sábado, 23 de outubro de 2021

CENA BAURUENSE (219) e MÚSICA (204)


ÁRVORES SENDO SUPRIMIDAS, ELIMINADAS EM BAURU - FOTOS E MÚSICAS COMO ALERTA PARA CONTER UMA DESPELADA CIDADE*
* Intercalo algo que fui publicando ao longo da semana pelas redes sociais, fotos desta insólita cidade com músicas versando sobre o tema.

01.) Diante de tantas árvores sendo sumariamente cortadas e surrupiadas do cenário bauruense, por cinco dias seguidos, de segunda a sexta, posto aqui alguns exmplos das que resistem bravamente pela aí, como essa, lozalizada na zona rural, logo depois da estação de Val de Palmas, num descampado, isolada no meio de uma plantação e ali, como uma ilha no meio do oceano.

02.) "A ORDEM DAS ÁRVORES NÃO ALTERA O PASSARINHO"
Diante de tanta matança de árvores nesta cidade dita e vista como "Sem Limites", relembro aqui por alguns dias alguns com temática ÁRVORES. Começo com TULIPA RUIZ e algo de sua lavra, a A ORDEM DAS ÁRVORES, de 2010. Uma canção divertida e empolgante que nos ensina nomes de árvores e pássaros e nos lembra que as árvores são os lares de muitas espécies de pássaros, portanto preservar árvores significa cuidar e manter a continuação dessas espécies, algo não muito entendido aqui pelos lados de quem administra a cidade e possui o poder de vetar e impedir cortes desnecessários e criminosos. Faixa do sensacional álbum "Efêmera", 2010. Pra pensar e agir...
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=xIfiIXHcNhI
Naquele curió mora um pessegueiro/ Em todo rouxinol tem sempre um jasmineiro/ Todo bem-te-vi carrega uma paineira/ Tem sempre um colibri que gosta de jatobá/ Beija-flor é casa de ipê/ Cada andorinha é lotada de pinheiro/ E o joão-de-barro adora o eucalipto/ A ordem das árvores não altera o passarinho/ A ordem das árvores não altera o passarinho/ Naquele pessegueiro mora um curió/ Em todo jasmineiro tem sempre um rouxinol/ Toda paineira carrega um bem-te-vi/ Tem sempre um jatobá que gosta de colibri/ Beija-flor é casa de ipê/ Cada pinheiro é lotado de andorinha/ E o joão-de-barro adora o eucalipto/ A ordem das árvores não altera o passarinho/ A ordem das árvores não altera o passarinho
A ordem das árvores não altera o passarinho/ A ordem das árvores não altera o passarinho/ Não altera o passarinho/ Não altera o passarinho.

03.) Por cinco dias, algo sobre árvores nas ruas bauruense e hoje na segunda foto, uma na praça do Líbano, logo na bifurcação do acesso da Nações para a Rodrigues Alves, linda, frondosa e levantando o questionamento: se resolverem ampliar a passagem dos carros por ali, quem a defenderia da insanidade de ver abaixo o verde para privilegiar o modal quatro rodas? Ainda hoje na padaria na esquina de casa, ouvi discussão sem ter coragem de adentrar o papo, pois sei, iria me alterar. Umm dizia para o outro: "Aquele pessoal barulhento é chato, pois o lugar ficou lindo e árvore a gente planta depois". Até agora não plantaram as do parque na avenida Nações Norte e, pelo visto, esse deverá o mesmo destino das prometidas para a praça Portugal, "depois a gente vê como é que fica".

04.) No terceiro dia versando sobre a problemática das árvores em Bauru, sendo dizimadas pelos detentores do rodízio do poder municipal, desta feita, imaginem se os juízes ali do Fórum local, localizado logo acima dessa concentração de árvores decidicem que, por falta de vagas de estacionamento, teriam que derrubar todas e em seu lugar, surgir mais uma bela construção de concreto armado, onde pudessem deixar seus veículos de forma confortável enquanto legislam? Como em Bauru tudo é possível, adianto que, trata-se de uma hipótese, mera provocação, mas bem dentro de tudo o que anda ocorrendo com o pouco existente de verde dentro da área urbana de Bauru. A cidade, pelo progresso, concordaria com mais essa iniciativa podativa.

