quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (43)

NO TEMPO DE EXCELÊNCIA DO DAE TEVE ATÉ DIPLOMA DE OPERÁRIO PADRÃO
Não faz tanto tempo assim. Em 1985, o DAE – Departamento de Água e Esgoto homenageava seus funcionários de várias formas e uma delas era com o mérito de OPERÁRIO PADRÃO. Naquele ano o homenageado foi APARECIDO LEME DA SILVA e na apresentação da premiação lá consta: “mecânico e exerce função perigosa, no setor de troca e reparação de redes hidráulicas pesadas desta Autarquia Municipal”. Os funcionários eram reunidos e os homenageados recebiam uma diplomação num dia de festa e reconhecimento. 
Cidão, como era conhecido recebeu o seu título numa pasta azul, letras do seu nome gravadas em dourado, com um índice previamente preparado dos itens onde foi reconhecido. São eles: Identificação, Apresentação, Vida Familiar, Vida Funcional, Vida Comunitária e Documentação Pessoal. Nascido em 1941, entrou no quadro do DAE em 1960, fez vários cursos internos de aperfeiçoamento e até algo de sua vida pessoal é relatado, o de mancar de uma perna, por causa de acidente de moto (fato que não o atrapalhou na execução funcional). Na parte onde é valorizado consta ter confeccionado vários equipamentos, adaptado outros, montado outros tantos, demonstrando sua criatividade e interesse na facilitação do trabalho diário
.
“Durante uma crise de abastecimento devido a trincas no reservatório R1, conseguiu efetuar uma ligação direta da adutora de 14 polegadas para a bomba, que passou a injetar direto na rede”, conta como mérito seu no ano de 1974. Em 1978, Cidão montou um guincho específico em cima de um caminhão agilizando a descida das bombas em buracos abertos nas ruas. Em 1982 adaptou uma perfuratriz para facilitar retirada de bombas d’água e ano seguinte foi o idealizador do portão elétrico na entrada do prédio do DAE. No ano da homenagem “projetou e montou uma roçadeira para ser adaptada ao trator deste Departamento, utilizada nos serviços de capinação”. O definiram assim: “todo problema que surge, o mesmo procura encontrar uma solução definitiva ou provisória, sempre pronto a atender este Departamento em caso de necessidade”.

Ele fez parte de uma geração de ouro do DAE, um tempo que deixa muita saudade em todos, tempo onde o servidor era mais valorizado, reconhecido e atuava cheio de orgulho. O presidente da época, na primeira administração do prefeito Tuga Angerami era Arlindo Figueiredo e o diretor de Recursos Humanos, Paulo Eduardo Martins Neto. Paulo, 66 anos, é ex-vereador, funcionário aposentado do DAE (como Procurador Jurídico), proprietário da Gold Auto Escola e lembra muito bem do Cidão. “Eu implantei o café da manhã no DAE, o Refeitório e o Sistema de Produtividade. O Cidão foi um exemplo e merecia ser reconhecido e nós fazíamos isso para valorizar o quadro. Foi um super-torneiro, fazia peças, criava e nos ajudou muito. Hoje quando um funcionário comete uma infração ele é só punido. Nem sei se investigam dos motivos, como está o seu local de trabalho, ambiente, quanto tempo trabalhou nos últimos tempos. Quando ele dobra o horário, permanecendo 20 horas numa emergência ninguém lhe diz nem mais um muito obrigado. No meu tempo foi instituído uma Portaria de Elogio, isso quando exercia o cargo de Secretário da Administração do DAE”, relembra Paulo. Sua mágoa transcende isso tudo, por ter atuado numa época onde o DAE era visto e reverenciado como excelência e hoje, infelizmente, perdeu muito disso. “Hoje tem muito cargo de comissão lá dentro, gente sem conhecimento técnico. Não conhecem nada e são colocados lá por vereadores, algo que ajudou o DAE a chegar à situação atual”, conclui.

Cidão fez parte de uma época vitoriosa, muita gente continua fazendo o mesmo que ele lá dentro, mas ofuscados, não valorizados, até menosprezados. Esse diploma de Operário Padrão já não existe mais, aliás, nem recebem um mero elogio, isso para os que ainda carregam a autarquia nas costas, seus operários da lida diária. Paulo Eduardo é um dos que olham saudosos para o passado e sabem que nem tudo está perdido, mas para reverter tudo, se faz necessário uma mudança radical de rumos, propósitos, condutas e tudo começa com a valorização do funcionário, como dantes era feito e hoje não mais. De detalhe em detalhe chega-se à situação atual.
OBS.: Esse texto tem a única intenção de ser um TOQUE, para o ressurgimento (ou seria renascimento?) do DAE. Aparecido, o Cidão é meu tio, irmão do meu pai.

9 comentários:

Anônimo disse...

Bons tempos de DAE...Hoje em dia aquilo la virou uma zona...Um cabidao de empregos... e o que pior..comandada por incapacitados.
Reynaldo Grillo

Anônimo disse...

