QUEM MANDA NA CIDADE NÃO VAI DEIXAR... JÁ PEDIRAM A BENÇÃO?
Não me peçam para fazer aqui a defesa desses condomínios fechados, morada de gente abastada e gostando de viver apartado dos problemas fora dos seus altos muros. Circulo por alguns e só critico contundentemente os que hoje estão se instalando de forma forçada em áreas de preservação ambiental, vergando leis, passando por cima de nossa vegetação típica, o cerrado. A esses minha severa e contínua crítica, sem perdão.
Ontem ao abrir os jornais, uma manchete estava na capa do JC, “Prefeito suspende a aprovação de loteamento de Alphaville em Zics”. A princípio achava que poderia ser um impedimento por causa de estarem querendo se instalar em áreas de proteção e iria aplaudir a iniciativa. Ao tomar conhecimento dos reais motivos, fiquei estarrecido em constatar como toda cidade possui mesmo “donos” e quando seus interesses são contrariados, fazem de tudo (e mais um pouco) para reverter algo até já dado como certo. O prefeito Rodrigo vetou um projeto que estava tramitando há mais de um ano pelas áreas técnicas da Prefeitura e usou uma justificativa das mais preocupantes para brecar tudo: “motivos de segurança jurídica”.
Na hora do almoço ouvi pela voz firme e precisa da jornalista MARIA DALVA o que me faltava para entender tudo: “Já havia sido alertada da existência de donos nessa cidade e não acreditava que seriam capazes de impedir a comercialização do loteamento Alphaville em Bauru. Mas foram e o que existe mesmo são interesses contrariados. Não tentem nos fazer engolir o que não passa na garganta”. Hoje, voltou a carga: "Não vou perder tempo em analisar tramitação de nada porque está claro que interesses foram contrariados. A imoralidade é que está dando as cartas nesse assunto. Estão ao invés de atender aos interesses da coletividade, o fazem para interesses escusos. Aí se desenrola a trama. Alguns vereadores entram de gaiato, mas outros sabem muito bem o que estão fazendo". Não existe outro entendimento: o prefeito foi pressionado pelos descontentes e suspendeu a aprovação do empreendimento.
Décadas atrás trabalhei por dois anos em Jaú e a cidade não saia daquilo, denominavam de cercado, pois ouvia que os usineiros e os mais ricos não queriam nada além do viessem deles para a cidade. Achava um absurdo e hoje entendo que aquilo que ocorria lá, ocorre por todo quanto é lugar dentro do sistema capitalista. As cidades parecem ter donos, pois assim se acham e assim tomam atitudes. O meu protesto não é pela aprovação em si deste ou daquele novo empreendimento. Acompanhei o quanto foi difícil fazer alguns digerirem o empreendimento do Shopping Boulevard, que hoje é inaugurado. Vejo isso ocorrer também no empreendimento do conjunto habitacional junto aos trilhos, na Pedro de Toledo, ao lado da estação da Sorocabana. Quando a iniciativa não parte “deles” (quem seriam esses?), tudo é feito para barrar, impedir, cercear, bloquear... Eta joguinho sórdido e sujo esse e depois, alguns desses criticam a corrupção que acontece aqui e ali, como se isso não fosse algo tão predatório quanto. Aves de péssimo agouro...
10 comentários:
Vc tem toda razão Henrique, e isso vem de tão longa data....Haja visto a falência da Noroeste, qdo um ex deputado federal daqui de Bauru, monopolizou o transporte rodoviário em seu prórpio benefício, perpetuando até hoje. Acredito no Agostinho, acho que ele, aos poucos, irá reverter algumas coisas, pelo menos está tentando. Mas ele não tem o poder do $, que é o que vale neste País.
Valéria Villaça
Falar a verdade para muitos jornalistas custam caro mas Dalva sou fã.
Eliza Carulo
Sobre a PROVINCIA DE BAURU: é fato que a cidade é dominada por grupelhos e burgueses abomináveis...pq o Pao de açucar não vingou aqui? cade o pao music e outros eventos?? Pressão de outras redes né....Agora eis que um empreendimento burguês é "vetado" porque contraria interesses....E o desenvolvimento da malha ferroviaria? Quem é o grande grupo da rodovia???????...E as FMs pq não vem outras pra cá hein????...
Até quando bastardos irão atrasar o desenvolvimento?? Até sempre né
Por essas e muitas outras que chama PROVINCIA DE BAURU!!!
