quarta-feira, 16 de julho de 2014

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (72)


QUAIS SERIAM OS BASTIDORES DA CRISE DA SAÚDE PÚBLICA EM BAURU?, PERGUNTA GUARDIÃO

O caos do atendimento médico público em Bauru é algo meio que sem conserto, sem reparação possível, pelo menos é o que supõe os últimos acontecimentos na cidade. No último final de semana, quase uma dezena de médicos plantonistas faltaram aos seus compromissos e deixaram de atender, provocando o caos nos Postos de Saúde e Unidades de Atendimento Básico. Filas e mais filas e a partir daí reclamações uma atrás da outra. De deles, como exemplo, José Schubert, extraio algo assim: “PRECISAMOS PEGAR MAIS FIRME CONTRA ESSES MÉDICOS QUE ANDAM EXIGINDO MUITO PRÁ TRABALHAR. SERÁ QUE SÃO MESMO ASSIM SUPER CAPACITADOS? SÃO TODOS BAURUENSES OU CHEGARAM AQUI ONTEM E ESTÃO QUERENDO IMPOR E DITAR AS REGRAS? VAMOS PEGAR MAIS FORTE NO PÉ DESSES CARAS... ELES JÁ ENCHERAM O SACO”. O prefeito continua tentando, marca reuniões, elas acontecem, o secretário de Saúde (que até pouco tempo denominava-o como Sectário da Saúde) tenta, uns dizem que existe uma queda de braço entre ele e alguns médicos, descontentes com sua atuação, outros sugerem que só mais grana resolve a questão, somos informados de que plantão não é obrigação e nesse embaralhamento de cartas, desorganização mais que exposta, sem solução à vista.

Guardião, o super-herói bauruense observa tudo atentamente e saca das suas. “Vou tentar dar nomes aos bois. Esqueçamos de pedir solução para os tais três médicos vereadores. Deles nada sairá de positivo. Todos eles são empresários do setor médico, muito mais preocupados com seus negócios e em nada poderão contribuir para a solução do problema. Esqueçamos eles. Vamos ao Sr prefeito e entendamos o que o Secretário de Saúde, o Monti quis dizer colocando seu cargo à disposição. Um jogo de cena? Talvez. Algo de positivo? Não, pois o prefeito não quer que ele saia. A existência de um grupo de médicos servidores boicotando seu trabalho são favas contadas. O que querem? Por que agem contra ele e o sistema? Já foram averiguar isso? Que tal expor os motivos desse descontentamento? Seria só financeiro? Vejo gente fazendo prognósticos de remunerar mais e mais os médicos. Mas isso já não foi feito? Não satisfeitos querem mais? O secretário dialoga com seus funcionários médicos? Existe isso ou tudo é feito de cima para baixo, sem ouvi-los e atender algo que ainda não estamos entendendo o que seja? O que de fato está por detrás disso tudo e está sendo escondido da população? Os médicos se manifestaram de forma pesada em um manifesto e a população continua sendo atendida de forma deficiente, inoperante e cheia de falhas”, eis o desabafo do Guardião.

As reuniões feitas pelo Sr Prefeito e Secretário da Saúde Municipal não estão resolvendo a questão, muito menos o bate boca e destempero de alguns vereadores. Diante de tudo, Guardião lança também mais alguns questionamentos que feitos de forma coletiva pode contribuir para encaminhar melhor as discussões e soluções: “As UPAs estão aí, prontas para receber a população, vejo os Postos sendo reformados. Ou seja, a infra estrutura existe e o problema reside na falta dos médicos. Concursos são definidos e deles não saem profissionais querendo atuar. A tal Fundação quer assumir o papel de gerenciar tudo, acima de tudo e de todos, numa espécie de carta branca, podendo contratar, pagar, receber e fazer tudo sem grandes cobranças. Será que não estão forçando essa situação, a entrada dela o mais rápido possível em funcionamento para colocarem em prática mais um sugador sem fim de recursos públicos? Os médicos atuam sabiamente, muito bem orientados, seguindo a cartilha de suas entidades de classe, pouco se lixando para o resto. Como enquadrar esses profissionais às normas do serviço público? Primeiro é necessário escancarar o que fato ocorre nos bastidores, se não devem ser obrigados a atuarem em plantões, atuariam com mais grana nos bolsos? É isso que querem, grana e mais grana. Só isso? Quando tivermos a noção exata do que se passa nos bastidores vamos entender de fato dos motivos do caos e a partir daí buscar uma solução, com esses ou sem esses, mas algo duradouro e consistente. Já passou do tempo da divulgação dos acordos intra-muros, os cumpridos e não cumpridos”.