05.) DE NADA VALE TANTO ESFORÇO DO MEU CANTO PRA NOSSO ESPANTO TANTA MATA HAJA VÃO MATAR
Estamos em Bauru, cidade agora também conhecida por derrubar desmedidamente árvores, daí relembro aqui algumas canções sobre elas, até para tentar espairecer e sensibilizar bocadinho mais aos detratores e defensores do modal concreto, botando abaixo o verde que nos cerca. Vou hoje de XANGAI cantando MATANÇA, do Augusto Jatobá. Está no LP "Que qui tu tem canário", Vynil Discos, 1981.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=aKaiaRfBixk
Cipó caboclo tá subindo na virola/ Chegou a hora do pinheiro balançar/ Sentir o cheiro do mato, da imburana/ Descansar, morrer de sono na sombra da barriguda/ De nada vale tanto esforço do meu canto/ Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar/ Tal mata atlântica e a próxima amazônica/ Arvoredos seculares impossível replantar/ Que triste sina teve cedro, nosso primo/ Desde menino que eu nem gosto de falar/ Depois de tanto sofrimento seu destino/ Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar/ Quem por acaso ouviu falar da Sucupira/ Parece até mentira que o jacarandá/ Antes de virar poltrona, porta, armário/ Mora no dicionário, vida eterna, milenar/ Quem hoje é vivo corre perigo/ E os inimigos do verde dá sombra ao ar/ Que se respira e a clorofila/ Das matas virgens destruídas vão lembrar/ Que quando chegar a hora/ É certo que não demora...

06.) No momento em que árvores desaparecem misteriosamente do palco dos acontecimentos em Bauru, fotografo essa dentro do propósito de registrar algumas correndo risco. Essa está localizada ao lado do Posto Elefantinho, altos das Nações, do outro lado do Ceasa, já dentro de um cercado, futuro empreendimento imobiliário. Resistirá à sanha da especulação ou será suprimida pelo bem do "progresso" (sic)?

07.) "CRESCEM COMO AS PESSOAS, MAS NÃO SÃO SOLTAS NOS PASSOS"
Vivemos numa cidade com poucas árvores plantadas pelas suas ruas e destas poucas, em curso o sacrifício de muitas delas, com a justificativa de que com seu sacrifício, no lugar o "progresso" (sic). Daí, compareço por aqui relembrando músicas com tema versasndo sobre elas, hoje ARNALDO ANTUNES que contempla as árvores e agradece por seus inúmeros benefícios com AS ÁRVORES. Faz parte do CD "Um Som", 1998.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=m_rbMKESz-g
As árvores são fáceis de achar/ Ficam plantadas no chão/ As árvores são fáceis de achar/ Ficam plantadas no chão/ Mamam do sol pelas folhas/ E pela terra/ Também bebem água/ Cantam no vento/ E recebem a chuva de galhos abertos/ Há as que dão frutas/ E as que dão frutos/ As de copa larga/ E as que habitam esquilos/ As que chovem depois da chuva/ As cabeludas, as mais jovens mudas/ As que chovem depois da chuva/ As cabeludas, as mais jovens mudas/ As árvores ficam paradas/ Uma a uma enfileiradas/ Na alameda/ Crescem pra cima como as pessoas/ Mas nunca se deitam/ O céu aceitam/ Crescem como as pessoas/ Mas não são soltas nos passos/ São maiores, mas/ Ocupam menos espaço/ Árvore da vida/ Árvore querida/ Perdão pelo coração...

08.) Na Bauru que derrubam árvores como se fosse praga tudo pode acontecer, até mesmo inventarem uma ampliação qualquer de algum retorno nos altos das Nações Unidas, tudo para se ver livres de frutífera mangueira.

