PROSOPOPÉIA TERMOSTÁTICA – Texto publico no Bom Dia Bauru de 19/07/2014 e no Participi em 21/07/2014
Clodoaldo Meneghello Cardoso é professor aposentado da Unesp Bauru e um dos coordenadores da versão local da Comissão da Verdade. O reencontro no velório (como revemos pessoas queridas nesses lugares) da Juvelina Truijo, esposa do advogado Gilberto Truijo. Numa roda de conversa o instigo sobre como hoje em dia as reações estão um tanto intempestivas pelas redes sociais e até nos diálogos com alguns velhos conhecidos. Cada vez mais difícil e respostas bruscas, frias, diretas, grosseiras, sem reflexão, representando mais um sentimento latente de ódio de classe do que algo compreensível como solução para nossos atávicos problemas. Primeiro uma observação bem sensata. “Observe que esse procedimento não parte da classe mais alta, daqueles com maior poder aquisitivo, nem da mais baixa e sim, de uma classe média, parcela com algum poder de fogo, uma que investiu muito e hoje está penando para manter o status buscado. Enxergam os males nos que nos governam, sem nenhuma reflexão”, me diz. Concordei e na continuidade falávamos sobre os diálogos e as respostas, como continuar um diálogo saudável, dentro de parâmetros mínimos de respeito mútuo. Ele me deu a saída mais sensata para essas situações: “Sabe como faço? Simplesmente dou uma resposta cheia de palavras difíceis, as mais rebuscadas que encontro no meu vocabulário, dessas que não tem nem como responder. Nem eu, nem o interlocutor entenderá nada. Diante de uma agressão e insensatez salto, por exemplo, algo assim: ”Isso é reflexo compulsivo da intermediação irrefletida dos contatos esporádicos entre desiguais”. Pronto, tem como alguém responder algo assim? Difícil, né? Ótima idéia, prontamente aceita e acatada. Passo a fazer o mesmo e para aqueles diálogos onde um quer me mostrar que o seu lado é menos corrupto que o que defendo, que o seu santo é menos pau oco do que o meu, de que o neoliberalismo é mesmo a salvação da lavoura e diante dos ventríloquos, incapazes de refletir sobre o que diz, estou preparando respostas do tipo:
1 - Tratam-se, sem sombras de dúvidas, de transubstanciamento direto e agudo do miocárdio das massas, tudo refletido no parnasianismo caótico elevado à sua máxima potência.
2 – Entendível quando compactado na justaposição entre antagônicos lados e na exposição seguida provoca esses lamentáveis interegnos lacôniais.
3 – Corroboro com salutar definição, irrefutável diante da prosopopéia digladiante do transubstancial parlapatanismo reinante na veia pulsante dos tempos atuais.
4 – Ainda mais porque o antagonismo vociferante de alas metamorfosicamente pontiagudas está causando um alargamento do tecido social e restringindo o pensamento analógico.
5 – Sabiás e impactantes degringolações mentais, bem propícias desse momento altamente cheio de interregnos e malversações, recheadas de distúrbios meritórios e altamente rarefeitos.
Usem qualquer uma a vontade. É a forma de por para correr os chatos de plantão, cagadores de regra e vetustos defensores da crueldade do ter sobre o ser, do capital sobre o social e assim por diante. E o assunto estará encerrado.
PAULISTAS E O MOVIMENTO DE 32 – texto publicado no Bom Dia Bauru de 12/07/2014 e no Participei em 14/07/2014
Dia 09/07 tivemos mais um feriado, esse ano caindo numa quarta, para júbilo de muitos. Serviu para amainar a ressaca do dia seguinte, o do fatídico 7 x 1. O feriado é paulista e reverencia a fracassada empreitada de uma “revolução constitucionalista”. Terá sido isso mesmo? O que pouco se pergunta é que conseqüência teria essa vitória paulista? Quem estaria por trás do movimento, quais interesses e se teria sido mesmo o anseio por uma nova Constituição o fator que levou milhares de pessoas a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? Quando a data se aproxima surgem muitos exaltando algo patriótico no feito dos paulistas pegarem em armas e defenderem uma provável separação do resto do país. Leio que entendemos pouco do movimento. Verdade. Considero puro o sentimento, o patriotismo dos remanescentes que dela participaram. Entendiam uma coisa e talvez lutassem por interesses outros, desconhecidos e ocultos. O movimento precisa ser entendido observando-se quem nos comandava. Fazendo isso, tenho certeza que aquilo foi pura sacanagem dos paulistas, que anos depois criariam a UDN e trazia em seu bojo interesses separatistas. A historiografia atual segue essa linha, mais convincente. Aquela luta e a separação interessavam a quem? Ao povo? Certeza que não. À sua elite, certeza que sim. O que os mandarins da política paulista queriam era devolver ao estado o seu lugar, que eles acreditavam perdido, no comando dos rumos políticos da nação, cujas aspirações foram frustradas com a revolução de 1930. Os do embrião da UDN pensavam só existir dois caminhos, a hegemonia ou a separação. Insuflaram as massas para uma guerra constitucionalista, quando o que queriam era a independência separatista. Sem entender de fato as entrelinhas compra-se muito gato por lebre em nossas lutas. Pouca coisa mudou de ontem para hoje. Uma casta paulista ainda tenta passar um sentimento de excepcionalidade, de que é a locomotiva na nação e assim merecedora de privilégios. Com frieza, constato ser São Paulo o estado menos integrado à federação. O mais distante, cheio de pompa e se deixarem, impondo uma hegemonia meio que na marra, na força bruta. E uma casta política, por longos mais de 20 anos tenta perpetuar aqui algo perigoso, um cabresto político, antes impingido ao Nordeste. A UDN hoje possui outro nome e ele tem uma carinha bem paulista.
