B) “Ontem a noite por volta das 23hs, a rua Estados Unidos estava congestionada, fechada na altura da rua Augusta por policiais, causando muito tumulto. Fiquei muito triste ao assistir noticiário sobre manifestações com violência, vândalos ateando fogo em carros. Nossa cidade, que deveria estar em festa pelos 460 anos, parecia uma concentração de guerra. Se você quer dizer NÃO à Copa, chegou tarde. Ela acontecerá, em meio a obras superfaturadas e infraestrutura da cidade deficiente e insuficiente para atender à quantidade de turistas que aqui chegarão. Diga NÃO à violência, NÃO ao vandalismo, NÃO compre ingressos, NÃO Fale outro idioma, NÃO assistindo ao jogos, NÃO dando audiência aos meios de comunicação que irão narrar e televisionar os jogos. Mas acima de tudo, NÃO À VIOLÊNCIA. Vamos cuidar da melhor maneira possível da nossa cidade!!!!!”, cantora bauruense radicada em São Paulo, Paulo Velozo.
C) “Dono de fusca incendiado: um serralheiro de 55 anos que o usava para entregar portões (quatro pessoas no carro, dentre elas uma criança de quatro anos). E se aparecer calhorda na minha TL defendendo esses vagabundos black bloc, dizendo que eles defendem os pobres, vai tomar xingamento e block em seguida. (...) E o panaca diz "se não tiver direitos não vai ter Copa". Nada trouxe mais direitos que minha casa minha vida, luz para todos, prouni, emprego”, artista plástico e diretor teatral Silvio Selva.
D) “De uma vez por todas: esperei acontecer duas coisas para emitir minha opinião DEFINITIVA sobre esses Black Blocks, Anonymous, MPL, Mídia Ninja, Fora do Eixo e similares: o ato de ontem contra a ação da polícia na Cracolândia e essa coisa doNãoVaiterCopa e tal. Para ‘movimentos’ que se dizem tão preocupados com ‘direitos’, por que esse pessoal não foi protestar contra o desrespeito que houve contra os nóias da Cracolândia? A resposta é simples: eles não estão do lado de quem realmente precisa. Eles querem é aparecer e causar o maior dano possível por absolutamente nada, e para que alguns poucos espertalhões lucrem com isso. Por isso, agora é definitivo mesmo: nada que vier dessa turma terá a menor credibilidade pra mim”, Maristela Alves, Diretora de Conteúdo na empresa JumpEducation
E) “Nada tenho contra a realização da Copa no Brasil. Será a segunda em nosso País, desde a criação deste evento. Nos campeonatos realizados fora daqui, nossa qualidade de vida não melhorou. Os corruptos não deixaram de ganhar dinheiro por que a copa foi na Suécia ou em qualquer outro pais ou continente. Feliz, para mim, será o dia, que o Esporte, não seja considerado supérfluo. Uma nação desenvolvida de fato, oferece a possibilidade esportiva a todos seus cidadãos. Que venha a copa, e quem sabe, sejamos campeões”, Tatiana Calmon.
F) “O Brasil quer entrar no "primeiro mundo", mas não quer que existam manifestações. Tem é que preparar a polícia, isso é ser "primeiro mundo". A polícia e o governo têm que aprender a lidar com os protestos, que existem em qualquer país desenvolvido. Sejam contra a Copa ou rolezinhos. Protestar é demonstrar indignação, inconformismo. Isso é positivo numa sociedade. ruim é aceitar as injustiças passivamente. Mas os manifestantes têm que usar a inteligência, também, não só os coturnos. senão se igualam à polícia. Da minha parte, prefiro protestos como esse, na Ucrânia (e, diga-se de passagem, lá também rolaram confrontos). (...) É tão legítimo protestar contra a Copa quanto protestar contra os protestos. 29 anos após o fim da ditadura e ainda não nos acostumamos com a democracia”, blogueira Socialista Morena.
G) Quando um padre como Julio Lancellotti tem uma visão mais à esquerda que muitos que se consideram de esquerda podemos medir o nível de envelhecimento e ida ao centro desta esquerda: “É uma resposta à violência que está aí. Eles destroem os símbolos do poder. Você acha que eles dão prejuízo para os bancos por quebrar uma agência? Os jovens se expressam de muitas maneiras. Não adianta só combatê-los, é preciso entendê-los. O Papa Francisco disse algo interessante nesse sentido: “Eu não gosto de uma juventude que não se manifesta, apática, amorfa.” É preciso agitar. Jesus era mais para Black Bloc”
H) "Querem transporte coletivo de qualidade, mas depredam pontos de ônibus e colocam fogo nos coletivos. São contra a especulação financeira internacional e depredam agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Reclamam do custo das ligações telefônicas, mas arrebentam com os orelhões. Pedem mais investimentos em cultura e educação e invadem teatros e shows. São contra os grandes magazines, mas saqueiam pequenas lojas do comércio. Dizem defender os direitos do cidadão humilde, mas colocam fogo em carros populares com a família dentro. São contra a Copa do Mundo, mas não fizeram nada para evitar que ela viesse para o Brasil", economista Emir Sader.
