LANCE 1 – Final de setembro, jogo do campeonato italiano entre Lazio e Nápoli, 0x0 e o atacante do primeiro faz um gol com a mão aos três minutos de jogo. Imediatamente para dirimir dúvidas sobre o lance, o jogador alemão, autor do gol Miroslav Klose, dirige-se ao arbitro e confessa ter colocado a mão na bola. O gol é invalidado e o jogo continua. A polêmica depois do jogo é porque no mundo atual está cada vez mais difícil alguém assumir algo assim, ainda mais ter feito um gol, num jogo de duelo entre rivais. O ato de Klose deveria passar despercebido, mas não passa, pois o que vigora hoje é justamente o contrário, o sujeito tirar vantagem e sair se vangloriando do feito. No fim, a Lazio venceu o jogo sem precisar do gol de mão. Assistam ao lance aqui: http://www.youtube.com/watch?v=eE2F8g55Bh8
LANCE 2 – Semana passada o argentino Barcos faz um gol pelo Palmeiras, também com a mão, o gol seria validado, mas segundo dizem alguém do lado externo do campo avisa o arbitro, que invalida o gol. Barcos fica quieto, o Palmeiras perde o jogo para o Internacional. Fora dos campos uma briga jurídica para anular a partida, tudo por causa do Palmeiras necessitar desses pontos (que não vem ganhando no campo) para tentar fugir do fantasma do rebaixamento. Aqui o jogador não vem a público explicitar ter colocado a mão na bola (acredito que os dirigentes não o deixariam fazer isso) e tudo ocorre no sentido oposto a alguém confessar um delito, mas sim, cancelar uma partida para favorecer um infrator sob alegação de que aviso extra campo teria influenciado juiz. Assistam o lance aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ojdzXJZqnZ0&feature=related
OBS.: Eu não trato isso como malandragem sulamericana e honestidade européia, esse negócio de “malandro é malandro é mané é mané”. Acho essas comparações simplistas, desnecessárias e injustas. Muitos aqui agiriam igual ao Klose e muitos lá agiriam igual ao Barcos. Honestos, desonestos, ladrões, rufiões, corruptos, enganadores, bem intencionados, existem por todos os lugares. O que quero é registrar ambos os fatos e comparar com algo ocorrido comigo.
LANCE 3 – Fiz meu ginásio na EE Madureira, no Parque Vista Alegre e molecão de tudo, inocente e aprendendo meus primeiros lampejos futebolísticos, estava numa quadra, ainda na frente da escola, numa aula de Educação Física, participando de uma partida de futebol de salão. Isso ocorreu nos anos 70, devia ter meus doze anos, por aí. Alguns já sabiam as regras, jogavam bem e outros, como eu, não e estavam meio que perdidos na quadra. Jogo correndo a bola vem na minha direção e meio sem querer ou sei lá como, acabei por tocar a mão na bola. Vi que o jogo não parou, peguei a bola e a entreguei ao professor. Achava que havia cometido uma falta, pois já tinha uma noção de que colocando a mão na bola estava caracterizada a falta. Foi uma avalanche de colegas me azucrinando em algo que durante anos não me saia da memória. Não me lembro nem qual foi direito a atitude do professor, mas sei que a falta foi cobrada e todos ali sacaram que de bola ainda não entendia nada. Vagamente ainda me recordo de gozações e chacotas. O que me lembro também é que tentei argumentar em algo mais ou menos assim: “Mas eu coloquei a mão na bola, tinha que parar o jogo e avisar o juiz”. Depois, com o passar do tempo é que fui entender que nesse jogo, nem sempre uma falta precisa e deve ser marcada, ainda mais quando não é vista pelo juiz e quando pode também nos favorecer com alguma vantagem. Essa foi uma lição que vivenciei na pele sobre as tais das regras do futebol e que me voltou à memória, primeiro quando vi o lance com o Klause, depois com o Barcos.
3 comentários:
Hehehehe e a conclusão????
PAULO ROBERTO
Cada um que tire a sua!
Jorge Carlos Rodrigues de Freitas
Oi amigo!
Quanto tempo, não?
Achei interessante o assunto da mão na bola dos 3 famosos jogadores: Klose, jogador alemão do Lazio, Barcos, jogador argentino do Palmeiras e
Henrique, jogador brasileiro do Madureira. (rs). Ainda hoje é belo ver pureza e honestidade, "até no futebol"... Fiquei morrendo de dó de sua história,
mesmo porque, como professora de Educação Física, fiquei pensando se no seu caso era mão na bola ou bola na mão. Mas felizmente sua intelectualidade
anulou o trauma... rsrs
Na verdade, toda essa introdução foi para dizer que senti saudades ao ler essa matéria.
Mande notícias.
Iraci Santos
Postar um comentário