O MÉDICO E O
LIXEIRO, UM CONSEGUE EXTRA VIA ACORDO E O OUTRO SÓ COM ENVELOPE DE FINAL DE ANO
Enquanto
observo, prestes a explodir, o triste papel dos médicos bauruenses na questiúncula
do que fazem e como fazem no dia a dia da rotina extenuante (sic) de alguns dos
seus no serviço público municipal, começo o ano com uma pergunta: “Por que será
que o sectário, ops, digo, Secretário de Saúde bauruense, o digníssimo Fernando
Monti não requisitou o serviço do MAIS MÉDICOS para prestarem serviços em
Bauru? A vizinha Agudos já o fez e já recebeu uma doutora (que vou conhecer em
breve). Aqui nem pedido foi feito e os problemas, como se sabem, são muito
maiores do que os que ocorrem em Agudos. Ou tapa-se o sol com a peneira ou o
imexível sectário, digo, secretário atua mesmo pensando nos propósito de sua
classe profissional e não nos da cidade que lhe paga o soldo mensal. Esse cara
precisa ser cobrado com mais ênfase, pois até agora não disse a que veio.
A lembrança
dele é por algo que vejo acontecer aqui defronte minha casa todo dia sim, dia
não, a COLETA DO LIXO. Esses também podem ser incluídos na categoria dos
IMPRECINDÍVEIS, daqueles que não ficamos sem seu serviço de jeito nenhum. São
tão ou mais importantes que os médicos e ganham infinitamente menos. E como
fede o lixo que produzimos por esses dias de festa? E como estaríamos num mato
sem cachorro sem esses profissionais passando em nossos portões por esses dias.
Trabalharam com afinco esses dias (e todos os outros do ano), em horários especiais,
todos em plena atuação, tudo para salvaguardar a limpeza de nossos portões,
ruas e da cidade num todo. Recebo deles um envelope de final de ano, com a foto
deles e um pedido: Ajudem com um algo a mais, seu lixeiro (coletor é mais
digno) agradece. Para esses, não existiu reunião da Câmara de vereadores com
uma indecente proposta de majoração de horas extras, tornando-os os maiores salários
da administração. Acordo único, excludente e sacana. Nada disso do outro lado da rua. Ali existe um envelope com um pedido de ajuda a mais nesses
dias, quando deixam a cidade, como nos demais 364 dias do ano, mais palatável.
A comparação
é justa e pertinente. Sabe qual a maior reclamação que ouvem, juntado aos autos
por esse mafuento escrevinhador de um que passa pelo seu portão: “Do cheiro,
todo dia todo mundo reclama, motorista de carro então não suporta ficar atrás de um
caminhão de lixo. Eu fico o dia inteiro”. Mesmo usando luvas grossas, os
coletores correm riscos e, muitas vezes, se machucam, sendo atendidos pelos
médicos (sic) nos Pronto Socorros da cidade. “Agora, o ruim é quando nos furamos com
seringas. São sei meses de transa com a mulher e de camisinha. Não sabemos o
que se pode contrair numa dessas. É doido nosso trabalho, meu!”. Sim, deve ser
muito doido, muito mais do que um trabalho que, pela lei exige que o médico concursado cumpra somente quatro horas diárias e mesmo assim, alguns denigrem a imagem
de todos, burlando isso e querendo atender por demanda, 16 consultas dia, o
que a maioria faz em pouco mais de uma hora dia. Eu comparo um com o outro e me
espanto, como um é praticamente isentado de tanta coisa e o outro obrigado a
tanta coisa.
Deixo aqui para finalizar algo que, para muitos pode parecer um confronto besta, comparação injusta, mas para os labutadores do dia a dia não o é. Sem os médicos estaríamos lascados, saúde sem o tratamento adequado é o caos estabelecido. Já sem os coletores, a mesmíssima coisa, estaríamos cobertos de ratos, baratas e outros animais pegajosos. Um repórter que trabalhou um dia junto deles para produzir uma reportagem terminou assim sua reportagem: “Aprendi que o lixo não some sozinho de minha lixeira em um passe de mágica”. Daí, tanto um como o outro, como todas as demais profissões, possuem cada uma importância vital para o funcionamento da engrenagem da vida urbana. Quando uma peça falha, deixa de funcionar ou emperra, a danação é imediata. Quando se apresenta mais insensível que as outras nas suas reivindicações, aí o buraco é muito mais embaixo.
6 comentários:
Muito coerente a comparação.
Vitor Antonio Dota
Médicos cubanos em Bauru? Será que o secretário tem medo da fúria da corporação?
Antonio Morales
HPA!... Sem comentários o seu texto. Vc foi na veia. Infelizmente, nem todo mundo observa esta realidade. Parabéns, camarada!...
Ademar Aleixo
Reitero muito do que você escreveu. Só observo que o Monti requisitou a vinda de 19 profissionais pelo Mais Médicos. Recentemente, alegou que está confiante no aceite do pedido até o final do primeiro semestre desse ano.
Vinicius Santos Lousada
Henrique o problema é o sobrenome do sectário, e tem gente que realmente não está nem ai em resolver os problemas da população, apenas manter seu cargo, nessa hora vemos que o prefeito também nada faz para efetivar mudanças, seja de nomes ou de métodos.
Flávio da Silva
Passou da hora dos moradores colocarem o lixo em conteiners , separados reciclaveis dos orgânico , o caminhão de lixo vem e vira automaticamente isso p dentro dele ...... tem serviços q não são dignos p nenhum humano .... ainda mais ficar correndo atrás do caminhão correndo o risco de ser atropelado...
Temos 200 milhões de habitantes , qdo chegar a 4 mil médicos cubanos, não será nem 0,5 % da nossa população.. mas 4 mil saídos da micro ilha Cuba , representa uma % bem maior...
E 4 mil médicos cubanos não dá nem 1 p cada cidade do Brasil, pois temos cerca de 4400 cidades , e esses médicos era p ir p regiões remotas do Br.... mas como lá não tem equipamentos nem nada.... estão colocando aonde tem.
Ronaldo Onça - Ourinhos
Postar um comentário