sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CENA BAURUENSE (90)

UMA NOITE ENTRE BAMBUS E COCINEROS
Na noite de quarta, 23/11, dois eventos e o tempo um tanto dividido. Divide daqui, aperta dali e acabei indo a ambos. Aqui um breve relato de dois acontecimentos memoráveis promovidos por uma Bauru pouco divulgada, mas latente e pulsante. Na Unesp, num dos seus salões nobres, o da Fundeb, 20h, a abertura da 3º Mostra Projeto BAMBU, projeto da Faculdade de Engenharia e dos alunos integrantes do Projeto Taquara (Engenharia e Design), que tem como objetivo divulgar o uso do bambu através de parcerias com a comunidade. Ao ficar sabendo do evento e das possibilidades do Bambu, material que sempre me encantou, mas sempre fui um leigo, algo me despertou o interesse. Era a parceria com o Assentamento Rural Horto de Aimorés, onde possuo bons amigos, todos com belos projetos em pleno desenvolvimento.

Esse pessoal da universidade, unindo três projetos, o Bambu, Taquara e Viverde, capitaneado pelo professor Marco Antonio dos Reis Pereira colocou a mão na massa e produziram belos materiais, todos desenvolvidos através do bambu. Na exposição quem encontro primeiro foi o Cláudio, um servidor do setor de Marcenaria da Unesp, hoje lotado junto aos bambueiros (é esse mesmo o nome?) e já podendo ser considerado um deles, tal o cuidado e o entendimento sobre o tema. Literalmente viajei pelas possibilidades do bambu e mais ainda quando vi ali concretamente o que está sendo feito e possibilitado junto aos assentados, inclusive uma imensa estrutura de bambus na construção de um barracão comunitário. Peças pessoais, móveis e penduricalhos mil, tudo ali, em possibilidades saídas de uma produção pessoal da Unesp local. Todo o processo começa com o plantio e vai até a extração e depois a transformação dele nas peças, tudo feito ali, nada fora.

Comentei com o Cláudio sobre algo que sempre me preocupava no bambu, a broca, que destrói seu tronco e já me fez jogar no lixo belas peças que possuía (molduras, mesas, etc). Interessado, sai de lá com o livro do professor, o “Bambu de Corpo e Alma” e também me surpreendi quando vi por lá o gerente e um funcionário do Jeribá Bar, um dos bares noturnos de Bauru onde mais gosto de ir, pois propiciam um chorinho divinal e todo o visual da casa tem o bambu como pano de fundo, numa integração a demonstrar o bom gosto da casa. Quando percebi que tudo tem certo acompanhamento do pessoal do projeto, acabei por me encantar definitivamente.

Na correria saio de lá pouco mais de 21h e vôo para o Sesc, pois às 21h quem estaria se apresentando era o grupo argentino “Los Cocineros”, de Córdoba. Formado em 2001 e com um estilo musical tendo como marcante a mistura de ritmos, milonga com reggae, tango com punk, boleros, ska, entre outros. Todos trajando um avental tentaram fazer com que o bauruense caísse na dança, mas somente alguns o fizeram. Dancei sentado e curti muito o som, desses a não deixar parado nem defunto.

Sob o comando de Mara Santucho, com uma bela voz, desestressei durante pouco mais de uma hora e foi irresistível e inevitável esperá-los para um papo e comprar o CD deles ao final do show. Ficaram encantados com minha camiseta das Madres da Praça de Maio e eu com a simpatia de todos. Adoro quando o Sesc nos possibilita shows com temática latina (faltam uruguaios, viu!!!!!), pois cá no sertão paulista, temos poucas oportunidades de presenciar de uma integração tão necessária e latente. Vou a todas que o SESC sugere e nelas, nenhuma decepção. Lá revejo o Felipe França Gonzalez, diretor do Difusa Fronte(i)ra, um Núcleo de Integração Brasil Argentina, o produtor que tem conseguido junto ao Sesc esse rico intercâmbio e também já atua junto ao Enxame Coletivo e Fora do Eixo (hoje tem show rock argentino na Noite Fora do Eixo do Jack Music).

Nem preciso dizer que saio de lá com o CD deles irradiando som latino no radinho do carro e a certeza de que ainda falta muito para nos aproximarmos devidamente do som produzido pelos “hermanos” de todos os países à nossa volta. Dentro do mesmo espírito, na quinta, 18h50 vou eu, 51 anos e meu pai, 83 anos, na última sessão do filme nacional “O Palhaço” na cidade (hoje, sexta, saiu da programação), do Selton Mello, com ele e o extraordinário Paulo José e saímos de lá em êxtase, encantados com a poesia de um filme com imagens e personagens inesquecíveis, que jamais me sairão da memória. Gostei demais da simplicidade de tudo que lá vi e dessa forma saio disso tudo mais energizado e recarregado para embates outros que sempre pintam já na próxima curva da esquina.
OBS.: O único vídeo gravado do show está postado aqui ontem. Hoje, no mesmo SESC Bauru, 20h, grátis, show com o "CUMIEIRA", grupo de música instrumental brasileira com influências de Hermeto Pascoal e Arrigo Barnabé. Instigante, não???

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