OBS.: Guardião é um personagem de HQ, criação do artista do desenho, Leandro Gonçalez e com pitacos escrevinhatórios do HPA, o mafuento de um blog criador de caso.

4 comentários:

Mafuá do HPA disse...

Recebo esse texto de um amigo via email e me pede para não identificá-lo. Publico de forma anônima:

" Henrique, o problema começou a se agravar com a implantação do cartão de ponto, que ninguém toca no assunto. Antigamente os médicos, com vistas grossas do secretário, combinavam plantões com os amigos, trocavam, saiam no meio do serviço para atividades extras e tudo o mais. Agora, não podendo fazer mais isso, querem aumento na remuneração. Dizem que estão estafados com o aumento dos plantões, mas "barram" os colegas que passam nos concursos, dizem que o maior problema não é a remuneração, mas sim a redução da jornada. A proposta é reduzir a jornada de 20 para 15 hs semanais. Ora, isso significa aumento nos numerários deles, porque vão continuar fazendo 20 horas semanais, com a diferença que vão ganhar cinco hs extras. O Secretário tem a sua parcela de culpa porque não consegue dialogar com este pessoal e colocar às claras a situação e os vereadores só querem "jogar pra torcida". Pode prestar atenção, Essa insubordinação dos médicos se agravou depois do advento do cartão de ponto...antes eles fingiam que trabalhavam, o secretário fingia que acreditava e o povo, ora o povo, nem sabia das armações de bastidores.....Outro problema também é a Unimed, que ameaça profissionais novos que passam em concurso da Prefeitura para que eles não assumam, sob pena de perder espaço na Cooperativa.. Outra coisa, o Fernando Monti é funcionário do Estado, portanto não recebe nada da Prefeitura, por isso não pode criticar com veemência o "patrão" por conta da deficiência na malfadada Central de Vagas e outras mazelas do Governo Estadual. Infelizmente eu não posso botar a boca no trombone e me limito a desabafar com vc, que é meu amigo.

Outro pequeno detalhe: O Rodrigo não vai demitir um secretário do PR que é irmão do deputado, líder da bancada Paulista que conseguiu, entre outras coisas, uma verba superior a CINCO MILHÕES para terminar o "viaduto inacabado"....

desculpe tomar o teu espaço, só queria desabafar...

parabéns pelo seu texto, muito coerente e 'atacando' todas as vertentes da situação".

Anônimo disse...

A terceira via , seria a faculdade de medicina com hospital escola , mais médicos formados no Brasil ,.... , mais concorrência entre médicos,,, melhora da oferta e procura .
Adriano Coelho Hernandes

Anônimo disse...

De nada adiantaria isso, Adriano, se não formarmos uma nova consciência!
Daniel Pestana Dota

Anônimo disse...

O corporativismo médico em Bauru é forte e tem raízes políticas, vide nossos vereadores e nosso deputador Pedro Tobias. Falar da crise da saúde bauruense e deixar de lado a pauta do corporativismo médico, como tem feito nossa Câmara é inocência, ou no caso deles, acredito em má-fé.

Não faltam médicos na Unimed, Beneficência ou São Lucas, e os salários não são assim tão diferentes. O que me faz pensar em má-vontade e jogo político. E dos mais sujos, porque coloca em risco a vida de inocentes.
Eugenio Mirra