quinta-feira, 8 de novembro de 2012

FRASES – GILETE PRESS (96)

LIVROS, ALGUMA COISA DO ENCONTRADO NESSES DIAS DE ÍNTIMO CONTATO
Estou vivendo dias mergulhado num mar de livros. Hoje o último aqui pelo Rio de Janeiro e amanhã cedo já de volta à Bauru. Estou empoeirado dos pés à cabeça, cheirando livro antigo e só tenho visto letrinhas impressas na minha frente. Para não fugir disso, eis o que separei sobre o assunto, em algo encontrado no meio desse mar de páginas e mais páginas:

- “A literatura, no fundo, é narcisa. Livros se comprazem em falar de seus pares, e escritores amam escrever sobre aqueles que sobretudo amam: os livros. Cada qual a seu modo”, Marcelo Coutinho, no texto “Quando ler é a aventura de vida”, caderno Prosa & Verso, O Globo, sem data encontrada.
- “O livro que você lê o muda, o livro que eu leio pode me mudar. E talvez dessa forma possa influenciar o mundo. Mas há livros como a Bíblia e o Alcorão que influenciam em massa as pessoas. As boas histórias são como um vírus: espalham-se rapidamente. Quando lemos, criamos nossas próprias imagens e associações. O livro vive dentro de nós e é reinventado à medida que vamos lendo. Há um autor por trás de cada obra, mas é o leitor que dá vida ao livro. Ler é muito mais ativo e criativo do que assistir a um filme. (...) Precisamos de boas histórias. Daquelas que nos alimentam a alma e que nos fazem crescer como seres humanos. Dizemos que uma história influi em nossa vida, podendo dar a ela uma direção totalmente nova”, trecho de entrevista de Jostein Gaarder, autor de “O Mundo de Sofia”, para caderno Prosa & Verso, O Globo, 06/08/2006.
- “Ainda não há máquina que faça nada parecido, mas já ouvi falar de diversas tentativas para fabricar computadores que criam tramas ou núcleos centrais de romances. O escritor é insubstituível, pelo menos por enquanto. Mas talvez dentro de alguns anos seja alço comum. É curioso que, independentemente de ser ou não verdade, tenho observado que os leitores percebem  as máquinas criativas como algo possível no futuro. (...) Criar uma editora independente é cada vez mais fácil, já que os elementos técnicos são mais simples e mais baratos. Por outro lado, a dificuldade maior reside em conseguir público para os livros, já que a cada ano existem mais títulos no mercado. Os editores independentes tem que encontrar seus leitores e sobreviver no mundo dominado pelas grandes empresas. (...) Ainda há muita gente que vê nos livros algo mais do que um produto e, nos leitores, algo mais do que clientes. Infelizmente, a linguagem empresarial é fria. (...) No futuro haverá mais livros publicados, mas cada vez menos os que vendam. Existirão poucos títulos conhecidos e milhões de outros sepultados por uma montanha de lançamentos. O mundo continua necessitando de histórias novas, mas o formato, as empresas de distribuição, os leitores... tudo está num processo de redefinição”, trecho da entrevista do escritor espanhol José Luís Saorin, “O escritor é insubstituível”, caderno Prosa & Verso, O Globo, 21/05/2005.
- “Tem gente que primeiro escreve e depois descobre, ao contrário do usual, que é descobrir e depois descrever. Quando a gente escreve para descobrir, percorre vários caminhos que não percorreria normalmente. (...) Os livros choram por eles mesmos, pelos escritos que não tremem nas prateleiras. Que não produzem arrepios quando se vai buscá-los. Sequer encaixam-se na linha do tempo esses escritos, são consumidos apenas, não mudam de sabor, se é que tem, não provocam acidez, não voltam à mente depois de devorados, não são nem absorvidos nem eliminados, perdem-se e se desfazem na suprema complexidade do organismo, sem provocar qualquer reação e, não deixam marcas nem no corpo nem na alma”, trechos de texto de Arnaldo Bloch, “Por quem os livros choram”, Segundo Caderno d’O Globo, 30/07/2005.

2 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE
Eu também gosto muito de livros, mas infelizmente, por causa dessa internet que domina nossas vidas, tenho lido cada vez menos. Gostaria de voltar a ler, mas já nem sei como recomeçar.

Então chega hoje, sexta à Bauru. Volte logo e comece a reescrever das coisas daqui. Abra o jornal de hoje e veja na capa a foto do assessor do Sindicato dos Condutores falando de um acordo que selou fim da greve. O Sindicato sela um acordo com a empresa e não com os seus sindicalizados, tanto que hoje pela manhã eles paralizaram tudo por algumass horas. Escreva sobre isso. De que lado está esse sindicato?

Bom retorno à Bauru e pau na jaca.

Andre Ramos

Mafuá do HPA disse...

caro André
Saudade de Bauru, alguns bauruenses e de minha Ana, quase duas semanas longe de tudo e de todos.
Quanto ao tema, gostei da dica e escreverei exatamente disso. Queria entender melhor o que ocorre, esse desencontro nítido e latente entre sindicato e os motoristas, os trabalhadores.
Vou publicar na parte da tarde.
Um abracito a todos (as)
Henrique - de volta ao mafuá