ELEIÇÃO DE CONSELHO E A ESTRATÉGIA PARA VENCER PLEITOS A QUALQUER CUSTO
A maioria das escolhas de conselheiros para compor os Conselhos Municipais ocorre de forma tranqüila, sem grandes turbulências. Nelas as pessoas se predispõem a participar e doar o seu quinhão, contribuindo com seu conhecimento, experiência e sapiência para a construção de uma cidade mais saudável. Tudo evidenciava algo com a mesma tranqüilidade na que ocorreria na última sexta, 18/11, para o Conselho da Condição Feminina de Bauru, um dos poucos com eleição direta, com participação da comunidade bauruense. Ali, até hoje, abnegadas mulheres se revezavam num trabalho pela causa feminina e não se via o uso de máquina política, muito menos gente chegando em massa, carros saindo e chegado a todo instante, todos 
com papelzinho na mão e indo votar sem saber nem no que. Mas foi o que ocorreu naquela sexta na Casa dos Conselhos, local desse pleito.Guardião, o super-herói bauruense, constantemente sobrevoando a cidade e ao se deparar com a cena, resolveu observar o que seria aquilo. Sem muito esforço, constatou ser o que mais se pode repudiar no quesito eleição, ou seja, o uso de uma truculenta máquina voltada para eleger um grupo e desbancar outro. Onze conselheiras foram eleitas e dentre seus nomes, algumas que já estão em plena campanha para a vereança no próximo ano. O entendimento feito é o de que possa ocorrer no Conselho o seu uso como um QG político, uma espécie de trampolim para atividades de uso exclusivamente eleitoreiro, exatamente como já ocorre hoje com a Casa dos Conselhos (fato que já foi denunciado e tem algo sendo investigado pela Justiça). E se isso de fato ocorrer, a cidade
precisa tomar conhecimento disso o quanto antes e excluir essas pessoas da vida política. “A pessoa almejar um cargo político, tudo bem, todos podem, mas começar já sendo eleitas dessa forma, arrebanhando gente e levando-as para votar em massa, distribuindo ali colinhas com seus nomes é algo abominável. Quem se predispõe a participar disso precisa ser impedido de participar de eleições e de atuar em cargos públicos, pois já começou do jeito mais errado existente”, denuncia o super-herói. 
Guardião percebendo como aquilo tudo estava servindo a alguns propósitos, ouviu algumas pessoas e de uma foi esse o relato: “A Casa dos Conselhos virou a Casa da Mãe Joana e lá o que menos pode ser dado são conselhos. Para muitos ficou desaconselhável passar perto de uma antes respeitada casa. Não sei como alguns Conselhos ainda conseguem fazer ali suas reuniões. Que agrupamento é aquele instalado ali? E nessa eleição carro andou de cima para baixo e até um sindicato ficou totalmente à disposição o dia inteiro. Tudo foi lidado como se fosse uma eleição daquelas acirradas entre correntes opostas de sindicato. Virou campo de batalha e com uma faísca tudo poderia pegar
fogo”. Isso tudo deve servir de alerta para o que está por vir e como sugestão inicial Guardião deixa um dica: “Por que um vereador não pede as contas pagas de telefone daquela Casa?”. É um começo, pois a finalidade para que foi criada já não existe mais e depois outro alerta: “A cidade precisa estar atenta para as eleições dos outros Conselhos, pois talvez ocorra a repetição da mesma fórmula milagrosa para se chegar aos píncaros da glória. Vale mesmo a pena fazer de tudo, apelar para o que de pior existe existe num regime dito democrático para se ganhar eleições? Alguém aí se habilita a puxar o fio dessa meada?”.Guardião ficou extenuado e chegou a perder seus poderes. Quando pediu ajuda para deixar o local e buscou carona num dos veículos usados para transporte de eleitores, recebeu como resposta: "Não. Aqui tá tudo dominado. Coletivo lotado, sem vagas para denuncistas de plantão". E ficou a pé.
obs.: A idéia do Guardião é do desenhista GONÇALEZ (www.desenhogoncalez.blogspot.com) e desse escrevinhador mafuento, o HPA, o idealizador do texto sendo postado aqui essa semana.
13 comentários:
amigos novos e antigos:
Postei ontem à tarde no facebook Direitos Humanos Bauru o texto abaixo e logo a seguir uma única manifestação, corajosa como sempre, de uma etena militante bauruense. Leiam a ambos.
