RETIRADA DE TRILHOS URBANOS E A REPERCUSSÃO DE CONSELHEIROS DO CODEPAC
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1.) "Lembram-se daquele pátio ferroviário que ficava na área central da cidade..." – Zilda Palloni Somense - carta na Tribuna do Leitor JC, 15/11/2011:
Relembrando uma propaganda da Fundação Roberto Marinho de 1988, com a genial Fernanda Montenegro - “Que país é este?” -, onde se mostrava o que a falta de memória histórica produz: a falta de identidade de um povo, e serve para ilustrar muito bem as vicissitudes de nossa história atual. Lendo a reportagem “Patrimônio ferroviário de Bauru irá para Guararema”, senti-me impotente e ferida pela falta de respeito com a história de Bauru! Enquanto reles cidadãos (assim que me sinto), nada podemos fazer para evitar a retirada do patrimônio de cerca de três quilômetros de trilhos inativos instalados em solo bauruense. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Codepac) de Bauru alega que houve demora da Justiça no julgamento da liminar que pede a preservação desta área e notamos que agora é tarde para evitar a saída dos trilhos para Guararema.
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Mas, de outro lado, notamos interesses de se construir apartamentos residenciais ao longo da avenida Pedro de Toledo, inclusive parte dos trilhos doados a Guararema é de propriedade do grupo Marca, que há três anos aguarda autorização para construir o conjunto de apartamentos. De acordo com a reportagem, os mesmos ajudarão a revitalizar a região, valorizando o potencial turístico da cidade e seu patrimônio ferroviário. Como? “Esta linha, que integra um trecho de 100 metros dentro da propriedade do Grupo Marca, seria mantida para garantir a implantação de um projeto de ampliação do passeio da locomotiva “Maria Fumaça”. “A ideia é que este passeio possa ser inserido dentro da nossa área, interligando a antiga Estrada de Ferro Sorocabana à Estação da NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil)”, frisa Cortellini.”
De uma forma ou de outra, acredito que houve da parte de nossos governos anterior e atual a demora em tomar uma ação mais firme em relação a esta área que tanto projetou o crescimento de Bauru. Se há 10, 15 anos atrás tivessem promovido políticas para preservar toda a área central da Antiga Noroeste do Brasil, Sorocabana e Paulista, não estaríamos hoje nesta saia justa e perdendo estes trilhos, não estaríamos perdendo nossa memória histórica. Concluímos com o pensamento de
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2.) Membros do Codepac e interessados nas questões do Patrimônio Cultural de Bauru que receberam esse email (Encaminhamento de minha lavra para todos os Conselheiros do
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Gosto de ser instigado por cartas como a dessa senhora, publicada na Tribuna do Leitor do JC. Denota no mínimo um interesse pela luta na defesa do patrimônio histórico e cultural de Bauru. Isso é bom, porém, em alguns casos ocorre uma luta por algo que pode-se perder, para que no frigir dos ovos ocorra num outro ponto uma vitória maior.
Não sei se estou equivocado, mas nesse caso ouvindo algumas das partes envolvidas chego à conclusão de que esses trilhos não nos farão tanta falta. A Estação da Sorocabana está preservada como aprovado pelo CODEPAC e um entorno. Esse trilhos pertencem à sequência da estação da Sorocana e mesmo sem eles a composição férrea da Maria Fumaça poderá chegar até defronte a estação. É isso mesmo? O que não poderá mais fazer é seguir adiante, mas isso, pelo que sei já não é feito a muito tempo.
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Primeiro seria bom a opinião de quem está realmente por dentro dessas questões, elucidando as dúvidas dos conselheiros e depois, talvez uma nota do Conselho, com esclarecimentos definitivos do que está sendo feito naquela região, o que foi aprovado pelo Conselho, o que está em curso. Podemos providenciar isso?
Um abraço a todos e aguardo mais detalhes sobre esse tema, para ter também um melhor entendimento sobre o mesmo. Envio também cópia deste para o vereador Roque Ferreira, outro interessado no tema e com
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3.) O posicionamento do CODEPAC veio em um e-mail com o seguinte teor: "Bom dia a Todos. O Codepac, tratou deste assunto, deliberou e já se manifestou sobre. Assim defende a manutenção dos trilhos que permitem acesso ferroviário até a estação Sorocabana. Sobre a nova ocupação urbana no entorno da ferrovia é algo pertinente ao plano diretor e outras legislações que neste momento incentivam esta prática. Abçs".
4.) CONHECER E PARTICIPAR – resposta do professor Fábio
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A cidade de Bauru tem no seu centro histórico, um dos maiores conjuntos arquitetônicos ferroviários do Brasil e da América Latina. Esse conjunto pode se tornar um grande CENTRO HISTÓRICO-TURÍSTICO FERROVIÁRIO e vir a ser um pólo gerador de renda, empregos e arrecadação sob a perspectiva da Economia Criativa. Essa informação precisa circular em todos os meios de comunicação e ter o apoio de todos aqueles interessados em que a nossa memória não se perca: formadores de opinião, empresários, estabelecimentos de ensino superior, de ensino médio particular e da rede estadual, sindicalistas, membros dos órgãos de comunicação, políticos da cidade, enfim todos devem conhecer essa realidade histórica para saber tirar dela as vantagens que ela pode trazer.
