INVERSÃO DE VALORES - publicada no dia 04/07/2009
Marcelo Cavinato é meu amigo lá da Barra Bonita. Dia desses conversávamos numa sorveteria por lá. O assunto era esse desmando todo e em como isso influi no nosso dia-a-dia. Ele me dá um exemplo bem palpável citando prováveis comerciantes. “Pense num que faz tudo certinho, paga seus impostos em dia, compra tudo com Nota Fiscal, cumpre todas suas obrigações trabalhistas, não sonega nada. Seu negócio não prospera, parece empacado, mal sucedido. Circula comentários de despreparo, daqueles a não saber gerir seu próprio negócio, um incapaz. Não sabe aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo mercado atual”, me diz. “Vizinho dele está um outro, com um negócio dos mais prósperos, em plena efervescência, preços que a concorrência não consegue seguir, porém, age totalmente no oposto ao outro comerciante, não pagando seus impostos, sonega ao máximo, compra de fornecedores suspeitos pagando preços praticamente impossíveis para o mercado atual, regateia leis trabalhistas e vive em franca expansão”, continua sua explanação. Por fim vem a sacada final. “Sabe qual a compreensão que a maioria da população faz dos dois? Que o primeiro é um bocó, um besta e o segundo, um bem sucedido comerciante. Esse sim está certo. Sentiu como anda a coisa? Sinto essa mudança na boca das pessoas”, conclui. E quando tudo anda desse jeito, realmente “há algo mais do que podre no reino da Dinamarca”.
O texto do Bom Dia termina no parágrafo de cima, mas do Marcelo eu tenho outra. Em Igaraçu do Tietê tivemos agora em abril uma segunda eleição para prefeito e lá estive no penúltimo dia de campanha. Numa esquina da cidade o candidato pelo qual ele fazia campanha estava sendo recebido por populares em suas casas. Grande movimentação, abraços e frases de efeito. Digo a ele sobre a forma eloqüente como estavam sendo recebidos, a receptividade e ele me saiu com essa: “Isso aqui é o maior teatro que já vi na vida. Fazem isso com todos, estão nos abraçando nesse momento, logo nós vamos e surgem os outros, vão fazer a mesma coisa. Não existe mais uma convicção de propósitos, algo sério, feito com critérios. Fingem para todos, sem ideologia nenhuma e a classe política é a maior culpada, pois a grande maioria faz por merecer”. Fiquei meio assim e fui conferir o resultado das urnas. Não deu outra, Marcelo tinha razão. Por essas e outras, ele continua sendo uma das fontes inspiradoras de meus textos.
2 comentários:
Meu caro amigo Henrique!
Sim, existe e convivemos com ela no nosso dia a dia, foi-se o tempo do "fio-do-bigode".
Dia desses, li algo à respeito, e confesso que, não tem mais jeito a coisa não.
Um cidadão reclamando dos "politicos" e de suas "maracutaias". Em seguida o interlocutor, citou que os tais "politicos" que lá estão, foram e são, assim como este cidadão que reclama, pessoas que sairam e fizeram "escola" aqui mesmo, no meio de nós!
Complicado, mas acho que prefiro aos que cumprem com suas obrigações, e são chamados de bocó, um besta, aos que se dizem "bem sucedidos"!
Quem sabe um dia...
Abraços!
ACPavanato
caro amigo;
que bacana a consideração que tens por mim e sobre aquilo que juntos refletimos, te estimo muito, principalmente por ser um cara de atitude !!!
fraterno abraço
MARCELO CAVINATO
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