ELEIÇÃO NA SEDE DO IMPÉRIO e BOLA PRETA/PÉ DE VARSA AGITANDO
NOVAS SEDES
Hoje é o dia da eleição na sede do Império dominante no
nosso conhecido mundo, os Estados Unidos da América, mais conhecido como EUA. No
páreo, como sempre, dois postulantes ao cargo de mandatário do planeta, um do
partido Democrata e outro do Republicano. O democrata é o atual mandatário,
pela primeira vez um negro a ocupar esse cargo. Seu concorrente, um engomado e
típico cowboy. Nunca consegui decifrar e diferenciar muito bem um partido do
outro. Sempre os achei com muito mais semelhanças do que diferenças. Mas,
recebendo todas as influências por tudo que leio, ouço e vejo, não consigo
deixar de nutrir uma clara simpatia pelo candidato Obama, o democrata. Só pelo
motivo de ser negro, num país altamente racista, já me cai no agrado. Depois,
mesmo sabendo que produz atrocidades mil, mas nunca de forma declarada e
explícita como seu adversário não faz questão nenhuma de esconder, mesmo ciente
disso tudo e também por isso, o prefiro. Semana passada li uma entrevista com o
cientista político Slavoj Zizek (o must do momento), que assim como eu, vê em Obama mais virtudes e diz
textualmente: “Obama não é ruim. Precisamos entender que ele fez muito e muito
mais faria se não estivesse atrelado a um sistema que não permite fazer mais do
que está fazendo. Tudo é muito lento, jogo de xadrez”. Entendo isso também e chego à conclusão de que com a vitória do republicano Romney, nem diálogo existirá mais, pois o cara é turrão, acha que os EUA
perdem tempo de ficar ouvindo opiniões de gente sem cabedal financeiro e que o
negócio do país é mesmo mandar no mundo, impor suas condições e dominar tudo
pelo uso da força física. Tea Party, conservadorismo elevado à máxima potência. Eis aí a diferença que enxergo. Estarei certo ou não
existe mesmo diferença e ambos seriam mesmo farinha do mesmo saco... Na charge de Daniel
Paz & Rudy no diário Página 12 de hoje, o diálogo entre dois representantes
de algum país do Oriente Médio, mas que pode muito bem acontecer com qualquer
um de nós. Façamos uma reflexão coletiva, pois quer queiramos ou não, nosso
futuro está em jogo nessa eleição, afinal eles (ainda) mandam no planeta.
Meu comentário dois de hoje é mais ameno. Sábado passado,
como postei aqui estive na Feira Rio Antigo, aqui na Lapa carioca e lá, esquina
da rua Lavradio com Senado, está sendo construída a novíssima sede do CORDÃO DO
BOLA PRETA. Esse bloco tinha uma portentosa sede no centro do Rio, rua Primeiro
de Março, em cima de uma agência do Banco do Brasil e tudo isso me foi
apresentado décadas atrás pelo bauruense e carnavalesco Guilberto Carrijo, que além
de ser muito conhecido por lá, recebeu até homenagens por todo ano bater cartão
em seus carnavais. Depois foram despejados dessa sede e pela grandiosidade de
tudo o que representam para o Rio de Janeiro conseguiram um novo espaço (não
sei em que condições), esse onde os reencontrei no sábado. Lá ocorria uma
feijoada, casa cheia, bufando de gente, samba comendo solto e essa era uma das
muitas atividades angariadoras de fundos para levantar a sede de forma adequada.
De cara lembrei-me do bloco bauruense PÉ DE VARSA, que hoje encabeça o samba na
vila Falcão e que ganhou recentemente uma concessão pública de um terreno para
levantar seu barracão. O local é na beira dos trilhos, ao lado do barracão da
hoje quase falecida Mocidade Independente, de passado glorioso e presente dúbio
e claudicante. Fico sabendo que o bloco também está na luta para levantar
fundos e que uma feijoada também ocorrerá por esses dias (quando mesmo, hem
gente!!!!). Torço muito para que tudo dê certo e o Pé saiba produzir muitos
eventos e não necessitar tanto de recursos públicos para botar o bloco na rua.
4 comentários:
"vê se não esquece dos amigos quando for tomar aquele chopinho na Cinelândia ou aquela geladinha na Lapa. Grande abraço.."
ADEMIR ELIAS
Henrique
Valeu pelo trocadilho do título.
Na sede do Império também torço pelo Obama. O outro é um perigoso fascista.
Da sede do Pé de Varsa, ainda não conheço, mas acho que vai redimir da vila Falcão do fiasco que o atual presidente grudou na Mocidade.