Temos que mostrar aos cidadãos bauruenses o que eles tem nas mãos em termos de história, tradição, economia, geração de empregos, enfim mostrar que o PASSADO PRESERVADO NÃO ATRAPALHA e, no nosso
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Existe por parte da Prefeitura o Projeto chamado “FERROVIA PARA TODOS” que promove passeios turísticos periódicos e de curta duração, mas que pode se tornar um passeio de 44 km com interesse local, nacional e internacional. Ligado a esse projeto existem dez Unidades Museológicas que poderão ser visitadas a partir da Ferrovia restaurada no Centro. São elas: 1)Estação de Tibiriçá e de Fazenda Val de Palmas, 2)Museu do Trem, 3)Estação Sorocabana, 4)Estação Central e Museu da Tecnologia, 5)Museu Ferroviário Regional de Bauru, 6)Centro de Memória, 7)Museu da Imagem e do Som, 8)Museu Histórico Municipal, 9) Memorial da Indústria - CIESP, 10)Casa Ponce Paz.
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Poderia ser da cultura da nossa cidade nos perguntarmos se o imóvel a ser demolido não poderia ser aproveitado de uma forma mais adequada para a História da cidade. Em países com uma cultura de preservação os imóveis
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Um empresário da cidade do ramo de materiais de construção e acabamentos luta para conseguir encaminhar, nas antigas Oficinas da Estrada de Ferro Noroeste de Bauru o MUSEU DO TREM que seria visitado por milhares de pessoas por ano, além
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Como professor Universitário e do Ensino Médio na cidade e preocupado com o nosso Patrimônio Histórico Arquitetônico Ferroviário e o Entorno Histórico do Centro preparei um Roteiro Histórico-Turístico para ser realizado a pé, do “Marco Zero” (Rua Araújo Leite quadra 2) até a Estação Central, na Praça Machado de Mello. Uso esse Roteiro na matéria que leciono na Universidade do Sagrado Coração, Patrimônio Cultural, e os alunos ficam surpresos em conhecer a nossa história e a riqueza do nosso Patrimônio Cultural a partir desse belo passeio. Além disso, a USC contribui para o conhecimento da nossa História e Patrimônio mantendo um centro de documentação e pesquisa essencial para Bauru e região, o NUPHIS (Núcleo de Pesquisa Histórica de Bauru e Região Gabriel Ruiz Pelegrina) além de desenvolver atividades ligadas è História Local.
Enfim, devemos compreender os temores da leitora Zilda Palloni Somense quando se preocupa com os destinos dos trilhos no centro e digo a ela e a
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5.) Antes de finalizar um último recado: "Amigo HP, Peço que v mencione tb a existência em Bauru da APFFB - Associação de Preservação Ferroviária e Ferromodelismo de Bauru. Uma OSIP que existe há quatro anos voltada a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural Ferroviário. Certamente a leitora desconhece tb esse fato. []s Eng. Ricardo BagnatoAPFFB - Associação de Preservação Ferroviária e Ferromodelismo de Bauru".
OBS.: As nove fotos da parte final do post foram tiradas por mim no ano de 2008 junto ao pátio férreo de Triagem Paulista. Como estaria aquilo tudo nos dias de hoje? Ali tudo é domínio da concessionária ALL e se não fosse pela ação do CODEPAC, nem o pouco do preservado existiria mais.
5 comentários:
HENRIQUE,
Aqui no Mato Grosso o abandono das ferrovias é pior do que aí em Bauru, mas em Campo Grande tá tudo revitalizado e em Três Lagoas vi algo muito bonito, com as estações reformadas. Mas lá era a terra do Hames Tebet, o senador falecido e a filha dele manda lá.
Em Bauru tem muita coisa que precisa ser mantida e outras que pode-se ceder sem prejuízo. O que precisamos entender é que nem tudo deve-se mantar na cidade, pois outras possuem também projetos e necessitam de material. Por que ficar tudo aqui se nem condições de fazer tudo temos? A quanto tempo não se restaura um trem aí em Bauru? Acho que o último, e se estiver errado me corrija, foi os do Poupa Tempo. Morei ao lado de Triagem e sei do abandono por lá. Primeiro deixaram levar tudo, depois colocaram segurança para cuidar do que sobrou sem que os ladrões pudessem carregar.
Paulo Lima
Henrique
Tô tentando postar aqui desde manhã e achei a coisa mais difícil desse mundo. Precisou me ensinar por telefone para ver se conseguirei. Ufa...
Aqui em Bauru acontece algo diferente, sui generis. O pessoal que querem construir as casas lá ao lado da estação da Sorocabana foram quem fizeram de tudo para doar os trilhos. Só que não querem assumir a pendenga sózinho, pois isso pegaria mal para eles, chegando agora na cidade e assim, cutucam o Codepac para que eles o façam ou a Prefeitura o faça, assumindo o ônus da batata quente. Querem ficar com o filé, sem ter que roer o osso. Assuma logo de uma vez que estão por trás dessa doação.
O Pallotta tem um posicionamento claro, objetivo, que deve ser o da maioria do pessoal do Conselho. Muita gente dá opinião sem entender nada do que de fato foi tratado, como foi, por quem, em que instância está, quem roeu a corda, quem chegou agora, essas coisas. Palpiteito tem em qualquer lugar e a da carta do jornal é uma dessas. Pode ter tido a intenção de ajudar, mas pegou o bonde andando e subiu e já foi querendo mudar a rota traçada.
Ricardo Borges - comerciante do centro da cidade e querendo muito ver o centro da cidade com outra cara e identidade
Os trens da ALL parecem os de campo de concentração da segunda guerra mundial, onde milhares de judeus foram trucidados pelos nazistas do loco abreu, digo, loco hitler.
Tem um trem que sai de campo grande para santa cruz de la sierra, bolivia, onde centenas de brasileiros fazem o curso de medicina naquela cidade boliviana. legal né...
em bauru tem um cara que compra, reforma muito bem estes trens, e os vende. um invejoso o denunciou a policia federal. a cobra tá fumando do lado dele. é mole?
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