sexta-feira, 4 de julho de 2014

MÚSICA (110) e CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (82)


BALÉ DA BOLA, GIL E UMA BELA MÚSICA PARA UMA COPA QUE NÃO GANHAMOS
Ouço as músicas que tentam nos passar como feitas especialmente para essa Copa do Mundo e vejo o quanto estamos cada vez mais pobres na construção de belas canções. Ou estamos convidando as pessoas erradas, ou estamos passando por uma maré de rima pobre ou perdemos o fio da meada. O fato é que em Copas passadas tivemos belas canções feitas especialmente para o evento. Essa aqui uma delas. O “Balé da Copa” saiu num CD que tenho aqui desde aquela fatídica Copa de 1998, aquela que perdemos na França de uma forma não recomendável de ser lembrada às vésperas de um jogo decisivo, dessa vez com a Colômbia. Foi um CD single, com apenas uma música de cada lado e gravada ao bom e salutar estilo de Gil. A letra é tão saborosa que me pego tirando o CD aqui da estante mesmo bem longe de Copas e fico a ouvi-lo desbragadamente.

Vejam a letra como é cheia de pique: “Quando meu olhar beijar Paris/ Terei mais amor / Serei mais feliz / Sentirei no ar a emoção, no ar o ardor / Meu coração de torcedor / Esperou tanto tempo por esta ocasião / Que um dia o menestrel sonhou./ Magos da bola na Cidade Luz/ Fazem milagres, transmutações / Dores e horrores que a vida produz / São transformados no balé da bola / Suor e sangue no balé da bola / Crime e castigo no balé da bola ./ Quando a seleção marcar um gol/ Serão séculos / E mais séculos / Desde que na velha China, no velho Japão / Jogava-se com um balão / E na antiga Grécia ou na França medieval / Praticava-se o futebol ./ Quando a seleção marcar um gol / Serão séculos / E mais séculos / Transcorridos desde que os astecas e os tupis / Conforme a voz da lenda diz / Pelejavam com a lua-bola e o balão-sol / Num jogo de viver feliz/ E hoje a bola rola mais perfeita / Esfera mágica, elevação / Nos pés dos ídolos deste planeta / Tem seu momento de consagração / A bola símbolo da perfeição / Tem seu momento de consagração ./ Quem lembrar Pelé ou Platini / Sabe o que se comemora aqui / Tantos que eu vi, tantos que eu não vi não (bis) / Todos tem aqui seu panteão”. Ouçam e vejam a lindeza clicando a seguir:http://www.youtube.com/watch?v=jjVPETALr70

Ela conta um pouco da história da bola e isso é a mágica, o que me seduz e me faz continuar colocando-a renovadamente na vitrolinha a cada nova Copa, a cada novo jogo da seleção canarinho. Estamos todos meio que paralisados diante do que pode vir a acontecer com esse time verde-amarelo no final dessa tarde. Faço tudo o que tenho que fazer bem cedo, compro uma reserva de comidinhas e bebidinhas, guardo o carro na garagem, prendo o cachorro, desligo o telefone, celular e internet e fico com a TV ligada num volume baixo. Se perder ficarei macambúzio por aqui mesmo e se ganhar, nada farei além de creditar mais essa aos tais “deuses do futebol”, que se não entram em campo, pelo menos nos ajudam em algumas duras paradas (Deus não brasileiro? O papa eu sei que não é). Essa é só uma delas. Comemorarei sem nenhuma ostentação na vitória e idem de me sentir envergonhado e no pior dos mundos na derrota, mas confesso, TORCEREI DESBRAGADAMENTE e enquanto o jogo não chegar, para aplacar meu nervosismo escutarei até cansar o Gil e o seu Balé da Bola. Dá-lhe nervosismo e quando isso ocorre é porque existe a certeza de que algo não está tão bom pro nosso lado. Dedinhos cruzados.
OBS.: As charges de Miguel Rep e Fausto Bergocce expressam um bocadinho disso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Henrique, não vamos amarelar!!!! Senão...não dará para hexar!!!
Fausto Bergocce