UM COMENTÁRIO QUALQUER (45)
DIABETES, SUCUPIRA E NOSSAS DOENÇAS
A semana anda pra lá de preocupante aqui pelos lados do mafuá no quesito saúde. Meu pai, do alto dos seus quase 81 anos convive há mais de 15 com uma diabete a lhe frear iniciativas. Sobrevive bem com a doença, primeiro controlada com remédios via oral e depois, também com insulina via injetável. Para o diabético (dia deles foi comemorado dia 27/06) o difícil mesmo é controlar a boca fechada, pois pelo que me parece a ansiedade em busca de comida é algo inerente a todos que a possuem. Acompanho o sofrimento do meu pai, pois lhe aplico insulina NPH Humana no músculo do braço pela manhã e no outro uma dosagem com caneta Flexpen Novorapid. Pico seu dedo para medir a quantas anda a glicose duas vezes no dia. Antes do jantar mais um dose de Flexpen. Dependendo do que medir, antes de deitar, nova injeção em cada braço. Ele resiste bem, pois sabe precisar daquilo. De vez em quando diz o quanto seria bom tomar dosagens via oral. Torce para chegar vivo no dia em que isso for possível. Ao lado da coleção de remédios juntamos as seringas descartáveis dentro de frascos de pet, devolvidos ao Posto de Saúde, tudo para não jogá-los no lixo. Essa é nossa rotina e quem a inicia é minha mãe, 72 anos, que além da hipertensão, pelos últimos exames começa a tomar medicamentos também de diabetes. Eu, com meus 49 anos, acabo de fazer exames e cruzo os dedos só de pensar no triunvirato com diabetes. A abertura da caixa-preta de minha saúde ocorre tão logo saia resultados dos exames feitos. O açúcar está meio que abolido por esses lados. Segui por algum tempo uma receita do cantor Moacyr Luz para conter seu trigliceres, constituída de laranja com berinjela. Batia aquela gosma no liquidificador e tomava sem fazer careta. Hoje nem isso faço mais.
E para provar que em cada canto o problema só muda de nome, meu amigo Daniel Proença, que também mora com os pais, eles quase na mesma idade que os meus, conta os seus. Somos abnegados no quesito dos cuidados domésticos com os pais. Percebendo a fraqueza muscular e óssea do pai, ele prestativo fica encantado com algo que vê na TV. Numa entrevista no programa do Jô, o ator Juca de Oliveira propaga os benefícios do uso da sucupira, extraído do fruto de uma conhecida árvore tupiniquim. Fui procurar no Youtube e achei a tal entrevista no http://www.youtube.com/watch?v=Dch-Qkf6Ggg&feature=PlayList&p=9E3112EB3532F0D0&playnext=1&playnext_from=PL&index=34 . Juca é sério e acredito naquilo tudo. Daniel também acreditou, tanto que foi comprar o tal pó via internet pagando caro cada pequeno frasco (brasileiro adora uma auto-medicação). E vai misturando em sucos para os pais. Dia desses na caminhada matinal com minha mãe, passando defronte a rodoviária, diante de árvores frondosas ela me diz serem a tal da sucupira. Contei para o Daniel, que colhe os frutos diante dos passantes lá na rodoviária. Agora minha mãe diz não ter certeza de ser a tal planta curativa. “Pô, mãe, me fez fazer o amigo ir lá subir nos pés diante da rodoviária”, lhe digo. Ela não se avexa e me mostra a solução: “Pergunte para o Rodrigo que ele deve saber se é ou não sucupira”. “Que Rodrigo, mãe?”, lhe digo. Rindo ela conclui: “O prefeito, ele não entende tudo desses negócios”. Pois é, agora dei para andar com uma daquelas sementes no bolso até reencontrar o prefeito por aí e tirar a prova dos nove. Daniel quer a resposta rápido, pois continua pagando caro o recebimento via Correios e para saber se deve ou não moer o precioso conteúdo da dura semente lá das imediações da rodoviária.
OBS.: Ilustração é de Orlando Pedroso e foi chupada do seu blog (Bonito traço, não?).
quarta-feira, 1 de julho de 2009
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4 comentários:
Henrique,
Li o texto da sucupira,achei divertidíssima a solução sugerida pela sua Mãe de perguntar para o Prefeito.Adorei a história!!!
Aquela árvore perto da rodoviária,não é Sucupira.
Por coincidência,acabei achando aqui em casa umas sementes,trazidas pela Beth,minha prima de Avanhandava.
Na verdade pensei que havia jogado fora...
Liguei para minha Mãe e tive a corfimação, é semente da sucupira.
Diga à seu amigo que estou providenciando para ele.
Bjs
Maria José
Henrique
Você não distingue uma samambaia de uma semente de sucupira, nem um galho de erva daninha de uma erva cidreira ou outra erva qualquer. No mais é bom ler o que escreve.
E cuide mais de sua saúde...
Cleide
querido amigo HPA, a semente de sucupira e comum no cerrado é a semente da arvore do faveiro
caso queira ir em busca de algumas e conhecer a arvore estamos a disposiçao,
um abraço,saude a todos.
LÁZARO CARNEIRO
Eu tomo chá de sucupira.comecei a pouco tempo,vamos ver se é tão boa assim.
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