sexta-feira, 27 de julho de 2012

BAURU POR AÍ (70)
O FIM DO RESTAURANTE DO LUSO
Um dos locais mais bucólicos dessa insólita Bauru fechou definitivamente suas portas. O Clube Luso-Brasileiro foi vendido e vai ser demolido, pedra sobre pedra, para em seu lugar, dar lugar ao que Os ditos progressistas estampam todos os dias nas manchetes como um novíssimo Centro-Empresarial. Disso, como me ensinou meu amigo Sivaldo Camargo, expresso somente um “Sem palavras”. Dia 28/07 o último Baile no salão do Luso e dia 01/08, sábado o último dia do funcionamento do Bar Luso-Brasileiro, que além da comida excepcional, feijoada e bacalhoada, algo pouco usual nas casas de comida de Bauru, música ao vivo e valorizando grandes nomes locais. Comi muito por lá e revi vários grandiosos da constelação bauruense da boa música. Não tenho muito que escrever, além da tristeza, a mesma que me acometeu quando fechou o Bauru Chic, do amigo Egberto. São perdas. Só isso.
Sobre o fechamento do restaurante, reproduzo duas cartas publicadas na Tribuna do Leitor do JC. A primeira, “UM BREVE ADEUS AO BAR DA LUSO”, publicado em 24/07: Quando foi dado como certa a venda da Luso, há algum tempo atrás, foi uma tristeza geral, principalmente para aqueles que viram o clube ser erguido, como eu, que durante muitos anos usufruiu das quadras de basquete como atleta, das piscinas e dos grandes carnavais da família Lusitana. Nos tempos atuais, o que restou de bom ali foi o bar do meu grande amigo Sérvio e sua irmã Darcy. Os sábados e domingos com música ao vivo viraram ponto de encontro das família e dos amigos que lá vão saborear os deliciosos pratos que são oferecidos. O cantor Rafael é ótimo com suas músicas alegres e que com seu bom humor brinca com as pessoas levando alegria para todos que por ali passam.Tem também a D. Elza, que dança o tempo todo, a Vera que arrisca algumas músicas ao vivo, a Arlete e a Arlene que, tímidas, a tudo assistem sempre sorrindo. Mas para que tudo isso aconteça e a energia flua com bastante intensidade, tem que haver um porque e esse porque é o anfitrião, meu amigo e irmão de longos anos, o Sérvio. Esse moço foi tão importante para mim que eu costumo dizer que a minha vida tem o antes e depois de conhecê-lo. Ele, além de amigo fiel, é um guerreiro, um batalhador, com ele não tem tempo ruim e apesar das dificuldades e tristezas que a vida oferece, está sempre otimista, alegre sempre sorrindo. Sabe, amigo, sei que você está triste porque seu bar vai ter que fechar daqui a alguns dias, mas encare isso como uma renovação de vida, um novo ciclo que se abre, é um novo amanhecer, é como uma borboleta emergindo belíssima e colorida de seu casulo. Quando a vida fecha uma porta, Deus abre uma janela. Não vai demorar muito e você vai ter seu novo bar e vai se ver novamente rodeado de seus amigos. Que Deus te dê muita luz. Te amo amigo, ontem, hoje, amanhã, pela eternidade, em outras vidas e nas próximas”, Jacy Guedes de Azevedo. E a segunda, “BOTEQUIM DO LUSO”, publicada dia 25/07: Ontem li a coluna do leitor, onde minha amiga Jaci mencionava os almoços de domingos no Botequim. Às vezes parecia que estava em meu fundo de quintal. Rafael nos embalando com suas melodias, conhecidos que passavam abanando a mão, outros unindo a mesa, o hino do Corinthians, as paródias e, acima de tudo, o sorriso de felicidade por estarmos ali. Ao Sérvio e família, às garçonetes sempre sorridentes, agradeço os momentos e creiam, não paramos por aí, somos uma família. Não nos encontramos por acaso e não permitiremos que nada nos distancie. Agradeço à Jaci por nos apresentar o Botequim, após um jogo de basquete, onde se firmou nossa amizade. Sérvio, nos veremos sempre por aí”, Vera Lucia da Silva - amiga do boteco
OBS.: Nas duas fotos aqui reproduzidas, na primeira o proprietário abaixado num papo à mesa com um habituê da casa, o Laranjeira em 21/07 e na segunda, anos atrás, um animado grupo, saboreando a boa música emanada do lugar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mania que esse povo tem de colocar Deus no meio de tudo. Deus deve se cansar disso. O fechamento do Luso e, consequentementemente o do seu restaurante não precisa ter o nome de Deus enfiado no seu meio. Reflitam...

André Lima