terça-feira, 29 de novembro de 2011

OS QUE SOBRARAM E OS QUE FAZEM FALTA (27)

ALGO DO DOMINGO PASSADO E LEMBRANÇAS DO VELHO “GASPARINI”
Domingo é sempre um dia saboroso aqui pelos lados de minha modesta morada. Primeiro porque tem Feira do Rolo e lá, especialmente nesse domingo vejo os policiais tomando conta de tudo e de todos. Bom por um lado, ruim por outro. Explico. Segurança é sempre bom, sem esse penduricalho de Atividade Delegada, um complemento salarial que deveria vir do empregador da PM, o Governo Estadual. O ruim é o observado por mim. Eles estão lá para garantir que não ocorra a revenda de produtos pirateados, mas só fiscalizam os CDs e DVDs e nada mais. Estranho, não? Se é para acontecer a faxina, que se aconteça com todos e não somente em um segmento, pois isso denota algo a preocupar a todos nós. Mas a feira dominical é mesmo uma festa (o maior encontro popular de Bauru) e nela encontro seu Hermes, nordestino de quatro costados, trajando sua imponente camiseta do Sport Club do Recife, que no dia anterior havia conseguido a duras penas subir novamente para a 1º Divisão do Futebol Brasileiro (ufa!!!). De lá saio para o mercadinho mais aconchegante de Bauru, a Casa do Arroz, na rua Araújo Leite, perto da igreja e quem encontro batendo o maior papo entre as gôndolas de frutas é Isaias Daibem e Milton Dota (pai). O assunto era a nova cara do PSB local e meti meu bedelho na conversa, dizendo que com os novos ares, a oxigenação partidária, algo de novo pode despontar dentro da sigla, ou seja, algo mais com a conotação socialista, tão em falta até agora. Almoço em família, casa cheia e mesmo louco para tirar a tal da “ciesta”, vou é para o Teatro Municipal ver um pedacinho do Umbanda Fest, o evento anual capitaneado pelo Ricardo Barreira e do pouco que vejo, algo me encanta, a apresentação musical de uma jovem cantora paulistana, Suelen Luz. Depois fui curtir os jogos do Corinthians e do Vasco, cada um a seu modo, numa emocionante decisão do Brasileirão adiada para domingo que vem.

Escrevi tudo isso para finalizar com algo simples, direto e reto. Nesse último domingo me lembrei muito de uma pessoa que reencontrava sempre nas feiras, ruas e lugares dos mais populares de Bauru, o ex-prefeito e líder comunista Edison Bastos Gasparini, que anos depois deu nome a um conjunto habitacional e que em sua homenagem, pela sua atuação popular, todas as ruas por lá são denominações de profissões populares, como açougueiro, pedreiro, padeiro, professor, carpinteiro, etc. Morei lá por alguns anos e adoro o lugar, onde meu filho mora até hoje. Tenho uma história com Gasparini nas imediações da feira, talvez a caminho de sua casa (morava nas imediações do Jardim Santana). Ele abaixado verificando os pés de uma criança de rua, dessas que andam descalças o dia todo e vendo-o todo ferida, pés em flor, estava aflito, ajoelhado na beira da calçada, tentando ajudar ao seu modo, talvez levá-la para algum atendimento e a criança querendo se safar, fugir sem entender aquela presteza toda. Aquela cena dele nas ruas, sempre olhando e tentando prestar sua ajuda para os mais necessitados, os miseráveis dessa Bauru é algo que não me sai mais da cabeça. Gasparini é desses políticos não mais existentes hoje, pois faz muita falta. Nunca aceitaria ter cargos dentro de uma administração, nunca jogaria contra os enfraquecidos, nunca se beneficiaria da especulação imobiliária, nunca teria empresas e faria delas uso político, nunca defenderia uma administração quando essa tomasse rumo contrário ao dos interesses sociais, nunca aceitaria obras superfaturadas, nunca deixaria de fazer obras populares para atender eventos e festas e mais que isso, nunca aprovaria esse tal de “Ficha Limpa”, sem antes escancarar os seus reais interesses ocultos. Gasparini é sem sombras de dúvidas um desses que FAZ MUITA FALTA.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Henrique !
Saudosa lembrança.....saudades tenho também de meu Pai !
Obrigado !
Alexsander Bastos Gasparini