BRUNO LOPES
Sra. Valéria Villaça, Sr. Bruno Lopes e demais leitores deste blog. O ex deputado federal daqui de Bauru que monopolizou o transporte rodoviário em benefício própio perpetuado até hoje, chama-se (só as iniciais) ALCIDES FRANCISCATO. A sua (dele) empresa de transporte rodiviário chama-se EXPRESSO DE PRATA.
As senhoras e senhores poderão ve-lo sempre frequentando as notícias e colunas sociais do maior jornal da cidade, (colunas onde aparecem sempre as mesmas figuras, aquelas que de fato não fazem nada de novo, relevante e construtivo para a comunidade bauruense), onde dizem tb o tal ex deputado mopolizou a informação.
E já ha mt tempo ouço que certa feita o dito cujo, em conversa descontraida com alguns amigos, afirmou que Bauru era o seu (dele)"Curral eleitoral", e no momento que desejasse, passaria arames entre mourões e cercaria a cidade conforme a sua (dele) vontade.
Pelo que temos visto desde muito, tal conversa realmente aconteceu.
Vida de gado, povo felíz.
Henrique
A pergunta que não quer calar é somente uma.
Não adianta ficar no campo da especulação, com acusações daqui e dali. Ou vai=se direto ao cerne da questão e resolve-se tudo ou ficaremos todos sem saber de onde partiram as pressões para que o prefeito vetasse o projeto.
Perguntem a ele, prefeito o seguinte:
Sr Prefeito, todos sabem que o sr não tomou a decisão de barrar tudo isoladamente. Quem o pressionou para que tomasse tal decisão? Quem o procurou e o fez tomar tal decisão?
Pronto. Quem tem coragem de perguntar isso a ele?
Paulo Lima
Henrique
Volto à carga, pois li o jornal pela internet e lá algo ainda mais preocupante sobre a questão.
Sabe qual a sugestão dada pelo jornal para resolver tudo? Que tudo seja submetido à Câmara de Vereadores. Nem tudo precisa ser submetido à decisão dos vereadores, essa uma delas. Os próprios órgãos da Prefeitura tem suficiente condições de aprovar isso. Sempre foi assim. Imagine tudo sendo submetido aos vereadores, a loucura que ficaria a cidade.
O que querem e sabem é que na mão dos vereadores a possibilidade de verem seu intuito favorecido é quase certa. Ali o que vale mesmo é o interesse dos endinheirados da cidade.
Eu entendi isso do que li. Tenho razão?
Paulo Lima
Boa noite Henrique
Sobre o comentário da Maria Dalva sempre lúcida, não há nenhuma novidade que existem grupos de pressão defendendo seus interesses. Mas neste caso específico não se pode desprezar os preceitos legais. A SEPLAM não poderia ter autorizado a provação do empreendimento.
De fato este PL tramitou pela Câmara um bom tempo, pois implicou num primeiro momento em integrar a área no perímetro urbano.
Veja o que diz o artigo 49 do Plano Diretor Participativo: "Ficam permitidas a instalação de indústrias, comércios, serviços e uso institucional nas Zonas ZICS localizadas em uma faixa de 500 metros ao longo das rodovias que cortam o Município, excetuando-se nas áreas de expansão urbanas residenciais, condicionadas a aprovação do plano de parcelamento do solo (desmembramento ou loteamento) que irá verificar as condições de acesso, abastecimento de água, disposição dos resíduos, projetos de terraplenagem.”.
Aqui temos dois problemas, o que me levou a prolatar voto pela ilegalidade quando da expansão do perímetro urbano:
1-O PDP obriga que estes projetos tenham os respectivos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV), que precisa de Lei completar para regulamentar as diretrizes. Apresentei PL neste sentido que foi rejeitado pela maioria na Câmara. No meu entendimento, sem esta regulamentação todos os PL que propõem a expansão do Perímetro Urbano para as áreas ser utilizadas para construção de residenciais são ilegais. Vale lembrar que empreendimentos do porte do que foi objeto da discussão também precisa do EIV/RIV que deve ser discutido em Audiência Pública, conforme determina o PDP. Estas audiências também necessitam de Lei Completar. Até agora não houve interesse do executivo em regulamentar.
2- Empreendimentos residenciais não podem ser construídos em ZICS. Na administração pública não se aplica o preceito jurídico "se a lei não proíbe pode". É exatamente ao contrário: se a lei não autoriza não pode. Esta norma jurídica se aplica para proteger o interesse público. O gestor público só pode fazer aquilo que está expressamente autorizado pela lei, o que não é o caso.