SE O VIADUTO CAIU, SÓ PODE SER COISA DA DILMA – texto publicado no Bom Dia Bauru de 05/07/2014 e no Participi em 07/07/2014
O viaduto caiu lá em Belo Horizonte. Pelo facebook, mesmo sem detalhes serem divulgados vi gente decretando que a culpa era de dona Dilma. Será mesmo? Incrédulo, fui verificar. Perá lá! Caiu e estava sob a responsabilidade da Prefeitura da cidade, depois do Governo Estadual, nenhum com vinculação dilmista. Pelo que sei, a verba foi Federal, essa sim do Governo de dona Dilma, mas a responsabilidade pela contratação da empreiteira foi dos outros dois, de outra constituição partidária. Uma tragédia não pode ser analisada assim dessa forma, como vejo sendo feita nos tempos atuais. Leio que o empreiteiro havia sido notificado, conseguiu reverter o embargo da obra (Como? Com quem? Onde?) e ela continuou. Esses interesses é que estão cada vez mais pondo o país a perder. Sempre o interesse financeiro se sobrepondo a qualquer outro. O dinheiro verga tudo e todos que querem fazer a coisa certa. Isso precisa ter fim e existe em todos os governos. Não existe como culpabilizar só um dos lados da questão. Nesse e em tantos outros casos algo bem evidente. Quem já foi apontando o dedão sujo para o lado de dona Dilma são os mesmos que a vaiaram no Itaquerão. Representam esse ódio pairando no ar, crescente e assustando o país num todo. Quem está julgando e vaiando dessa forma insensata está movido por interesses que não são os do fim da corrupção, o do encaminhamento do país para cada vez mais seguir trilha de melhorias. A burguesia brasileira tem seus interesses e esses não são os do povão, o da massa. Saiba que esses sempre tentarão incutir que o que eles querem para o país é o que todos devem pensar e agir como eles. Não compre gato por lebre. A burguesia é uma composição construída com uma argamassa contendo muita arrogância, prepotência e verve reacionária. Esses apostaram no desastre e fracasso da Copa e se deram mal. Contribuíram na divulgação mundo afora de um país, exatamente o oposto do que os estrangeiros aqui encontraram (e se maravilharam). Criticar é uma coisa, fazer o jogo que não é seu é outro. Agora mesmo estou no pé dessa empreiteira que fez tudo errado no caso do viaduto, primeiro ela, depois chegaremos um a um nos verdadeiros culpados. Nada precipitado, sem cuspir ódio em cada novo pronunciamento.
2 – Entendível quando compactado na justaposição entre antagônicos lados e na exposição seguida provoca esses lamentáveis interegnos lacôniais.
3 – Corroboro com salutar definição, irrefutável diante da prosopopéia digladiante do transubstancial parlapatanismo reinante na veia pulsante dos tempos atuais.
4 – Ainda mais porque o antagonismo vociferante de alas metamorfosicamente pontiagudas está causando um alargamento do tecido social e restringindo o pensamento analógico.
5 – Sabiás e impactantes degringolações mentais, bem propícias desse momento altamente cheio de interregnos e malversações, recheadas de distúrbios meritórios e altamente rarefeitos.
Usem qualquer uma a vontade. É a forma de por para correr os chatos de plantão, cagadores de regra e vetustos defensores da crueldade do ter sobre o ser, do capital sobre o social e assim por diante. E o assunto estará encerrado.
