai trabalhou ali como Chefe de Estação e na bilheteria. Ali pulsava uma vida que, foi ceifada por criminosos. Enquanto o trem viceja no mundo, no meu país, um bando de sabujos, malversadores do dinheiro público, destruiram tudo. É por isso que eu quero fazer uma revolução e destroçar com esse bando de sanguessugas, que só pensam em negociatas e não estão nem aí para os interesses deste País. Eu acho que a China vai nos ajudar a reconstruir todas nossas ferrovias. Creio nisso e quero estar vivo para voltar a viajar, como o fiz no passado, por tantas ferrovias brasileiras. Por enquanto, viajo entristecido pelos trens europeus.
Como é ótimo viajar de trem. Já tivemos algo próximo disso no Brasil, mas a privatização danou com tudo. Quatro horas pela aí, até a Áustria. Vou dormir boa parte do percurso. Não aguento esse balancinho. Tudo das 12h40 até por volta das 16h40.
algo bauruense e noroestino
SER NOROESTINO É PASSAR POR TUDO ISSO E MUITO MAIS. EM ALGUMAS VEZEZ, COMO AGORA, SORRIR NO FINALApós resultado Noroeste 0 x 0 Portuguesa de Desportos e a permanência, na bacia das almas, na Série A do Paulistão, ainda conseguindo classificação para a Série D do Brasileiro em 2026. Os deuses do futebol nos salvaram...
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar...
12 jogos, uma só vitória, 8 pontos no final, conseguimos não voltar pra AII e ainda disputaremos a 4° divisão do Brasileiro no ano que vem. Temos, até por obrigação, cuidar das divisões de base e no 2° semestre disputar a Copa Paulista, mantendo acesa a chama. O Norusca é a cara esportiva da cidade Sem Limites. Torço desde moleque, presenciei altos e baixos, já vi quase de tudo. Essa nova etapa é só mais uma, o que temos pela frente. Nem muito, nem pouco emocionado. Sou torcedor consciente. Vibro, sofro, mas sei ir dosando a coisa, enfim, futebol é só uma de tantas outras paixões. Foi um campeonato curto e quando me dei conta, acabou. Será que só eu estou com essa sensação de "quero mais"?
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar...
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