quinta-feira, 11 de novembro de 2010

UM AMIGO DO PEITO (44)

UMA BRILHANTE RELEITURA DE DOIS NA BOSSA, MAIS UMA APRONTAÇÃO CULTURAL DE SIVALDO CAMARGO
Sivaldo é mais do que um amigo do peito, pois nos surpreende a cada novo passo dado. E o homem não para de andar, sempre adelante. Nem um ano atrás (será que já faz mais de um ano?) fez uma releitura do show "Opinião", onde encantou todos os que ainda se sensibilizam com a boa música. Havia repensado outras coisas, abortou uma quando faleceu Paulo Keller, que iria capitanear um espetáculo a fazer vibrar chãos por onde passasse. Não se fez de rogado, juntou tudo o que já tinha ouvido do "DOIS NA BOSSA", que no original contou com dois monstros de nossa MPB, Elis Regina e Jair Rodrigues e transportou tudo para um cenário bem bauruense. Fernandão, do Templo, como sempre faz com Sivaldo, comprou a idéia de cara e esse buscando nomes e parcerias certas, durante meses promoveu animados ensaios na casa da Denise Amaral e do Neto, resultando em algo inebriante, visto por pouco mais de uma centena de pessoas na noite da última terça, 09/11 no Templo Bar. Não me espanto com mais nada, pois sei que Sivaldo vai atrás de gente certa para seus espetáculos. Ele, antes de tudo começar era a própria expressão do nervosismo, pois bebia de copos variados, perguntando, especulando e com olhos atentos a tudo (subiu numa escada para melhorar iluminação no intervalo do 1º ato). Nada podia dar errado, como não deu, pois na mesa de som estava Pez, o mais profissional de nossos técnicos e junto deles dois, as vozes cada vez mais contagiantes de Denise Amaral e João Paulo Biano (esses dois separados já são imbatíveis, juntos então...), Norba Motta dedilhando tudo o que sabe e na direção de palco, além da bateria do velho mestre de variadas orquestras, o Toninho e do resgate de alguém que já se achava aposentado dos teclados, o Neto, marido da Denise, que dessa vez acho que abandonará suas atividades bancárias entregando-se de copo, sic, digo corpo e alma à musica. Uma junção que deu mais do certo. Vibrante do começo ao fim. Cantamos várias e boquiabertos em outras tantas. Ele, encarnando algo a la Zé Ketti, ou o "baita negão" do Candeias, extrapola tudo. Repito sempre, curtam muito ele enquanto está por aqui, pois está prontinho para bater asas. Denise é como um vinho, cada dia melhor. Rasgo elogios a ela, sempre. No final, Sivaldo, preocupado sobre o que achamos, voltou a circular de mesa em mesa, perguntando se tínhamos gostado e bebendo de nossos copos. Não deu nem tempo de falar muito com ele, pois estava requisitadíssimo. Todos gostaram e algo de muito triste ouvi de sua boca, a de que aquela seria a única apresentação do espetáculo, pois nada está programado pela frente. Mas como? Nem na Oficina Cultural, nem no SESC, no Teatro Municipal... Essas raridades musicais revisitadas pelo arquivo ambulante sivaldista precisam ser mais valorizadas e repercutidas. E não digo isso por ser amigo dele, do peito e de copo, é porque o cara é mesmo da pá virada, bom pra caramba. Da festa que se transformou o Templo, mais duas coisas. Uma foi Siva já demarcar qual será seu próximo espetáculo, "Pobre Menina Rica", do Carlinhos Lyra (cujo CD emprestei a ele) e ter participado de uma festa tripla no bar, o aniversário sequencial, dia 08, Zé Paulo, dia 09 a mana Helena Aquino e dia 10, a jornalista do Bom Dia e amiga Luli Zonta (comemos bolo trazido por seus amigos). E junto de donAna Bia, de Ademir Elias, da mana Helana vibrei com tudo por lá. O duro sempre é o dia seguinte, o acordar cedo e o cair na realidade da vida (ah, como dói...). Faço isso, dessa vez, com renovadas esperanças. Afinal, nem tudo está definitivamente perdido. Vejam um pedacinho do show lá embaixo

E NA CONTINUAÇÃO DE RELEITURAS DE OBRAS DOS ANOS 60 E 70...
Acontece HOJE, 11 de novembro, a partir das 20h30, na Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes, apresentação do show “A primavera da Contracultura”, um espetáculo artístico musical comandado por MANU SAGGIORO. Elaborado a partir de uma releitura sobre a produção cultural vigente no final dos anos 60 e início dos anos 70 no Brasil, em que a música surge como resposta à reprimenda cultural sofrida por toda a geração jovem dessas décadas. Com um repertório musical carregado de canções emotivas e questionadoras e intervenções artísticas com um discurso visual e simbólico, o espetáculo traz a sua contribuição para o questionamento do consumo cultural de hoje e para a formação de indivíduos globais, porém não adormecidos pela insensibilidade geral. Participam do elenco Manu Saggioro (voz, violão, percussão, concepção e direção musical), Norba Motta (guitarra elétrica), Fábio Lima (teclado e violão, Lívia Cordeiro (contrabaixo), Andrezza Trentini (bateria), Luís Fernando Freitas (percussão), Sílvia Ferreira (backing vocal), Renata Wolf (backing vocal), Denise Amaral (backing vocal), Fernanda Vasconcelos (performer), Lú Capossi (projeções) e Janaína Macena (produção). É tudo gratuito, só não vai quem não quer... Eu quero, e muito.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bauru possui vida inteligente.

Basta garimpar e ir atrás.

Quem vai acaba encontrando.

Parabéns

Aqui em Marília não tem a metade do que vocês possuem de arte verdadeira.

Veja a Examar, só shows com nada a ver.

Estamos num mato sem cachorro.

Socorro............


Marcos de Freitas

Anônimo disse...

Adorei ver os dois esbanjando talento no vídeo que você postou. Isso é o que fica. Parabéns.

Aurora

Helena Aquino disse...

Mais um show belíssimo com o dedo do genial Sivaldo Camargo, foi um gde presente de aniversário para mim, aliás não só para mim, para Zé Paulo e Luli tbém...rs...
Amamos a performance de todos, boa música, comida excelente, bebida gelada , o que pedir mais ????? .... simplesmente depois uma ótima noite de sono ....
Helena Aquino

sivaldo camargo disse...

grande Henrique, mais uma vez agradeço a sua presença no show "Dois na Bossa", e além de ir leva toda uma trupe, voçe é o maior incentivador da boa música na nossa cidade, obrigado pelos elogios, mas procuro sempre fazer as coisas com muito carinho, dedicação e respeitando muito meus companheiros, e por falar neles, maravilhosos, agora vamos para o proximo, e não esqueci dos seus cds, o que me deixa muito orgulhoso nisso tudo, é que não sou músico mas vários talentos incontestes na música estão me falando que querem trabalhar comigo, logo não vou precisar ficar perguntando se as pessoas gostaram...nem ficar tenso bebericando em copos alheios.
um grande abraço e obrigado pela força, e tem comemoração...te aviso.