Mafuá do HPA

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (66)

DOIS AEROPORTOS, DUAS REALIDADES E O SÓ NÃO ENXERGA QUEM NÃO QUER

A história do novo aeroporto de Bauru, o Moussa Tobias é por demais conhecida de todos os bauruenses. Como foi feito, em que condições, quem o incentivou, quem o bancou, quem se favoreceu e tudo o mais. Questões que estão na boca do povo. Mas o que quero discutir aqui e agora é outro desdobramento disso tudo. O velho, o bom e sempre útil (mais que nunca) Aeroclube, localizado em área nobre está lá do mesmo jeito que antes e cheio de aviõezinhos particulares, táxis aéreos e outros que por lá aportam a todo instante, ignorando a “imponência, importância e praticidade” (sic) do novo, lá na divisa Bauru/Arealva. Parece piada, mas percebam algo. Todas as autoridades que resolvem de uma hora para outra aportar aqui em Bauru menosprezam o novo e aterrissam no velho. Por que?, me pergunto. Uns dizem que seria pela localização e outros porque as condições do novo, que já completou vários aniversários, continua precária, tudo feito na base do visual, sem instrumentação. Choveu, fechou (diz a lenda que cachorro urinando na pista, ela é interditada). Em ambos, a comprovação de que algo não deu lá muito certo na planificação ou pior que isso, fomos ludibriados.

Vamos aos dois últimos casos concretos do que escrevo. Michel Temer , vice-presidente da República aportou aqui com comitiva para visita política e a decisão do pouso, sem pestanejar foi no Aeroclube. Semana passada, o governador Geraldo Alckmin chegou de surpresa na cidade e a decisão do pouso, sem pestanejar foi pela pista do Aeroclube. Ambos pousaram para fotos tomando um suculento café no Bar do Aeroporto, do querido amigo Ico e seguiram em frente no cumprimento de programas estabelecidos. O retorno, nem precisaria dizer, foi feito pelo mesmo Aeroclube. Alckmin dessa última vez apregoa estar disponibilizando até verba pública para o novo asfalto do Aeroclube e dias depois leva um traulitada em carta publicada na Tribuna do Leitor do JC.

As perguntas que não querem calar e que não vi sendo feitas por ninguém (cadê você, Ernesto Varela?) nesses dias são: E o novo, por que o desprestigio? Se nem o governador, que repassou as verbas para desapropriação e construção, numa forma de incentivar seu uso, pousa lá, algo não estaria errado? E o uso como polo garantido de cargas? Fizeram essa cidade engolir goela abaixo como sendo líquido e certo, como anda esse quesito? Nem sei se o avião de carga dos Correios pousa lá, outros tenho certeza que não o fazem. E aí, ninguém cobra nada dos idealizadores do mega projeto? Dizem que será necessário mais um derrame de dinheiro para novos investimentos, armazéns e outros puxadinhos. Mais e mais dinheiro e sem nenhum mísero resoltado concreto no horizonte até agora. Tudo o que o novo faz, o velho já fazia, sem tirar nem por. Não vejo ninguém encostando na parede os responsáveis por isso tudo, nem que for para um simples relato dos últimos pousos em forma de piada e galhofa. Se não podemos resolver, vamos ao menos dar risada disso tudo.
OBS.: As duas fotos maiores, tiradas por mim em cima de fotos feitas pelos jornais locais, na ordem, o JC e o BD, mostram onde pousam Temer e Alckmin quando aportam em Bauru.