Quanto ao mérito do empreendimento isso é outra discussão e as opiniões podem ser divergentes. Já em relação às disputas dos grandes grupos ela a autofagia do mercado, e nesta disputa as grandes corporações não existem querubins. Mandam os escrúpulos as favas e junto o interesse público.
Roque Ferreira
Amigos (as)
Li tudo, inclusive os comentários e tenho comigo algo ainda não discutido aqui. Os que não são "donos" aqui são em outro lugar. Ambos os grupos, os dos "donos" de Bauru e o dos invasores, que devem com toda certeza serem "donos" em outro lugar, são idênticos. São oligárquicos e representam os mesmos interesses. Fica difícil fazer a defesa de qualquer um deles, pois são aquilo que leio muito aqui, "farinhas do mesmo saco". Não consigo me ver defendendo um ou outro, pois o que está sendo vencido aqui, deve fazer o mesmo lá de onde veio e o que faz aqui é buscar mais território, explorar os daqui e o daqui, quando surge a oportunidade faz o mesmo lá no território do outro. Louco isso, mas analiso desse jeito. Sacaram como é doido o troço. Tentem visualizar tudo sob esse prisma.
Aurora
meus caros
PAULO LIMA - Acho que ele vai sair pela tangente e não responderá isso. Dirá que foi aconselhado pelo seu Jurídico, a saída clássica.
ROQUE - Temos que olhar para os dois lados do copo, não é mesmo Roque? Não existe santos nessa história, muito menos inocentes. Levo em consideração a legislação que me repassa para ler.
AURORA - Passo a ver tudo sob seu prisma daqui para frente. Como escrevi acima, não tem gente bobinha nesse imbróglio. O mais inocente vende a mãe na feira, tudo para aumentar sua conta bancária.]
ENCERRO COM ALGO QUE OUVI ONTEM DE MARIA DALVA NO FINAL DO NOTICIÁRIO DA 94FM:
Diziam que o mundo iria se acabar dia 12 próximo. Ela em tom joco proferiu isso no encerramento do programa: "Bobagem, né gente! Vocês acham que se o mundo fosse mesmo acabar, esses que sabem de tudo, os donos da cidade iriam continuar brigando pelo sim ou pelo não lá no Alphaville de Bauru?".
Um bracito
Henrique - direto do mafuá
CARO HENRIQUE,
ESTE COPO NÃO TEM DOIS LADOS. COMO DISSE A AURORA "Os que não são "donos" aqui são em outro lugar. Ambos os grupos, os dos "donos" de Bauru e o dos invasores, que devem com toda certeza serem "donos" em outro lugar, são idênticos. São oligárquicos e representam os mesmos interesses. Fica difícil fazer a defesa de qualquer um deles, pois são aquilo que leio muito aqui, "farinhas do mesmo saco".
ESTA DISCUSSÃO COMEÇOU EM 2007 QUANDO ESTA ÁREA FOI INCLUÍDA NO PERÍMETRO URBANO, POR PL DE AUTORIA DO MARCELO BORGES E VOTADO POR UNANIMIDADE NA CÂMARA. NO FINAL DE 2008 O EX- PREFEITO TUGA ENVIOU DECRETO REVOGANDO A LEI, POIS OS EMPREENDEDORES DE BAURU (AIELOS) NÃO REALIZARAM O EMPREENDIMENTO QUE JUSTIFICARAM A APROVAÇÃO DA LEI. ESTE PROJETO DO TUGA FICOU RODANDO NAS COMISSÕES DA CÂMARA, NÃO FOI VOTADO SENDO ARQUIVADO. QUANDO HOUVE A CONSOLIDAÇÃO VIA PL APRESENTADO À CÂMARA DO PERÍMETRO URBANO, APRESENTEI EMENDA RETIRANDO ESTA ÁREA DO PU. A EMENDA FOI REJEITADO. AGORA CHEGA À CÂMARA PL DO EXECUTIVO PROPONDO RETIRAR ESTA ÁREA DAS ZICS. A ZICS FORAM CRIADAS NO PDP, PORTANTO O PL ALTERA O PDP, O QUE NECESSITARIA PELOS MENOS DA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS. OS QUE TRABALHARAM PARA INCLUIR ESTAS ÁREAS EM ZONAS DE ZICS QUANDO DA DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DO PDP, O FIZERAM COM O OBJETIVO NÃO CONFESSADO DE ATACAR AS APAS (áreas de proteção ambiental). ROQUE
Postar um comentário