quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

CARTAS (185)


“TOMATE É A TUIUTI DE BAURU”*
* Uma carta da lavra e responsabilidade deste HPA para o Jornal da Cidade, Bauru SP, Tribuna do Leitor, com solicitação de publicação:
O título está entre aspas, pois foi desta forma que um amigo nos denominou. O bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é Mixto sente-se lisonjeado com a lembrança. Produzimos algo inusitado no Calçadão da Batista, sempre ao meio dia do sábado de Carnaval e além da festa, escancaramos algo do ocorrido nas hostes bauruenses no ano passado. Retratamos algo, considerado por nós, como nada recomendável para os padrões do benfazejo em prol da aldeia bauruense e assim, homenageamos negativamente os que pisaram na bola e no tomate (ui!). Alguns desses fazem ouvidos moucos, outros não se aguentam e reagem, daí entramos em estado de puro êxtase, com a absoluta certeza do dever cumprido. Quando a carapuça serve é sinal do acerto na escolha. Na letra da marchinha deste ano, “Na cidade dos Bruzundangas: De bordel a quartel, em cada esquina um coronel” ou nas homenagens do Prêmio Desatenção, a folia ocorre com mais galhardia, picardia e galhofa quando os incomodados se remexem na tumba.

E além da galhofa este ano estamos sendo comparados com o que a Paraíso do Tuiuti apresentou no carnaval carioca e levantou não só a massa, como o troféu de vice-campeã (já é a campeã absoluta na aceitação popular). Estamos lisonjeados, mesmo cientes de que as escolas de samba cariocas não são bons exemplos de retidão, pois comandadas por rufiões e contraventores. Enfim, nada diferente do mundo empresarial de sucesso no capitalismo, todos campeões em sonegação e inocência (sic). O enredo da Tuiuti é pra lá de ótimo e se até eles, com todos os deslizes cometidos já cansaram das mazelas deste país e estão na vibe, atacando o golpe e seus nefastos efeitos é porque a coisa degringolou de vez. Para conserto, sabemos, não são mais possíveis simples chacoalhões ou acordos entre as partes e sim, uma ampla, geral e irrestrita virada de mesa com tudo o que estiver em cima.

O Tomate propaga isso já há seis anos e neste teve até entrevista cancelada sob a alegação de que na dita TV, não se “misturava carnaval com política”. Outro fez a entrevista, mas pediu delicadamente para não darmos no ar nomes aos bois, ou seja, a citação dos agraciados com a premiação pela desatenção (Pedro Tobias, Clodoaldo Gazzetta e coronel vereador Meira). O Tomate resiste e fica todo cheio de jubilo e contentamento com a comparação, pois entende o sentido dado, o da persistência, resistência e luta, ideal inquebrantável. Promete seguir na mesma trilha, sempre pelas vicinais, rebarbas e desvios, cutucando os que se apequenam diante da defesa dos interesses dos trabalhadores, tudo para atender interesses dos ditos donos do poder, os tais manipuladores de massas. A gente vai levando, sem lenço e sem documento, sem medo de ser feliz, de abrir a boca e gritar bem alto. E mais, a gente não se borra com intimidações baratas e levianas. Enfim, a gente só queria que esses tais não desmerecessem o nome de Bauru pela aí. E se o fizerem, a tomatada com certeza ao atingirá em cheio.

Henrique Perazzi de Aquino – pelo Bauru Sem Tomate é MiXto

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