OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (69)

MAS QUEM É UM E QUEM É OUTRO: SILVIO SELVA E YANIS VAROUFAKIS
Foi bater os olhos numa foto do novo Ministro das Finanças da Grécia, o economista YANIS VAROUFAKIS, 53 anos, para sacar assim de bate pronto: é a cara e o jeito do SILVIO SELVA. As semelhanças não terminam por aí nessa parecença física. Eles, pelo visto, possuem muito mais semelhanças do que possamos imaginar. Batem também na estatura, magreza, careca raspada e reluzente e até no despojado modo da vestimenta. E no campo das ideias?

SILVIO SELVA todos aqui na praia bauruense conhecem. Um versátil artista plástico, batendo um bolão em várias especialidades. Joga em quase todas as posições e em alguns momentos dá uma de técnico. Na verdade, é diretor. De teatro, com preferência e competência para domar ímpetos juvenis. Gosta de trabalhar com o mais novos, mas nem pensem em confundi-lo com esse negócio de padres pedófilos. Ele, o Silvão, só dirige, não manipula, não vai colocando mãos e boca na garotada. Atua também nas hostes da Secretaria Municipal de Cultura, como uma espécie de faz tudo na retaguarda do Teatro Municipal. Nas horas vagas, que são cada vez menores, escreve muito bem, produz belos aforismos (diria, especialista no quesito) e também paródias. A última foi em cima da letra da famosa marchinha carnavalesca, “Cachaça”, adaptada para “O pau faz selfie? – Negocião no Bauruzão”, para o bloco Bauru Sem Tomate é Mixto. E na vida pessoal, um despojado cidadão, vestimenta e indumentária própria de um ser do tipo que um dia foi seu gauche na vida e nunca mais quis voltar a ser o que era. Uma bela espécime de potro indomável, raros e necessários cidadãos enxergando e entendendo o mundo com aquela galhardia bem própria. Tipo daquela que tentam imitar, mas não conseguem. Saca todas as sacanagens praticadas pela aí e nunca vai se posicionar ao lado dos vilões daqui e de tudo quanto é lugar. Seu negócio, aliás, é tirar sarro nos vilões. E faz isso com uma sapiência única. É uma mente mais do que privilegiada.

Daí, não se fala em outra coisa na Europa hoje, da possibilidade que está sendo criada pela nova administração grega. O movimento capitaneado por Alexis Tsipras, 40 anos é uma luz no final do túnel. O posicionamento firme e altaneiro dele e do seu partido de esquerda, o SYRIZA (Coalizão da Esquerda Radical) é um alento, talvez o último para uma falida economia, onde 30% dos gregos estão mergulhados na miséria. Nível de desemprego de 26% e de mais de 50% entre aqueles entre 25 e 35 anos. E nesse cenário surge um novíssimo personagem, o economista YANIS VAROUFAKIS, propondo uma saída nada ortodoxa para o país e alvo da pressão de todas as instituições financeiras europeias. “O segredo do poder real não está com os opressores, mas com os oprimidos”, disse ele num dos seus pronunciamentos. Tudo o que escreveu até hoje é um belo libelo contra o sistema e as ideias econômicas vigentes, principalmente na Europa. Ele vai ser o cara que vai buscar uma saída para a Grécia, mas fora do circuito de dependência e sabendo enfrentar o grande dragão defensor da prática do deus dinheiro, Angela Markel e a forte e poderosa Alemanha. Algo dele no seu blog pessoal, o http://yanisvaroufakis.eu. Lá mais isso: “O capitalismo sempre foi um sistema fundado no poder do Estado em que a riqueza foi produzida coletivamente e apropriada privadamente”. Com a chegada dele e a possibilidade de comprovar algo bem simples, a existência de outro mundo além da bestialidade de eternamente seguir e imitar o modelo dos EUA. Desacreditado e renegado até então, está propondo muito mais do que a profunda revisão dos parâmetros dominantes da teoria econômica.

Eu olho para as fotos de ambos e já não sei mais qual é o Silvão e o Yanão (olja a intimidade), cada um querendo refundar ao seu modo e jeito uma pá de coisas. Um tentando fazer isso na distante Zona do Euro, aldeia global e outro na nossa Zona do Agrião, aldeia do cerrado paulista. Não está sendo fácil driblar os rezadores da cartilha neoliberal e seguidores do deus dinheiro, aquele acima de tudo e de todos. Tentar é preciso.

POR FAVOR: Me ajudem nas fotos, quem é um e quem é o outro?

PARA UM MELHOR ENTENDIMENTO SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI:

Danamos com eles e ainda existem os que não entenderam isso direito. Eles eram os uós do borogodó naquela época, muito mais avançados que todo o restante da América Latíndia e daí, para acabar de vez com o sonho de um altaneiro país, juntaram-se Brasil, Argentina e Uruguai, na defesa do interesse inglês e fizeram um arrasa quarteirão com o avançadinho. Esse um dos motivos porque até hoje olho para os paraguaios sempre com o maior respeito e confesso, tenho uma espécie de culpabilidade por tudo o que fizemos a eles de mal lá atrás, mesmo não tendo culpa nenhuma. Eis um belo texto, publicado hoje no Página 12 argentino. Vamos entender algo dela ontem, hoje e sempre clicando a seguir:
http://www.pagina12.com.ar/…/cont…/13-265712-2015-02-08.html

Pelas boas discussões domingueiras, aliás, todos os dias do ano e de nossas vidas. E que isso se espalhe como praga pelo facebook, local de discussões infritíferas e destemperadas.