quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

CARTAS (239)


SÃO MUITAS AS MADRES ESPALHADAS MUNDO AFORA
Numa escultura no Museu Leopold, em Viena. obra de Kathe Kollwitz, a Turm del Mutter, 1937/38 (Tower of Mothers), vi ali algo de idêntico teor do das Madres da Praça de Mayo, em Buenos Aires , Argentina e, é claro, de tantas outras espalhadas mundo afora. A dor é a mesma e, infelizmente se repete, ontem, hoje e amanhã.

Vejo a escultura e a fotografo por todos os ângulos. Trago fixado na roupa um botton, comprada na Casa de las MAdres, junto a praça do Congresso em Buenos Aires, com os dizeres: "A única luta que se perde é a que se abandona". No retratado na escultura, a mesma dor de mães e mulheres, estejam onde estiveremn. Isso tudo reflete algo de como se dá a luta dos que não desistem. Estes são os que verdadeira mente insistem, persistem e resistem. O sofrimento, diante de um mundo de injustiças, onde o forte impõe suas condições aos fracos, estes em maioria, infelizmente, faz parte da luta. Estes, os que não se entregam, não se calam, não se vergam são, para mim, os mais valorosos. Vejo muitos que, no mundo onde vivo, se calam diante dos poderosos, muitos por simples receio de serem vistos e assim, prejudicados no que fazem. Outros, valentes e altaneiros, como neste momento, mães e parentes de jovens que foram assassinados pela polícia militar paulista - e bauruense. Quando os vejo nas ruas, mães com dor interna, as coloco no mesmo patamar das retratadas na escultura, das das Madres argentinas. A todas essas rendo minhas mais justas homenagens.

Dias atrás o ministro do STF, Alexandre de Moares, foi intimidado pelos algozes, hoje no comando dos EUA, tentando impedí-lo, só por cumprir a legislação vigente no Brasil, de entrar naquele país e ele, lembra de uma frase de Guimarães Rosa, "o que a vida quer da gente é coragem". Sim, pra tudo na vida, necessitamos de coragem. Essa escultura me revigora a coragem, de mesmo em desvantagem bélica, continuarmos enfrentando quem nos oprime. Unidos venceremos!

DO AMOR PELA FERROVIA À VIAGEM DESTA MANHÃ, DE VIENA PARA BRATISLAVA
Estar numa estação, numa gare, ver os trilhos, tocar uma locomotiva, depois subir no vagão, um carro refrigerado, confortável e curtir ao lado de Ana Bia Andrade, 59 minutos, vendo a pequena mudança de uma cidade e país para outro. 

Vivenciando isto tudo, com incontrolável dorzinha interna, enfim, poderíamos estar no mesmo patamar, não fosse a ação nefasta de quem jogou contra e funbicou com o Brasil. Recuperar este atraso será trabalho de décadas.

CHUVA E TOUR EM ESPANHOL, ALGO DA HISTÓRIA DE BRATISLAVA, CAPITAL DA ESLOVÊNIA
Free tour a pé pelo Centro Histórico de Brastislava, com David, espanhol da Catalunha, 2,5 anos e meio na Eslováquia, com muitos espanhóis, uma boliviana, uma chilena e nós dois brasileiros. Uma cidade antes rodeada por muralhas e quatro portôes. Sobrou um deles, escombros. Muitas escadas, infinitas, até o Castelo da Bratislava. Muita história adquirida. Caminhada com saldo mais que positivo ao final. Descemos na plataforma da estação ferroviária às 13h, chegamos no hotel meia hora depois e às 15h já estávamos no local indicado para início da caminhada, terminada por volta das 18h. Só daí, procuramos um lugar, voltando ao centro histórico, para comer algo. Tudo nos envolveu tão bem, que nem vontade de ir ao banheiro tive. Passei batido e daí, descobri, quando entretido, a urina não desponta no horizonte, ela fica encolhida e o passeio rende mais. Vivendo e aprendendo a rodar...

RESTAURANTE TÍPICO, ATENDIMENTO PRIMOROSO, PREÇOS MAIS EM CONTA DA EUROPA E APRENDENDO CAMINHO DE VOLTA A PÉ AO HOTEL - BRATISLAVA NOS ARREBATOU
Provamos pratos típicos, preços honestos, além de querer provar algo ainda nunca experimentado, existe a surpresa em cada virada de esquina. No restaurante, a cerveja local, aceitando indicação do garçon e da simpática recepcionista que, ao lhe pedir para tirar uma foto de nós dois juntos, só o fez se tirássemos também uma junto dela. Achávamos estar longe do hotel, prestes a chamar um Uber, o garçon nos explicou tão simpático, daí, seguindo suas instruções, em menos de 5 minutos estávamos na porta do Íbis. Ainda lhe perguntamos, se o percurso era seguro. Sua resposta foi uma muchocho, uma cara de desdém e por fim, algo como um "sem problemas". Voltamos curtindo cada cantinho, como desbravadores em busca de aventuras e novas historietas.

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