HPA - direto do mafuá
MEUS CAROS E CARAS: A saída dos advogados TRUIJO, JORGE e TRIAGO merecem uma melhor explicação e mesmo que eles não o queiram fazer declaradamente nesse momento, ela virá a tona. Uma carta publicada hoje na Tribuna do Leitor escancara outros problemas internos na OAB local. Nada fica oculto por muito tempo e tudo vindo à tona, saberemos de fato dos motivos da descontinuidade de um trabalho atuante. O mesmo está ocorrendo nesse exato momento lá pelos lados do Conselho da Condição Feminina, onde precisamos todos nos unir e informar a população o que de fato ocorreu na eleição para composição de sua nova Diretoria. Todos os cargos foram ocupados por pessoas novas, que nunca tinham estado no Conselho e a grande maioria com intenções políticas elitoreiras explícitas e declaradas. Pior que tudo são essas pessoas, querendo ingressar na política e chegando com uma prática abominável, a de trazer no dia do pleito muita gente que nem sabia direito o que estava fazendo ali, mas com um papelzinho na mãos e o nome que deveria ser sacramentado. Já chegam cheias de erros e provavelmente querendo fazer do Conselho um QG político para a eleição do ano que vem. Vou me inteirar melhor de todos esses fatos e denunciarei aqui e no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com). Estou também à disposição para os pronunciamentos dos amigos Truijo e Jorge sobre os fatos ocorridos na CDH da OAB. Esses dois fatos precisam ter a merecida divulgação. HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO
Tatiana Calmon, 20 de Novembro de 2011 19:55: "Henrique, não é a primeira vez que tomam de assalto o Conselho da Condição Feminina.... a história se repetiu e pelo mesmo grupo, só a "comandante" não é a mesma".
De minha lavra o questionamento final: Coragem nesse momento. É disso que precisamos. Vamos escancarar tudo ou deixar tudo passar como se nada estivesse acontecendo?
Henrique
Você tem toda a razão no que escreveu. O JC tentou resvalar no ocorrido, sem querer se aprofundar, mas o jornalista que lá esteve viu tudo e se questionado pode dar um bom depoimento da pouca vergonha. Não sei seu nome, mas hoje na coluna Entrelinhas uma pequena nota a revelar que o anormal foi a constante na eleição. Leia:
DISPUTA FEMININA - Merece um estudo de caso a acirrada disputa pelas 11 vagas de titulares e mais 11 suplentes do Conselho da Condição Feminina de Bauru, para o mandato 2012/2013.
O que viria a ser esse estudo de caso? Exatamente o que voce teve coragem e escancarou no blog. E nossos vereadores? Veremos hoje à tarde.
As mulheres perderam.
Sandra C. Pereira
MEU CARO,
SIMPLES A EQUAÇÃO:
Entre a Casa dos Conselhos e o novo Conselho da Condição feminina de Bauru tudo ficou dividido e loteado entre três siglas.
São elas PT, PMDB e PR.
Confira e me diga se minto.
Ivanhoé
Henrique
Tá com medo de que?
Vc sabe e omitiu que o prefeito foi votar e levou alguns do seu staff.
E pior, declarou o voto, adivinha em quem?
Por que não escreveu disso?
Amigo da Onça
O QUE ESTÁ SE VENDO POR ALI SÃO DISPUTAS PELO PODER, GENTE QUE NÃO VIVE SEM ELE E POR ELE FAZ DE TUDO, MAS TUDO MESMO. É O PODER, PODER, PODER, PODER, PODER, PODER E PODER.
UMA SERVIDORA QUE TUDO VÊ, MAS NÃO QUER SER PREJUDICADA
Gente,
O bicho pega para quem quer assobiar e chupar cana ao mesmo tempo.
Demoro nas respostas, mas cá estou.
O texto do JC é do jornalista Nelson Gonçalves que esteve lá e presenciou tudo. Viu tudo e se quiser pode contar em detalhes o algo mais que ele cita
como "estudo de caso".
Sim, são esses tr~es partidos a dominar o cenário em ambas as instituições. Isso qualquer leigo consegue constatar e enxergar também o algo mais que está se vislumbrando além disso.
O prefeito Rodrigo, pelo que ouvi, votou e declarou seu voto. Está apoiando esse pessoal e deve conhecer como foi feito o processo eleitoral, pois tudo estava escancarado demais.
Se as pessoas querem ou não falar disso, investigar isso ou aquilo é outra coisa. Tá tudo muito claro e explícito. Depois não venham nos dizer lá na frente, que algo poderia ser feito. Talvez alguns gostem de dar corda para esse pessoal, pois sabem que quem age assim acaba sempre se enfocando sózinho. Não sei se a tática é éssa. Eu fiz e faço a minha parte. O que vi está relatado aqui no blog e tenho certeza que não é dessa forma que se pratica política. Quem age assim, para mim, é percinioso e já começa errando.
Poder. Sim, alguns gostam de apregoar serem os poderosos. Vejo isso um sinal de fraquesa. Acompanharemos como tudo irá sendo encaminhado após a posse no começo do ano.
Acredito que outros poderiam ser mais corajosos e postar comentários aqui, pois ouvi muito nesses dias, mas ninguém colocou a cara para bater. E dessa forma não mudamos nada.
Henrique - direto do mafuá
Caríssimo Henrique: vejo aí um importante momento de reflexão e transição. Acompanhei um pouco o trabalho das conselheiras desta gestão que está se findando e dela, de modo muito tênue, até fiz parte como suplente. Posso dizer que muitas delas são históricas nessa atividade que vai além do próprio Conselho.
E isto basta? Não.
