domingo, 21 de novembro de 2010

UMA CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (34)

LAERTE E O "É MUITO CARO SER MULHER"
Quando me perguntam qual o cartunista que mais me identifico, um dos que de pronto cito o nome é o LAERTE. Seu traço entrou na minha vida desde os tempos em que ele produzia livros de ilustrações para serem utilizados nos boletins sindicais brasileiros. Quem não se lembra disso. Todo sindicalista já utilizou desenhos de Laerte, pois ele desenhou muito para isso mesmo, para ser reproduzido. E o foi, muito. Depois, pelo Pasquim (na sua fase final) e na Folha de SP (acho que o descobri no extinto Folhetim, que saia encartado aos sábados). Seu traço e a idéia que vinha junto dele sempre me cativaram. Nunca mais me separei de espiar o trabalho de Laerte, onde ele estivesse. Livros dele tenho alguns, vou achando por aí e carregando para o mafuá.

Durante um certo tempo juntou-se a outros dois, Angeli e Glauco e bolaram algo com uma grande sacada, "Los 3 amigos". O seu "Piratas do Tietê" eu colecionei todos, quando sairam pela Circo, no formato igual ao que Henfil lançou sua Graúna. Um dos personagens que mais gosto de ver é o "Deus". Certo dia minha ex-sogra pega um livrinho com esse personagem e me diz: "Como voce consegue ler isso? Não tem medo de ser castigado por ler piadas sobre Deus?". Acho que não tive, pois continuei comprando e consumindo Laerte em todas suas vertentes.

Sei que perdeu um filho e acompanhei sua fase com suas tiras um tanto difíceis de serem entendidas. Perdeu até espaço nos muitos lugares onde publicava. O tempo passou e Laerte demonstra ter superado (como se faz para superar a perda de um filho?) o momento difícil e isso era demonstrado no seu traço. Quem o acompanha vai vendo as distintas manifestações nas fases diferentes. A atual eu ainda não entendi direito e confesso, me surpreendi quando ao ler a edição nº 621 (10/11/2010) da Carta Capital, na sua última página, na seção "Retratos Capitais", um foto do Laerte com roupa feminina e o texto: "O cartunista em sua fase feminina, confessa: "É muito caro ser mulher". O Laerte pelo que sei não é viado (e se o fosse, nenhum problema) e encerrou recentemente um terceiro casamento. O fato é queria entender os motivos dele ter dado a já famosa entrevista para a revista Bravo e depois para o site do IG (http://moda.ig.com.br/modanomundo/ser+mulher+e+muito+caro/n1237812404702.html#2 ),assumido estar vivendo uma fase crossdresser (http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-2/artigo/perfil-laerte-um-homem-delicado/ ). Nem sei se aquilo tudo é para ser levado a sério. O fato é que estou pesquisando por aí, algo mais sobre o Laerte feminino, talvez tendo tudo a ver com o lançamento do seu novo livro, o divertido: MUCHACHA. E para mostrar o quanto gosto dele e de tudo o que já fez (continua fazendo), reproduzo aqui duas das tiras, dentre as tantas saborosíssimas que já publicou sobre essa mais nova senhora na praça, com 59 anos e querendo reiventar a vida. Se souberem algo mais, me informem.

Nessa entrevista para o Metrópolis, chupada da UOL, algo mais: http://mais.uol.com.br/view/xiddtuwnvlqs/metropolis---laerte-04029C3672C48933E6?types=A&

3 comentários:

Anônimo disse...

E você quando vai se decidir?

seu amigo Daniel

Mafuá do HPA disse...

meu caro Dani, amigão a me fazer artes de chancelas e de companhia em rodadas de churrascos:

Sobre se decidir, sinceramente, não sei. Laerte faz a gente balançar nas certezas que a vida nos impõe. Ainda tô na fase de um ótimo relacionamento com uma parceira arretada de valente, a Ana Bia. Continuo com certo gosto pela coisa. Mas do futuro, nada posso afirmar. Quem diria que o matuto Laerte vestiria saia e encheria os pés de esmalte? Nesse mundo já vi tanta coisa que não me espanto com mais nada. Isso aqui é coisa pequena perto do que certos personagens fazem, vide ações do DEM, PSDB, PP, PPS, PV, PMDB e do próprio PT. A vida por aqui, muito rápida por sinal é para ser vivida e intensamente. Cada um escolhe como e que faça bom usufruto disso, sem recriminações e cobranças.

Henrique - direto do mafuá

José Carlos Brandão disse...

Henrique, vejo a poesia do absurdo nos desenhos do Laerte. Isso é o bastante. O mais, como tanta coisa na vida, vale a pena entender?
Grande abraço.