quarta-feira, 9 de julho de 2014

RETRATOS DE BAURU (159)



ALMIR ELID, MENESTREL DAS LETRINHAS

Gente que lê pelas ruas, não fazendo questão se cai em buracos, tromba com postes, escorrega em cascas de bananas, se são atropelados por bicicletas ou qualquer outro objeto sob rodas, esses fogem do trivial de um mundo lendo cada vez menos. A poesia para alguns pode estar nos mínimos lugares e isso move vidas, mas por outro lado, em alguns lugares esses nem gostam de adentrar, pois ali a poesia murcha e não acontece de jeito nenhum. Vi alguém poetando pela rua dia desses e registrei tudo.

ALMIR ELID é um poeta na acepção da palavra. Calmo até demais da conta, a fleuma em pessoa. Um distinto senhor, cabelos brancos , corpo esguio, gestos lentos, viúvo há bom tempo, vive cada vez mais numa espécie de dedicação mais do que exclusiva para a literatura, o grande mote de sua vida. Décadas atrás morava numa chácara lá nas proximidades do Rasi, lado do Distrito Industrial e ali um santuário de livros e papéis. Com o tempo foi obrigado a sair dali, o filho loteou tudo e foi viver onde mora até hoje, no jardim Ouro Verde. Educador renomado, conhecedor de teorias literárias múltiplas e variadas, não fica pregando conhecimento por onde passe, mas gosta de andar sempre com algo nos bolsos, como quando o revi, sacando um livrinho do bolso da camisa e pronto para declamar. Daí esquece da vida e as frases saltam de sua boca de uma forma divinal, cheia de encantos mil. Diz sentir-se constrangido de entrar num banco, por exemplo, com livros, pois lá não existe nada que possa vincular com o lado saudável da literatura. Almir gosta de estar no meio de livros, de gente que ainda possa discutir isso e acaba de me propor a criação de um grupo de encontros e reencontros literários e de fomento à discussão de temas correlatos. “Precisamos voltar a nos encontrar”, diz. Ficamos de marcar algo, juntar gente com a mesma disposição, ainda acreditando que algo nesse sentido é ainda possível. Almir crê e sabe que a força da educação é mais do que transformadora. É revolucionária.

9 comentários:

Anônimo disse...

ontem mesmo fui bater um papo na casa do velho Almir, grande figura, homem de livros e letras. Uma das coisas mais agradáveis que se pode fazer com um intelectual é conversar sobre banalidades e de repente, vemos que nada é banal para um homem que pensa....
Silvio Selva

Anônimo disse...

Também amo estar no meio dos livros ...entendo a colocação dele ...
Helena Aquino

Anônimo disse...

meu paizinho ... Babah seria até meio "parna' falar da sorte em ser sua filha!!! #morrodeorgulho
Mimi Elid

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS DO MEU FACEBOOK:

Sônia K. Brandão Almir Elid, grande figura.
Ontem às 14:03 · Curtir

José Carlos Brandão Grande Almir!
Ontem às 14:41 · Descurtir · 2

Luiz Vitor Martinello Abraçãozãozão, Almir!
Ontem às 14:46 · Descurtir · 3

Adib Axcar Jr. Grande MESTRE....... Almir
Ontem às 14:50 · Descurtir · 3

Jaqueline Andrade Grande cara, grande alma....
Ontem às 15:13 · Descurtir · 2

João Biano Grande!
Ontem às 15:34 · Descurtir · 2

Narciso Do Tempo Grande seu Almir!
há 19 horas · Descurtir · 2

Adilson Talon gente com sabedoria e uma alma boa....
há 10 horas · Curtir · 1

Maria Cristina Romão Uma grande figura o professor Almir Elid, realmente um poeta.
há 6 horas · Curtir · 1

ZiZi Morais disse...

Almir Elid gostaria de saber se vc deu aulas de Português em Sao Paulo, num colegio estadual na rua Rei Alberto da Belgica. Se alguem souber o telefone dele ficaria agradecida se me passassem! Meu nome é Teresinha, meu apelido Zizi MORAIS.

ZiZi Morais disse...

Almir Elid gostaria de saber se vc deu aulas de Português em Sao Paulo, num colegio estadual na rua Rei Alberto da Belgica. Se alguem souber o telefone dele ficaria agradecida se me passassem! Meu nome é Teresinha, meu apelido Zizi MORAIS.

ZiZi Morais disse...

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ZiZi Morais disse...

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Anônimo disse...

ele já morreu moça