09.) "MANTER EM PÉ O QUE RESTA NÃO BASTA"
Relembro por alguns dias músicas sobre árvores e a preservação do verde, da natureza, algo não muito em voga na Bauru dos tempos atuais. Hoje venho com REFLORESTA de GILBERTO GIL, de voz gentil, acalanta o coração desmatado numa música com o filho Bem Gil (que assina a produção da canção) e o trio Gilsons, formado outros integrantes do clã Gil, com filho e netos. Suavemente, Gil canta sobre os perigos do desmatamento desenfreado, uma bandeira política da turma do agronegócio que costumeiramente banca o Presidente da República. A iniciativa de "Refloresta" é do Instituto Terra, uma ONG criada por Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado, em 1998. O clipe, disponível acima, foi realizado pela Ampfy, dirigido por Ivi Roberg e produzido por Piloto. Em tempos de motosserra e das queimadas, ainda bem que temos a poesia, o lirismo e a candura de Gilberto Gil.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=YAQxp-rkFVM
Manter em pé o que resta não basta/ Que alguém vira derrubar o que resta/ O jeito é convencer quem devasta/ A respeitar a floresta/ Manter em pé o que resta não basta/ Que a motosserra voraz faz a festa/ O jeito é compreender que já basta/ E replantar a floresta/ Milhões de espécies, plantas e animais/ Zumbidos, berros, latidos, tudo mais/ Uivos, murmúrios, lamentos ancestrais/ Por que não deixamos nosso mundo em paz?/ Além do morro, o deserto se alastra/ Toda terra, da serra aos confins/ O toco oco, casco de Canastra/ Onde enterramos saguis/ Manter em pé o que resta não basta/ Já quase todo o verde se foi/ Agora é hora de ser refloresta...

10.) Na avenida Luiz Edmundo Coube, bem defronte o Ginásio de Esportes Darci Cesar Improta, bem na beiradinha da calçada tem uma árvore dessas enormes, frondosa e vistosa, de encher os olhos, ruborizar a face por tamanha beleza. Ela impera por ali, mas na Bauru de hoje, se alguém propor alargar a avenida, passaria a correr riscos, como já aconteceu com outras e assim se foram, sem que, nem com os melhores argumentos conseguissem se manter vivas. Por detrás de tudo, sempre um tal de "progresso" (sic), que não deixa dúvidas, em muitos momentos regride.

11.) "SE É FORTE FICA, COLHE A PROLE"
Por alguns dias publico aqui só canções com temática de árvores, numa tentativa de sensibilizar estes tomadores de decisões nesta cidade varonil, com muitas delas favoráveis ao corte desenfreado. Algo da insanidade reinante de que, não importa nada no caminho de um modal onde sempre se estará privilegiando o carro em detrimento do ser humano. Hoje venho para encerrar a série com PRAÇA DA ÁRVORE, do e com NANDO REIS. Sei é o primeiro lançamento independente de Nando, 2012, depois da recusa da Universal Music Group em renovar o contrato que tinha com o músico. Nando afirmou que o processo de se tornar independente é irreversível. Ainda, segundo o músico: " A Universal não quis renovar comigo, e eu quis ter essa experiência. Não faz muita diferença do ponto de vista artístico, a mudança se dá na parte administrativa, na concepção da venda do disco. É algo que eu só poderia fazer dessa forma se estivesse sozinho.” Nando também disse que ele não estava mais entendendo várias coisas na mecânica das companhias, "como a margem de lucro, com discos a R$ 30, que um ano depois custam R$ 5." Tudo isso se insere no meu propósito neste momento. Viva Nando Reis.
Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=2IKrK7XMufY
Quando eu a vi, entendi/ Que o prédio cinza ao patio/ Do convento entre grades explicavam/ Sem palavras/ Sem ensear, esperei/ O equei de escanteio, o correio/ No metro da praça da arvore/ Desolada/ Que o deserto de cimento/ Comprovasse que uma flor/ Só pede aguá/ Quando eu nasci em janeiro/ Já de certo incluía que um dia/ Renasceria em fevereiro/ Fez em mesmo/ Uma conjunção, um enredo/ Se é forte fica, fortifica cole a prole/ Que cabe dentro de um cesto/ Ou de um berço/ Que o afeta é como o dia/ Acabe em noite/ E renasce na Alvorada/ Eu te amo/ Só você é quem consegue/ Me entender

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