MÚSICA (80)
A CONSCIÊNCIA NEGRA EM BAURU, UMA EXPOSIÇÃO E A “SENHORA LIBERDADE”
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Comecemos com uma música que sei quase de cor e que ilustra muito bem a Semana da Consciência Negra ocorrendo país afora.
“Senhora Liberdade”, de Nei Lopes, possui uma letra para encantar os corações mais endurecidos. Confiram:
“Abre as asas sobre mim/ Oh senhora liberdade/ Eu fui condenado/ Sem
merecimento/ Por um sentimento/ Por Uma paixão/ Violenta emoção/ Pois amar foi meu delito/ Mas foi um sonho tão bonito/ Hoje estou no fim/ Senhora liberdade abre as asas sobre mim (2x)/ Não vou passar por inocente/ Mas já sofri terrivelmente/ Por caridade, oh liberdade abre as asas sobre mim (2x)”. Escolhi no youtube uma magistral interpretação de uma de nossas mais belas e significativas intérpretes negras, ZEZÉ MOTTA, cujo CD “Chave dos Segredos” (Movie Play, 1995), comprei num sebo carioca justamente no dia em que ela
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estava sendo homenageada na Câmara dos Vereadores daquela cidade, no final dos anos 90. Agora vejam no
http://www.youtube.com/watch?v=lbhVJqa0woA&feature=relatedA&feature=related.
Mas fui me lembrar dessa música por causa de outra coisa, uma exposição rolando dentro do espaço da Biblioteca Pública Municipal Rodrigues de
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Abreu, junto ao Teatro Municipal de Bauru, ali na avenida Nações Unidas, a
“RAÍZES”, DE 21/11 A 05/12, de segunda a sábado, no horário comercial. O idealizador e mentor da mesma é o servidor público municipal,
VALTER TOMAZ FERREIRA JUNIOR, hoje prestando serviços ali na biblioteca. Ele, que já dirigiu o Museu Ferroviário Regional de Bauru, quando resolve pesquisar algo, o faz com afinco e dedicação. Valter é um bugre, descendente de kaigang, algo do qual muito se orgulha e como todo índio é duro de roer, turrão, porém, um realizador como poucos. Ele buscou a autorização dos seus superiores,
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pesquisou e está expondo algo, considerado por ele como o mais representativo de tudo o que estamos vendo nesses dias em Bauru sobre a questão negra.
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Não o crítico por agir assim, pois Valter faz e fazendo, algumas vezes incompreendido, busca sempre algo com ligação umbilical às classes dos menos favorecidos, dos oprimidos e dos que não encontram seus trabalhos regularmente retratados. Vibro com isso e fui conferir o que preparou. Algo singular e com uma evidente pureza, com a cara de seu mentor. O tema “Raízes” ele construiu em cima da obra “Navio Negreiro”, o famoso poema de Castro Alves e a partir daí uma viagem, com até a construção de um barco, ou seja, o próprio navio negreiro. Só mesmo vendo para poder entender o que se passa na cabeça do Valter quando arregaçou as mangas e foi à luta, ocupando (não uso o termo invadindo) o espaço antes somente
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aos livros. Ficar escrevendo laudas e laudas é pouco. Reforço um convite para que dêem uma passada por lá, olhem aquilo tudo com os mesmos olhos de quem o fez, uma simplicidade à flor da pele e entendam que é assim, exatamente dessa forma que se faz algo pelo e para o povo. Valter é um cara de quem
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gosto muito e quando se põe a executar algo, sempre vejo ali um belo resultado.
Para entender a miscelânica do Valtinho a pessoa precisa estar desarmada de preconceitos, não ser arrogante, muito menos convencida. Basta olhar para tudo o que está diante dos seus olhos com um entendimento de como aquilo tudo foi buscado, preparado, executado e finalmente, exposto. Melhor que tudo é esbarrar com o próprio ali, ao vivo e a cores na exposição e ouvir dele, suas próprias explicações para cada peça estar ali, uma justificativa sentida. Aí sim pode-se entender um bocadinho do que esse realizador tem na cabeça. Ele faz e só por isso, bato palmas.
2 comentários:
"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ainda haverá guerra."
(Bob Marley)
Simplesmente Fantástico ,
Parabéns TAM !
Aconteceu na Tam, pessoal, é verídico !!!
Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar
na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
'Qual o problema, senhora?', pergunta a comissária..
'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'
'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe
econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar na classe econômica. Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
Se você é contra o racismo, envie esta mensagens aos seus amigos, mas não a delete sem ter mandado pelo menos a uma pessoa.
'O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons...'
MJ
Em homenagem ao dia da Consciência Negra, nossa homenagem com o Mestre Ben.
Bom dia ao som de Umbabarauma, ponta de lança africano.
http://www.youtube.com/watch?v=YQOOzvwW2Wk
Que sigamos nesta evolução a cada dia...
Lê
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