I) "Emir, acho que vc não vai lembrar: eu tive o grande prazer de te conhecer numa noite de janeiro de 2001, numa sala da Policia Federal em Porto Alegre. Eu era advogada a Renap e nos encontramos por ocasião da prisáo do ativista francês José Bové, depois da ação junto com MST para destruir 2 hectares de soja transgênica de uma fazenda da Monsanto. Vc deve lembrar: baderneiros, vândalos, desocupados e terroristas eram as expressões correntes na boca da polícia, do governo federal da época (FHC) e da imprensa. A ação arbitrária da Polícia continua a mesma, mas a leitura de parte da esquerda sobre ações diretas de movimentos e coletivos parece que mudou um tanto desde então", de Andressa Caldas, respondendo para Emir Sader.
AGORA EU: Muito mais poderia continuar reproduzindo nessa linha. Paro por aqui. Posto agora duas opiniões minhas em dois textos publicados hoje via facebook, respondendo sobre crítica sobre capa da revista Carta Capital que sai às bancas amanhã. Alguns pegaram no pé da revista por aparentemente fazer a defesa do Governo e não estar ao lado dos manifestantes, depois por inicialmente ter apoiado as manifestações nas ruas e hoje não mais apoiar. Minhas duas respostas, lado a lado: “POIS EU ADOREI A CAPA E EXPLICO. Não existe nada de revolucionário no que vejo sendo feito pelos blacks e muito menos pelos que gritam slogans do tipo "Não vai ter Copa". Na verdade, são uns que acreditam no quanto pior melhor. Essa parada que querem dar ao Brasil é bancada por uma oposição que faz de tudo e mais um pouco para tentar diminuir as chances eleitorais de Dilma e não consegue. Daí se agarram até em fio desencapado para conseguir seus objetivos. Os que estão nas ruas não querem um país novo, não estão propondo revolução nenhuma e possuem embutido, escondido, sem revelar, mas escancarado e só não vendo quem não quer mesmo ver nada, que querem simplesmente a troca de poder, com a saída do grupo atual e dar um jeitinho do retorno da tucanada. Ou seja, se está ruim agora, pior ficará. Atentam contra tudo e todos para atingir seus objetivos, só isso. Daí a capa tem um sentido de escancarar isso, quem está por trás desses movimentos nas ruas, fazendo-se passar por moderninhos, mas financiados por tudo de ruim que tivemos na história do Brasil. Mino está certo na capa, na avaliação e na denúncia desses. Essa oposição brasileira na verdade é incompetente e está se revelando cada vez mais preconceituosa e cada vez mais conservadora. Não é esse o movimento que gostaria de ver nas ruas e sim, um transformando o regime político, mas isso aí não tem nada disso. Essa luta não está nas ruas. A Carta Capital continua antenada com essa linha de pensamento, a minha”.
Depois publico outro: “NÃO VEJO DESONESTIDADE NENHUMA COMPARANDO AS DUAS CAPAS - Quem num primeiro momento, quando viu o povo nas ruas ano passado não se entusiasmou? Todos. Depois a desilusão. A revista também foi na onda, como eu e a maioria da nação. A ficha caiu para mim e para todos os que passaram a observar o que de fato estava embutido na pratica e discurso de alguns grupos que se apossaram das ruas. Perceba a capa dessa última edição. Acha que algum povo lutando por revolução, por transformação social faria algo com aquele fusca e com seus ocupantes lá dentro? Só bestiais fariam o que foi feito. nenhum revolucionário consciente teria coragem para isso. Hoje, até as pedras do reino mineral sabem que os movimentos que estão nas ruas propondo o Não vai ter Copa e os Blacks possuem conotação fascista, conservadora, direitista, assim como os que dominam as ruas na Ucrania hoje, até com bandeiras nazistas. A revista está fazendo sua matéria denunciando isso e isso não tem nada a ver com eleição. Tem a ver com observação isenta e sensata. Me diga o que está enxergando do povo nas ruas? Acha revolucionário o que fazem? Não, nem um pouco ideológico, nada transformador, mas algo sendo feito bancado por alguém. A revista já fez o mea culpa dela, eu o meu. O que não dá mais é para tapar o sol com a peneira, tem grupos organizados por trás da baderna e isso precisa ser explicitado. Tomara que na matéria da revista isso esteja bem latente”.
Recebo uma provocação de um tal de Movimento Pró-Corrupção: “Hoje, até as pedras do reino mineral sabem que os movimentos que estão nas ruas propondo o Não vai ter Copa e os Blacks possuem conotação fascista’. Apenas as pedras que se informam pelas mídias governistas!”. Minha resposta: “Nada disso meu caro. Me diga o que existe enrustido no seu movimento e lhe direi quem és? Não existem santos nessa história, todos o são do pau oco, inclusive vocês. Não precisa ser governista, nem bidu para perceber isso, está escrito nas ações e reações que estão tendo. Me diga o que existe de revolucionário no que fazem hoje, na forma como fazem, contribuindo para desestabilizar o país e nada mudar. Estaria com vocês se vislumbrasse algo contestador, revolucionário, transformador, propondo o fim do sistema de exploração do capital, mas isso nem é aventado por nenhum de vocês”. E fui fazer outra coisa.