Procuro responder à altura, mas neste final de semana encontrei a melhor de todas. Eu e Ana fomos jantar na casa de dois professores amigos e na conversa com o dono da casa, fiquei saboreando sua biblioteca. Falávamos sobre uma nova editora no mercado editorial brasileiro e nela um livro mais do que instigante, o “Os Amnésicos – História de uma Família Europeia”, de Geraldine Schwarz, tradução de Ana Martini. Logo no primeiro capítulo, que li ali numa sentada, algo singular sobre a indiferença de alguns em deixar a coisa ir rolando: “Ser ou não ser nazista – Eu não estava especialmente predestinada a me interessar pelos nazistas. Os pais dos meus pais não estiveram nem dos lado das vítimas nem do lado dos carrascos. Não se distinguiram por atos de bravura, mas também não pecaram por excesso de zelo. Eram simplesmente pessoas que se deixam levar pela corrente. Simplesmente no sentido de que a atitude deles foi a da maioria do povo alemão, um acúmulo de pequenas cegueiras e pequenas covardias que, combinadas, criaram as condições necessárias para o desenrolar dos piores crimes de Estado que a humanidade já conheceu. Após a derrota e por longos anos, faltou distanciamento a meus avós e à maioria dos alemães para perceber que, sem a participação deles, ainda que ínfima em escala individual, Hitler não teria reunido condições para cometer crimes de tamanha magnitude”.
Vou imprimir e repassar este texto para todos os que ainda insistem em dizer que, nada tinham a ver com o que se passava no país nos tempos nefastos da ditadura militar e mesmo agora, com a perversidade promovida por Bolsonaro e os seus nos nossos costados. Os próprios ditadores, como Bolsonaro faz neste momento, sentem a temperatura de seu povo para ver até onde pode ir, se pode ou não prosseguir na sanha autoritária e amalucada. Não tendo muita reação ou tendo de pequena monta, algo no qual conseguem reverter pela força, tocam o barco e danam com tudo, segundo suas cabeças desajustadas. Sentei e fiquei lendo o livro enquanto a conversa rolava na sala sob outra ótica. Tirei fotos de algumas páginas e aqui escrevo, copio e passo adiante, pois exatamente como lá atrás, tanto na Alemanha nazista, como no Brasil de 1964 ou neste de 2021, tudo se repete.
Na orelha do livro, algo mais para pensar e agir: “Agora que as testemunhas já morreram, tanto as vítimas como os algozes, resta a lembrança de suas palavras e seus rostos, os monumentos e os livros. Eu quis tecer os fios da grande história com os da pequena, até que emergisse um quadro do mundo de outrora, com suas porções de sombra e de luz, com suas vidas destruídas pela megalomania dos homens. (...) Na descoberta das conciliações de seu avô alemão com o regime nazista, Geraldine revela a responsabilidade dos Mitlaufer em uma ditadura: aqueles, tão numerosos, que se deixam levar pela corrente. (...) ...ela suscita uma questão crucial: fazer dos cidadãos vítimas da História em vez de responsabilizá-los não teria aberto caminho para o populismo e fragilizado nossas democracias?”.
Hoje, quando me deparo com tantos fingindo que nada de errado acontece aqui na Bauru da alcaide Suéllen Rosim, com o trogloditismo de uma rádio insana espalhando falácias conservadoras, com tanta gente abaixando a cabeça para as atrocidades bolsonaristas e mesmo doristas, isso tudo me veio à mente como um soco na boca do estomago. Somos todos não só cumplices, mas também coniventes com o descalabro, pois permanecendo quietos e indiferentes, contribuímos para que tudo tenha continuidade. Não falo dos que possuem pouca opção de discernimento, mas dos que poderiam fazer algo e se omitem, se locupletam e até participam do butim, trabalham para os algozes do povo como se nada estivesse em curso e acontecendo. Coragem é para poucos, estes sim os imprescindíveis. Hoje mesmo, ouço de um empresário desta cidade a frase maldita: “Que posso fazer?”. Eu faço a minha parte, ele como se vê não faz a dele e deixa o barco correr. Certeza que isso tudo vai dar merda.
QUANTO MAIS A ADMINISTRAÇÃO SUÉLLEN ESCONDE O JOGO, MAIS AUMENTA A SUSPEITA...Na coluna Entrelinhas do Jornal da Cidade tem prenúncio de algo suspeito no ar: "Não atendidos - Toda insatisfação foi exposta pelos membros da CEI. Estela Almagro relembrou as diversas vezes que reiterou os pedidos de documentos e o envio de documentação incompleta pela Prefeitura, entre outros pontos. Para ela, há uma ação deliberada para evitar que a CEI tenha acesso a certos papéis. Dos 33 pedidos de informação feitos desde agosto, 15 foram atendidos, alguns de forma incompleta, disse a relatora".
Diante dos fatos esse mafuento mor só tem uma pista a seguir. Quando a Prefeitura Municipal de Bauru se nega a informar corretamente o solicitado ou informa em drops, aos poucos, sempre faltando detalhes, na verdade, a pulga atrás da orelha só aumenta. Com a negativa na apresentação dessa documentação fica meio que explícito: porque sabem que a CEI vai enviar a coisa para o Ministério Público e daí, estarão no mato e sem cachorro. Esconder algo só aumenta a suspeita.
Suspeitas só crescendo, pois nessas planilhas que não enviam, talvez os registros das entradas vindas do Estado e da União, para o combate da crise aguda da Covid 19, lá atrás, que simplesmente, desapareceram sem deixar rastros. Seria esse o motivo de estarem escondendo o jogo? Se for, creio eu, a vereadora presidente da CEI vai intensificar a cobrança e não vai sossegar enquanto não conseguir ver tudinho. Enfim, qual seria alguma outra razão minimamente sensata para eles esconderem os registros, sentando em cima das papeladas? Seria isso mesmo, não entregam o solicitado por receio de algo mais ser descoberto? É o que veremos nos próximos capítulos. Este mafuento HPA está curioso para ssaber do conteúdo, pois quem esconde, deixa no ar ter gato nessa tuba.
Cole no seu status. (O texto não é meu, não sei quem escreveu. Mas esse assunto é meu, é seu, é nosso.
Muito certo. Tão certo", transcrito por Angela Zanirato, minha amiga professora de Paraguaçu Paulista.
O total a ser arrecadado é R$ 2.500,00 e até o momento faltam R$ 700,00 (setecentos reais). Conto com tudo, todas e todos. Vou ser chato por estes dias, cobrar, lembrar, pois comecei e queria ir até o fim. O valor mínimo da rifa é de R$ 20 reais, mas pela causa estamos aceitando valores de R$ 50, R$ 100 ou algo intermediário. Tudo está lá na cartela, bem demonstrado. A mana Helena Aquino coordena tudo e seu filho João Vitor de Aquino Oliveira disponibilizou seu Pix: 384 398 028 46. A Rose Barrenha fez as lindas peças de artesanato de premiação. Falta só a sua contribuição. Falta tão pouco. Vamos juntos?
VLADO NÃO PODE NUNCA SER ESQUECIDO - 46 ANOS
Vlado é o jornalista Vladimir Herzog e representa algo pelo qual devemos lutar para nunca mais existir violência de igual teor... Gente como o nosso capiroto presidente adoram violentar o ser humano que resiste e conhece seus direitos. Arte do amigo bauruense Gilberto Maringoni.
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