sexta-feira, 25 de julho de 2014

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (83)


MOTORISTA, ME DESCULPE, MAS PRECISAMOS REPENSAR O CARRO
Hoje, dia 25/7 é o Dia do Motorista. Aproveito a data para discutir algo mais sobre o tema. E quando penso em motorista, penso logo na grande merda que foi feita nesse país quando através de um grande lobby o transporte férreo foi sendo desativado pouco a pouco, tudo em prol dos interesses do veículo rodante. A privatização ocorrida no setor (quem foi mesmo nosso algoz?) foi uma das coisas mais danosas que tivemos nas últimas décadas, com prejuízos irreversíveis até hoje. Poderíamos ter hoje um transporte coletivo bem menos caótico para os grandes centros urbanos, mas como o carro, o ônibus e o caminhão foram insuflados, com o passar dos anos, chegamos aos dias atuais e uma espécie de caos pairando no ar. Poderíamos ter um relacionamento mais saudável com o carro e não essa dependência quase total dos dias hoje, quando passou a ser um símbolo de status, quase um símbolo fálico. Quem tem carro tem poder, quem tem poder não anda de coletivo, muito menos de ônibus ou de bicicleta. No Brasil existe uma parcela da população que sente vergonha em ser vista dentro de um coletivo urbano e até mesmo num transporte como o metrô. Enquanto no mundo todo ocorre exatamente o contrário, continuamos remando contra a maré. Até existe vontade política de reverter isso, mas suplantar esse forte lobby não é tarefa das mais fáceis. Poder é o que não falta aos donos dos negócios sobre rodas e a dominar nossas estradas.

Quando penso nas cidades de hoje impossível não rememorar uma charge recente do LAERTE, ótima para demonstrar que enquanto prevalecer a tacanha mentalidade de que o carro é mais importante que tudo, continuaremos regredindo. A charge diz por si, uma das melhores que vi nos últimos tempos, mais do que certeira. Por pura coincidência leio hoje viajando para São Paulo uma matéria jornalística sobre o que ocorre na capital da Finlândia, Helsinque, conseguindo reunir todos os serviços de mobilidade urbana em um único aplicativo. Nada mais do que unir os vários meios de transporte urbano disponíveis na região, reduzindo drasticamente a frota de carros. Incentivar o uso da bicicleta e criar meios de tudo estar interligado e podendo ser utilizado, minimizado o uso do carro. Lindo quando li lá que “o carro não é mais um sonho de consumo para os jovens”. Os de lá, diga-se de passagem. Para os daqui, ainda o contrário. No caso brasileiro impensável algo saudável sem repensar no retorno dos trens, a melhor maneira, a mais barata, rápida e segura de adentrarmos cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Penso e sempre reafirmo isso: se o trem não voltar por bem, voltará obrigatoriamente por mal, pois mais dia menos dia, será impossível adentrar os grandes centros de carro ou ônibus. Nada como o trem. E que me desculpem os motoristas, mas algo precisa ser feito e já, pois o caos imaginado na charge do Laerte não é brincadeira. É coisa mais do que séria.

2 comentários:

Mafuá do HPA disse...

DO FACEBOOK:

Paul Sampaio Chediak Alves rsss
há 18 horas · Curtir

Schubert José L R VEJA SÓ A CARA DE PAU DESSES QUE ESTACIONARAM AÍ...
Foto de Schubert José L R.
há 18 horas · Curtir · 1

Schubert José L R SÃO DE UMA REVENDA DE USADOS... ONDE ESTÃO OS AZULZINHOS NESSA HORA?
há 18 horas · Curtir · 1

Adriano Coelho Hernandes bikes elétricas são a solução, mas os carteis dos ônibus ñ deixam, fazem leis p impedir o povo de usa-las .
há 6 horas · Descurtir · 1

Silvio Selva eu repenso o carro desde os 18 anos de idade, há mais de 30 anos não dirijo um. Dou preferência ao andar a pé e gosto muito
há 5 horas · Descurtir · 1

Cristian Camargo de Souza · 2 amigos em comum
se desloque 32km por dia a pé para ir e voltar do trabalho... transporte público é a solução. Hoje não temos um sistema de transporte "público" deficiente. Ele é caro, superlotado, demorado, resumindo péssimo, por isso as pessoas investem em veículos próprio.
há 50 minutos · Curtir

Silvio Selva engraçado que o que me ensinou que o carro não é tão importante, foi justamente uma greve de transporte público em SP, anos 80. Desemprego a mil, tinha de segurar o trampo com as duas mãos. Batia a pé da Corifeu até o Centro Cultural SP. Acho que dá uns trintinha. Isto me ensinou a sempre procurar um trabalho próximo de casa, nunca depender de carro e ser meu próprio patrão. Felizmente, consegui essas tres coisas....
há 36 minutos · Curtir

Anônimo disse...

Bem por isso também, estou sem carro há 3 anos...sem problemas....aliás muito melhor,ando bastante,me movimento,vejo muito mais coisas que de carro não se vê sem problemas para estacionar,ando na contra mão....só vantagens....
Márcia Zamariolli