sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

UM LUGAR POR AÍ (104)


UM ENSAIO CARIOCA NA FAMOSA PRAÇA TIRADENTES
Uma semana antes da festa carnavalesca, numa passagem voando pelo balneário mais encantador do nosso mundo, o Rio de Janeiro, eis que este mafuento observador caiu de paraquedas na praça Tiradentes, centro da cidade, bem perto do teatrro João Caetano e lá alguns pequenos blocos fazendo a festa de uma maneira antiga, cantando velhas marchinhas e sambas, em pequenos agrupamentos e demonstrando das possibilidades de realizar algo grandioso bem distante das grandes concentrações humanas, umas que hoje, até pelo descontrole do momento, acabam por se tornar perigosas. Prefiro algo assim, mais singelo e sutil, ao estilo das que meu corpo ainda consegue sacolejar. Ando rejeitando grandes concentrações e só vou nas contestaórias contra o infame golpe a nos apunhalar. Essas precisamos ir mais e mais, do contrário, ando em algo mais suave, menos gente.

O ensaio aqui reproduzido é algo que meus cansados olhos conseguiram vislumbrar da festa rolando na praça, o trabalho dos que ralam durante os festejos, os dentro da INFORMALIDADE dos tempos atuais. Que o trabalhador já está vivendo tempos cruéis fora do regime da carteira assinada, isso já não é mais novidade para ninguém. Os reflexos disso serão sentidos nas gerações futuras. Hoje ainda existem famílias sobrevivendo com a aposentadoria dos seus, algo conquistado ao longo de décadas de recolhimento para a Previdência. Como isso anda cada dia mais em baixa, quando a idade chegar para todos os que hoje não mais recolhem, algo que o país sentirá profundamente lá na frente, quando esses envelhecerem e não mais tendo condições de ir à luta e levantar algum, daí quando a fome bater algo mais poderá acontecer neste país.

Vigora nas ruas a informalidade e as formas que ela produz para ir driblando as adversidades. No Carnaval de rua do Rio de Janeiro precensiei uma delas, a dos informais vendedores de bebida, com seus isopores, todos bolando um algo mais para atrair a clientela. Mas o que me chamou a atenção foi o fato da quase totalidade deles já estarem vendendo aceitando cartão de crédito e débito. Como o fazem, não me perguntem, pois creio a imensa maioria deles não recolhe mais nada de Previdência e nem o fazem nesse plano mínimo, as Micro criadas pelos governos do PT, com mensalidade muito baixas e alguma garantia de direitos. Sei que hoje já é possível a abertura de possuir maquininha de cartão para pessoas físicas, mas para um perguntei sua resposta me é elucitativa de como resolvemn seus problemas: "Minha tia tem um pequeno salão de beleza e fiz um acordo com ela, ela tinha a maquininha, me emprestou e vim com ela trabalhar. Quando entrar a grana lá, vejo o que posso passar a ela e vida que segue. Entre a gente, sempre foi assim, um ajuda o outro".

O ensaio feito por mim mostra um pouco desse Brasil pulsando nas ruas.

HPA - curtindo uma segunda de Carnaval em Bauru, onde a manifestação deste só acontece no Sambódromo e à noite, durante o dia, tudo normal, vida que segue.

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