Quem gosta de samba gosta muito do que está a acontecer com esse bloco, que se quiser já está virando escola no carnaval bauruense.
Aurora
Sobre as eleições presidenciais nos EUA
Diante das eleições presidenciais nos EUA - país que tem seu lugar no topo do imperialismo e das organizações e instituições imperialistas (OTAN, FMI, Banco Mundial, etc) -, os partidos operários e comunistas que aqui subscrevem declaram o seguinte:
A crise econômica do capitalismo marca as eleições: a desvalorização da força de trabalho, o desemprego, redução do padrão de vida da classe operária e dos imigrantes, ascensão do discurso e de ataques racistas, bem como a tendência perigosa em direção à guerra.
Entre os candidatos dos partidos Democrata e Republicano, Obama e Romney, disputas inter-monopólios e contradições sobre a administração do capitalismo e da crise são expressas, mas nenhum deles é uma alternativa para a classe trabalhadora e as camadas médias. Ambos têm o apoio dos grupos monopolistas. O ataque anticomunista do candidato republicano contra o democrata não expressa nada além de demagogia populista apelando ao voto reacionário e conservador, embora produza confusão na medida em que introduz a posição liberal do chamado “mal menor”.
Durante o mandato de Obama na Casa Branca, os monopólios têm se beneficiado de resgates para evitar a falência, por meio do assalto aos trabalhadores, não só com o empobrecimento e o desemprego, mas com o uso de fundos públicos em detrimento das pensões, aposentadorias, seguros de saúde, fundos sociais, etc.
Os matizes entre Obama e Romney não devem impelir os trabalhadores norte-americanos para a falsa disjuntiva de escolher o mal menor. A retórica das diferenças entre eles se transforma em pó quando confrontada com os fatos.
Obama, o ganhador do prêmio Nobel, continua com a política de guerra no Oriente Médio, com a intervenção militar das tropas imperialistas para reorganizar o saque dos recursos naturais e a exploração do trabalho que os monopólios praticam. Ligado ao seu antecessor Bush, no Iraque e no Afeganistão, conduziu a agressão militar à Líbia, à Síria e agora desestabiliza seriamente a paz mundial com os planos contra o Irã.
Na América Latina, Honduras e Paraguai são os sinais de retorno às tendências golpistas antidemocráticas. Ele confirmou os laços com o governo de Israel, contra os direitos legítimos do povo palestino. Ele persiste com o criminoso bloqueio contra o povo cubano e com a ilegal base militar de Guantánamo, onde escandalosas violações dos direitos humanos são cometidas todos os dias.
CONTINUA...
CONTINUA...
Na vida doméstica dos EUA, a política de Obama em torno do tão divulgado Medicare essencialmente abriu novos campos para a exploração comercial da saúde e para a rentabilidade dos grupos monopolistas, tal como demonstra a recente compra do Amerigroup Corp. pela WellPoint, enquanto os cortes estão sendo feitos para todos os serviços básicos das camadas mais pobres.
O ataque constante ao welfare e a postura em relação aos trabalhadores imigrantes são elementos que nos permitem assegurar que tudo se tratou de vãs promessas eleitorais para atrair o eleitorado liberal, ao qual as forças da classe trabalhadora infelizmente se juntaram.
O fato do poder monopolista dos EUA, o Estado Norte-Americano, não admitir espaços em sua fachada democrática para representantes da classe trabalhadora deve ser denunciado. É muito negativo que uma posição autônoma e independente da classe trabalhadora dos EUA não possa se expressar.
O caráter de classe de ambos os partidos os impele, em vista da crise capitalista, a preparar um programa de mais agressões contra a classe trabalhadora, o povo norte-americano e os povos do mundo. Consideramos que o falso dilema de evitar o triunfo da "ultra-direita", apoiando o menos direitista, deve ser rejeitado.
Seja quem for o ganhador, ganharão os monopólios e ilusões não devem ser semeadas entre a classe trabalhadora dos EUA. Pelo contrário, sabendo de antemão qual será o conteúdo do próximo governo, a luta contra todos os selvagens ataques deve ser preparada, uma luta contra os sacrifícios que o poder dos monopólios vai tentar impor, um confronto que deve ser deflagrado desde o primeiro minuto do próximo governo. Temos muita fé no proletariado dos EUA, em sua capacidade de recuperar as gloriosas tradições da classe e do movimento comunista, de John Reed, William Foster, Gus Hall, a luta pelos seus objetivos de emancipação e de uma nova vida, pelo socialismo-comunismo.
Trabalhadores do mundo, uni-vos!
ENVIADO POR PASQUAL MACARIELLO - RJ
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