PAULISTAS E O MOVIMENTO DE 32 – texto publicado no Bom Dia Bauru de 12/07/2014 e no Participei em 14/07/2014
Dia 09/07 tivemos mais um feriado, esse ano caindo numa quarta, para júbilo de muitos. Serviu para amainar a ressaca do dia seguinte, o do fatídico 7 x 1. O feriado é paulista e reverencia a fracassada empreitada de uma “revolução constitucionalista”. Terá sido isso mesmo? O que pouco se pergunta é que conseqüência teria essa vitória paulista? Quem estaria por trás do movimento, quais interesses e se teria sido mesmo o anseio por uma nova Constituição o fator que levou milhares de pessoas a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? Quando a data se aproxima surgem muitos exaltando algo patriótico no feito dos paulistas pegarem em armas e defenderem uma provável separação do resto do país. Leio que entendemos pouco do movimento. Verdade. Considero puro o sentimento, o patriotismo dos remanescentes que dela participaram. Entendiam uma coisa e talvez lutassem por interesses outros, desconhecidos e ocultos. O movimento precisa ser entendido observando-se quem nos comandava. Fazendo isso, tenho certeza que aquilo foi pura sacanagem dos paulistas, que anos depois criariam a UDN e trazia em seu bojo interesses separatistas. A historiografia atual segue essa linha, mais convincente. Aquela luta e a separação interessavam a quem? Ao povo? Certeza que não. À sua elite, certeza que sim. O que os mandarins da política paulista queriam era devolver ao estado o seu lugar, que eles acreditavam perdido, no comando dos rumos políticos da nação, cujas aspirações foram frustradas com a revolução de 1930. Os do embrião da UDN pensavam só existir dois caminhos, a hegemonia ou a separação. Insuflaram as massas para uma guerra constitucionalista, quando o que queriam era a independência separatista. Sem entender de fato as entrelinhas compra-se muito gato por lebre em nossas lutas. Pouca coisa mudou de ontem para hoje. Uma casta paulista ainda tenta passar um sentimento de excepcionalidade, de que é a locomotiva na nação e assim merecedora de privilégios. Com frieza, constato ser São Paulo o estado menos integrado à federação. O mais distante, cheio de pompa e se deixarem, impondo uma hegemonia meio que na marra, na força bruta. E uma casta política, por longos mais de 20 anos tenta perpetuar aqui algo perigoso, um cabresto político, antes impingido ao Nordeste. A UDN hoje possui outro nome e ele tem uma carinha bem paulista.
SE O VIADUTO CAIU, SÓ PODE SER COISA DA DILMA – texto publicado no Bom Dia Bauru de 05/07/2014 e no Participi em 07/07/2014
O viaduto caiu lá em Belo Horizonte. Pelo facebook, mesmo sem detalhes serem divulgados vi gente decretando que a culpa era de dona Dilma. Será mesmo? Incrédulo, fui verificar. Perá lá! Caiu e estava sob a responsabilidade da Prefeitura da cidade, depois do Governo Estadual, nenhum com vinculação dilmista. Pelo que sei, a verba foi Federal, essa sim do Governo de dona Dilma, mas a responsabilidade pela contratação da empreiteira foi dos outros dois, de outra constituição partidária. Uma tragédia não pode ser analisada assim dessa forma, como vejo sendo feita nos tempos atuais. Leio que o empreiteiro havia sido notificado, conseguiu reverter o embargo da obra (Como? Com quem? Onde?) e ela continuou. Esses interesses é que estão cada vez mais pondo o país a perder. Sempre o interesse financeiro se sobrepondo a qualquer outro. O dinheiro verga tudo e todos que querem fazer a coisa certa. Isso precisa ter fim e existe em todos os governos. Não existe como culpabilizar só um dos lados da questão. Nesse e em tantos outros casos algo bem evidente. Quem já foi apontando o dedão sujo para o lado de dona Dilma são os mesmos que a vaiaram no Itaquerão. Representam esse ódio pairando no ar, crescente e assustando o país num todo. Quem está julgando e vaiando dessa forma insensata está movido por interesses que não são os do fim da corrupção, o do encaminhamento do país para cada vez mais seguir trilha de melhorias. A burguesia brasileira tem seus interesses e esses não são os do povão, o da massa. Saiba que esses sempre tentarão incutir que o que eles querem para o país é o que todos devem pensar e agir como eles. Não compre gato por lebre. A burguesia é uma composição construída com uma argamassa contendo muita arrogância, prepotência e verve reacionária. Esses apostaram no desastre e fracasso da Copa e se deram mal. Contribuíram na divulgação mundo afora de um país, exatamente o oposto do que os estrangeiros aqui encontraram (e se maravilharam). Criticar é uma coisa, fazer o jogo que não é seu é outro. Agora mesmo estou no pé dessa empreiteira que fez tudo errado no caso do viaduto, primeiro ela, depois chegaremos um a um nos verdadeiros culpados. Nada precipitado, sem cuspir ódio em cada novo pronunciamento.
Um comentário:
Vou arquivar aqui p depois colar. Kkkk
Márcia Nuriah
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