Sempre foi cabidão de emprego...
José Luiz Schubert

Anônimo disse...

Caríssimo Henrique
Bom dia. Li, gostei e me emocionei ao ler o seu texto, hoje pela manhã, falando do Cidão que conheci. São homenagens como essa que os trabalhadores merecem, não só pessoalmente mas pelo bem que fazem para a cidade, para a comunidade.
Lembrei-me também do finado mano, Celio Daibem, que no longínquo ano de 1968 recebeu o premio de Operário Padrão, semelhante ao do Cidão. Era mecânico torneiro da SANBRA e havia ganho uma bolsa de estudos do SENAI/KARMANN para fazer um curso de Engenharia ferramental na Alemanha. Exímio profissional fazia ferramentas de precisão para os professores de Ortodontia da FOB-Bauru.
Faleceu prematuramente em trágico acidente de trabalho, aos 25 anos, na SANBRA, faltando poucos dias para a esperada viagem.
Na época o Prefeito Dr Nuno de Assis e a Câmara Municipal, pelos Vereadores, Prof. José Benedito Pinto e Angelo Gonçalves (Angelico), homenagearam a família com o nome da Rua Celio Daibem, antiga Val de Palmas.
Parabens e obrigado pela oportunidade de um singelo registro histórico, do Cidão e do Celio.
Isaias Daibem

Helena Aquino disse...

Tempos áureos do DAE com ctza... e que bela lembrança o tio Cido... trabalhou muito, se entregou mto ao serviço do DAE, em épocas que a água era valorizada...
Helena Aquino

Anônimo disse...

O CIDÃO também foi meu aluno...conheço bem...
Abs.
Muricy Domingues

Anônimo disse...

Henrique

A grande diferença de antes e de hoje é que no passado os barnabés eram ouvidos. Hoje são menosprezados. Eles, como disse, carregam o DAE nas costas, pois executam o serviço que a população vê e sente. A população não é boba não e sabe que esses ainda continuam fazendo o seu serviço, mesmo com muita gente jogando contra. Esse jogar contra e não fazer o que tem que ser feito é que precisa ser melhor explicado.

Daniel

Anônimo disse...

Henrique

Voce escreve sobre o DAE, o que foi e o que é. Não posso deixar passar em branco algo.

Por favor pergunte para o vereador eleito, o Sandro Bussola, do PT, se ele acha correto pessoas trabalharem em cargos de confiança dentro da autarquia sem nada saberem sobre a função que irão executar?

Só mais uma. Pergunte também, olhando nos olhos dele, para ele te relatar o que fez de produtivo durante todo o tempo em que esteve trabalhando em cargo de confiança dentro do DAE?

Faça chegar isso a ele.

Daniel

Anônimo disse...

prezado

as sessões da câmara são públicas. pergunte diretamente.

Anônimo disse...

AMIGAS, AMIGOS E APOIADORES

ESTÁVAMOS IGNORANDO ATÉ ENTÃO ATAQUES PESSOAIS, BOATOS E OUTRAS PEQUENEZAS QUE A CHAPA DA SITUAÇÃO VINHA PERPETRANDO E PATROCINANDO CONTRA A CHAPA PARTICIPA! PORÉM, NÃO PODEMOS TOLERAR UM ATENTADO À DEMOCRACIA E, POR ISSO, DECIDIMOS QUE É HORA DE NOS MANIFESTAR SOBRE O APELIDO DEBOCHADO DADO A NÓS, ADVOGADOS DA 21ª SUBSECÇÃO, DE "AVENTUREIROS". SEGUE NOSSA RESPOSTA, QUE É RATIFICADA PELO CANDIDATO À SECCIONAL ALBERTO ZACHARIAS TORON :

Pejorativamente, apelidar de "aventureiros" aqueles que se dignam e se dispõem a disputar uma eleição, ainda mais de uma entidade que prega a democracia, como a OAB, demonstra, claramente, o propósito de perpetuação no poder de um grupo que lá já se incrusta por mais de uma década, afastando da OAB/BAURU todos aqueles que não façam parte de seu círculo íntimo de amizades. Esta é uma atitude de prepotência, xenofóbica, característica mais do que conhecida dos tiranos que macularam a história da humanidade. E isto não é apenas uma constatação dos membros da Chapa Participa! e apoiadores, mas da maioria esmagadora de advogados com quem temos conversado nesta campanha, e não são poucos. A OAB/BAURU hoje se tornou um aparato de promoção de interesses de "alguns amigos", desvirtuando-se da sua função primordial de luta pela Advocacia. A Chapa Participa! é uma resposta legítima, justa e urgente a este quadro de deterioração da OAB/BAURU. "Participa!" é esta resposta, que não é só nossa, mas de todos os Advogados da 21ª Subsecção! Dia 29/11, faça parte da OAB/BAURU! PARTICIPA! - CHAPA 2 -TEZANI PRESIDENTE