domingo, 22 de março de 2009

COLUNA NO JORNAL BOM DIA (13) e UMA ALFINETADA (52)

VISÃO DE FORA - Esse texto saiu publicado em ambos jornais, com pequenas alterações, em21/3
Busco sempre a leitura de opiniões de quem está de fora, observando com outros olhos o país e a cidade onde moro. Dessas impressões, feitas por quem não possui vínculo nenhum com o meu mundo, saem observações sempre muito valiosas.

Nas comemorações do sesquicentenário da Teoria da Evolução, de Charles Darwin, li trechos de relatos de viagem feita ao Brasil em 1832. Lá, algo contundente sobre o Brasil: “Não importa o tamanho das acusações contra um homem de posses, é seguro que em pouco tempo ele estará livre. (...) Ignorantes, covardes e indolentes ao extremo; hospitaleiros e bem-humorados enquanto isso não lhes causar problemas; temperados, vingativos, mas não explosivos”. Proféticas e precisas.

A Bauru vista por um forasteiro, o jornalista Carlinhos Oliveira, então consagrado colunista do JB carioca. Doente, passa uma temporada em 1971, numa fazenda em Lençóis Paulista. Circula por Bauru e no livro, “Diário Selvagem”, edição de 2005, o que sentiu das incursões:

“No Bauru Atlético Clube vi a sociedade local – velhos, adolescentes e crianças dos dois sexos, todos tremendamente feios e desgraciados. Aqui a única referência é dinheiro e nome de família; para alcançar a beleza esse povo deveria apresentar melhores condições físicas e espirituais. As crianças miseráveis estão em toda parte. Prostituição e mendicância. Os ricos me parecem roídos de remorsos, mas são todos por demais egoístas e mesquinhos. Uma sociedade porcina”. Forte e contundente, não?
OBS.: Esse texto sai dedicado ao ex-prefeito Tuga Angerami, que em seu discurso de despedida, quando da entrega do cargo para Rodrigo Agostinho, fez duras críticas à oligarquia bauruense, a uma elite que atravanca e resiste avanços sociais, que só pensa e age em benefício próprio.

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