Para levantar o indignado ânimo desse mafuento-mor, recupero notícia do Tribuna do Norte de junho, onde o Gaeco-MP-Eleitoral do RN caiu pesado nas atividades criminosas de um pessoal bolsonarista de Parnamirim, botando bandidos em cana, vereadores, inclusive, além de três "pastores": Pastor Alex, Pastor Sandoval e Pastor Danilo, todos com iniciativas idênticas às que seus clones espalhados país afora mandam ver por aí. Inciativas muito idênticas pipocam neste momento país afora e quando não freadas a contento, se multiplicam como praga, pois é utilizada como exemplo de algo que dando certo num lugar, daí, o lesa erário público ocorre sem pestanejar. Enfim, “se deu certo lá, por que não daria em outras paragens?”. Eis o link da matéria do jornal nordestino: http://www.tribunadonorte.com.br/.../vereadores-de.../513393
Ou seja. Se o MP não entra com tudo, a participação neopentecostalista avança por todos os modos e meios. Não generalizo, mas ressalto algo bem nítido. Exemplo gritante disso tudo está estampado na capa da próxima edição da melhor revista semanal do nosso tempo, Carta Capital, chegando às bancas amanhã, com a manchete “Vacinogate – O negociador: o reverendo Amilton de Paula é o fio de um novelo que leva ao submundo bolsonarista, a unir dinheiro, evangélicos, militares e serviços secretos”. Puxando o fio dessa meada, chegaremos não só ao submundo fundamentalista internacional, com ramificações por todos os lugares. O descalabro da descoberta deste pastor se dá, em primeiro lugar, em como alguém totalmente alheio a este tipo de negociação, um pastor, líder de um grupo religioso, pode negociar vacinas em nome de um país. Ou seja, ali a certeza absoluta de muita coisa escusa por debaixo dos panos. Primeiro eram contra a vacina, propagadores do inútil kit prevenção – aqui em Bauru até fizeram aprovar algo no sentido de enaltecer o kit -, agora negociam a compra das mesmas. Que bela mudança, hem!
No caso da denúncia ora citada, a de Parnamirim, o que salta aos olhos é o “atuavam diretamente na busca de fontes de recurso para entidades, convencendo vereadores a destinarem emendas parlamentares à Associação, a fim de transferir valores das subvenções sociais e efetuar ajudas de custo, com finalidade de desviar recursos públicos para finalidade eleitoral”. Isso me fez lembrar de texto lido recentemente no bravo semanário DEBATE de Santa Cruz do Rio Pardo, com denúncia muito parecida, feita contra o deputado federal, oriundo daquela região e hoje residindo em Bauru, o indefectível capitão Augusto, que está sendo denunciado por incidir valores de emenda parlamentar de sua autoria e alçada para jornal onde sua esposa era uma das sócias majoritárias. Eis o link da matéria do Debate: https://www.debatenews.com.br/.../deputado-augusto-pode..., cujo título nos remete a tudo isso que escrevo neste exato momento: “Deputado Augusto pode ter bancado sua própria empresa com cota parlamentar – Justiça reconheceu participação do deputado em empresas através de laranjas”. Atuar em benefício próprio deve ser mesmo uma belezura!
Meu finado pai me dizia sempre e faço questão de repetir ad eternum, “meu filho, cuidado com os moralistas, pois destes, nada se salva”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que, todos que se apresentam com este discurso, num breve vasculhar, muita sujeira não só por debaixo, como por todos os lugares do tapete e debaixo de tudo. Desmascarar “santos do pau oco”, como vejo muitos hoje se arvorando como salvadores da pátria, eis um mote de atuação para toda uma vida. Daí, por mais que possa existir boas intenções, ações como a de tornar possível entidade evangélica cuidando de Unidade de Saúde, sendo ela praticamente quem vai gerir tudo, sem prestar minimamente contas do arrecadado é algo mais do que perigoso, pernicioso e fora de qualquer padrão da normalidade. Quando vejo igrejas arrecadando dinheiro para reformar prédios públicos, me arrepio da cabeça aos pés e de cara, sem tirar nem pôr, me lembro deste pastor Amilton, amigo de Bolsonaro, do que aconteceu em Parnamirim ou mesmo com o jornal ourinhense e vejo que o Judiciário e o Ministério Público precisam estar mais do que atentos.
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