sexta-feira, 30 de julho de 2021

FRASES DE UM LIVRO LIDO (167)


“OS MEUS LIVROS”, O POEMA DO BORGES E OS MEUS ESPALHADOS E SENDO LIDOS AO MESMO TEMPO
"Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre", Jorge Luis Borges.

Quando li esse poema hoje nas redes sociais, postado pelo também poeta José Brandão, oriundo de Dois Córregos e radicado aqui na terra “sem limites”, logo me lembrei do meu incomensurável amor pelos livros. Não sei o que seria de mim nestes tempos sem eles aqui ao meu lado, embalando o desenrolar dos meus dias. Já li muito mais do que consigo fazer hoje. Escrevinhar diariamente me toma muito tempo e juntando com os afazeres doméstico, mais alguns resquícios profissionais, sobre pouco tempo para o deleite da leitura. Espio o jornal impresso aqui da cidade, leio junto semanalmente a melhor revista do nosso mundo, a Carta Capital e junto dela, a mensal Piauí. Elas permanecem abertas aqui do meu lado, com uma caneta marca texto na página onde me encontro. Intercalo tudo o que faço com as leituras. Atendo um telefone, falo com um cliente, um amigo e leio mais um bocadinho. Vou ao banheiro cagar, sento no vaso e leio. Só não cozinho lendo ou dirijo o carro lendo, pois acho muito perigoso, mas ultimamente não saio de casa sem estar com um livro ou revista nas mãos. Não consigo me imaginar numa fila, por exemplo, de banco, casa lotérica ou mesmo caixa de mercado e eu sem nada nas mãos para ler. Fico com comichão quando sem nada pra ler nesses lugares. Nem me imagino numa sala de espera de médico e sem uma boa leitura, ainda mais porque a maioria do que encontro por lá é sempre porcaria. Levo de casa. E aqui do meu lado, da mesa onde batuco essas mal traçadas um sofá e nele a extensão do meu Mafuá, ou seja, uma bagunça generalizada que só eu entendo e com leituras variadas e múltiplas. Adoraria ter insônia, pois levantaria de bom grado e leria com sofreguidão até o sono voltar. Mas disso não padeço, pois deito e durmo, isso em qualquer lugar, se bobear até nas paradas do carro nos semáforos. Ler é tudo.

Pois bem, agora mesmo tenho alguns aqui além das revistas. Nenhum assim com temática acadêmica, rebuscado, mas todos para mim, imprescindíveis. O que mais está me dando tesão por estes dias é uma biografia da Leila Diniz. O livro leva seu nome e faz parte da coleção Perfis Brasileiros, esse escrito pelo Joaquim Ferreira dos Santos. Leila era encantadora e já no começo do livro me interesse mais ainda quando li: “...aquela menina que falava palavrão sem qualquer agressividade, numa época em que aquilo saía apenas da boca das putas”. Ela era mesmo apaixonante. Outro que comecei e estou quase no fim, lendo em drops é a biografia do Paulo Neves, nosso homem do teatro. O livro é Mireveja, “Palco de Memórias”. Ganhei este do próprio Paulo e uma das frases que fiz questão de grifar (grifo todos meus livros com canetas marca textos, minha marca registrada), demarca bem ele e como devemos agir na vida: “Pensando bem, nunca tive medo das coisas difíceis e não será agora, já idoso, que terei”. Tem um terceiro livro aqui no sofá, comecei e quero ir logo até o fim, pois sempre tive muita curiosidade na vida do revolucionário uruguaio Raul Sendic. Encontrei o livro “As ideias de um líder Tupamaro”, da editora Tchê pela bagatela de R$ 5 reais num sebo e a traria naquele dia nem que custasse R$ 100 reais. Ele, num trecho me fez grifar isso: “Não nos confundamos, nem todos os desempregados tecnológicos andam encurvados e de boné na cabeça vendendo quinquilharias: este bem vestido vendedor de paletó e gravata que desce de um luxuoso carro para oferecer um terreno que o senhor (a) jamais sonhou em comprar é também uma vítima d oavanço tecnológico que o priva de fazer algo mais útil em sua vida”. Da pilha esperando para serem devidamente devorados, o livro do Maklouf sobre a vida do Bolsonaro nos quartéis e outro que não vejo a hora de começar, o de contos do Sérgio Sant’Anna, “O homem-mulher”. Lá na cabeceira da cama tem outro que podem achar um horror, mas dou espiada todo dia antes de deitar, um com os textos que o Paulo Francis escreveu pra Folha e o Estadão. E no Mafuá, sendo livro bocadinho por dia, a biografia do velho Martinello, que ganhei do Pedroso Jr. Pudesse ficava só lendo até o fim dos meus dias, mas tenho que conspirar e fazer ainda o que tiver ao meu alcance para tentar derrubar esse capiroto desgraçado, depois quando o intento for alcançado, aí sim, lerei até não poder mais. Espero esse dia chegue logo.

DEPOIS DA FRASE NA PAREDE NO TEATRO, A "CULTURA" ESTÁ ACORDANDO
Unidos vergaremos os que a querem contida, calada e sem voz ativa, enfim, SUÉLLEN ROSIM e TATIANA SÁ na berlinda. O fundamentalismo e o negacionismo não podem vencer...

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