Percebi também que são as mesmas que levam nas costas essa atividade que costumamos traduzir em articulações em prol de um segmento específico dentro de nossa sociedade. E essas "batalhas" (tenho evitado termos bélicos porque atraem justamente o que pretendemos repudiar) são válidas sim, não fossem, não teríamos leis que procuram proteger, incentivar, conscientizar etc. as mulheres, seja de que setor for, seja de qual classe social se considere. Violência, saúde, educação, oportunidades de trabalho reconhecido e bem remunerado, equidade de direitos e reconhecimento de especificidades próprias ao gênero: são temas que não só Bauru, mas o Brasil, a ONU reconhecem a importância social e humana que encerram e quebram a cabeça para tentarem minimizar os problemas na busca de se encontrar soluções.
E o que ocorreu agora com essa manobra para a eleição do Conselho da Condição Feminina em Bauru reflete alguma tomada de decisão no sentido de se atender a essa demanda??
Não quero condenar a gestão que ainda nem iniciou, tampouco dizer que o que estava sendo feito era suficiente. Quem colaborou, participou intensamente das atividades ligadas ao CMCF talvez não tenha bem a dimensão dos critérios políticos que estão envolvidos em atividades como essa (ou não reconheceu que seriam potencialmente devastadores se minimizasse a sua importância) e, por outro lado, quem angariou um posto no Conselho, também não tenha a dimensão das demandas...
Portanto, a alegada falta de legitimidade que poderá se confirmar ou não, aparece de um lado e a fragilidade do reconhecimento das ações por conta de uma atuação honesta, porém insuficiente em alguns momentos, de outro – imagino que mais por razões de articulação política que se traduz muitas vezes em necessidade de verbas e pessoal para dar continuidade e visibilidade a projetos e por ausência, também, de pessoal articulado com as novas demandas da sociedade que faz uso de novas tecnologias, conhece métodos educativos mais atraentes e que, de alguma maneira esteja ligado às Universidades ou a diferentes setores da educação para arejar e implementar novos projetos que atinjam o objeto primeiro de toda essa história: as mulheres.
Neste caso, a composição do Conselho, ainda que se mantivesse com boa parte da sua formação “histórica”, poderia ter contado com essa colaboração e não foram poucas as tentativas.
Quem falhou, portanto? Não sei dizer, mas creio que as mulheres não podem perder, mais uma vez...
Toda essa manobra foi arquitetada de dentro da própra Casa dos Conselhos.
E aí que está a raiz dos problemas.
SAbe por que o Luzia pediu para sair de funcionário de lá? Pergunte a ele. Não suportou ver aquilo tudo acontecendo lá dentro e podendo sobrar para ele. Pediu para ir para outro lugar.
ONTEM RECEBI ALGUMAS MANIFESTAÇÕES A RESPEITO DESSA ELEIÇÃO VIA E-MAIL E COM PEDIDOS DE NÃO REVELAÇÃO DOS SEUS NOMES (O TAL DO RECEIO DE RETALIAÇÕES E PERSEGUIÇÕES). REPRODUZO AQUI UMA DELAS:
Boa Tarde:
Estivemos em vários movimentos de direitos e sociais, tenho nas atuais conselheiras referência
de luta pelos direitos, em especial da "mulher".
O que presenciei no dia da eleição foi vergonhoso, ditatorial, sem ética qualquer,
não esperava ser testemunha de atos como o que aconteceram.
Tenho certeza que estremos juntos na luta, pois creio que "quem viver verá".
As conquistas que marcaram a história do Conselho Municipal da Condição Feminina de Bauru serão um marco a ser sempre lembrado.
Colocamos a sua disposição para momentos futuros de luta.
Att:
HHHHHH>
Minha última observação: Dizem ser perigoso cutucar o ocorrido, mas o faço por ser totalmente contrário a política exercida desse jeito e, principalmente, quem o incentiva. Esse espaço continuará livre e aberto para denúncias sobre o ocorrido.
Isso tudo deveria dar uma grande Merda, mas veja só, nem a imprensa se interessa e tudo parece cair nos esquecimento. Mas tudo tem próximos capítulos e é só aguardar para ver mais coisas pipocando. Esse pessoal é muito senhor de si, parece até que estão garantidos por uma espécie de impunidade consentida. Péssimo isso, sr Henrique.
Rafael
Parabéns pela matéria no BLOG!!!! As verdades tem que ser ditas mesmo...vc sabia que a Jéssica que foi eleita é filha da Gisele Moreti???? E que a Ana Almeida foi uma das que fez a denúncia contra o Ricardo em conjunto com a Gisele...a verdade começa a vir a tona...uma pena que as injustiças são claras neste governo...beijão!
Lorana Prado
Da forma como tudo aconteceu não tem como isso não terminar muito mal. Foram tantos os erros e absurdos, que isso ainda vai dar muita merda. Pode ter certeza. Escreve o que eu estou te dizendo, mesmo sem voce saber quem eu sou, mas te digo, também vi aquilo tudo e não podemos concordar com isso se repetindo aqui em Bauru ano após ano.
R9
Em Bauru tem um cara que compra estes estereotipos de trens, reforma todos eles, e vende por aí, ganhando a vida e muito bem. invejosos de bauru o denunciaram a policia federal. a cobra está fumando do lado dele, infelizmente.
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