DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (04)POETA LÁZARO CARNEIRO REFUGA “ACADEMIAS LITERÁRIAS”
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As Academias estão em evidência. Na Brasileira de
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Letras, a maior e de maior pompa, um se vai e recomeça a luta pela ‘ocupação’ do posto. Nesse quesito recomendo a leitura do livro do Jorge Amado, “Farda Fardão, Camisola de Dormir”. Na Alagoana de Letras, algo até normal, considerando que Fernandinho Collor de Mello é uma espécie de mandarim naquelas plagas. Ele está assumindo uma vaga, sem nenhum livro publicado, só discursos. Aqui em Bauru três novos imortais estão prestes a assumir cadeiras. Para que o assunto não passe em branco esse mafuá foi em busca de algo lá do fundo do baú, de um que refuga participar da nossa, a
Academia Bauruense de Letras. Trata-se do
poeta caipira nietzeriano Lázaro Carneiro, um que além de conseguir ler o que escrevo, dou o troco e faço questão de consultar com certa freqüência. É uma espécie de ‘Consultor para assuntos aleatórios’ desse mafuá. O também poeta Luiz Vitor Martinello, havia declinado de uma sondagem da mesma Academia, assim como Lázaro.
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Acabou abrindo um baú de recordações no domingo passado, quando estive em sua casa e antes
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de sofrermos com nosso incorrigível Coringão (levou quatro do Goiás), procurou até encontrar antigos artigos do Jornal da Cidade e do Diário de Bauru (“Que saudade do velho e bom DB”, me disse). Quando procurado pela reportagem sobre ser imortal, disse dos motivos pelos quais não gostaria de participar de Academia nenhuma. Comungo da mesma idéia. Sou avesso a Rotarys, Lions, Maçonaria, Clube dos Notáveis, ou qualquer outra coisa que lembre ‘Forças Vivas da Cidade’. Nossa luta é em outra trincheira. Os motivos estão expostos nos textos das fotos aqui publicadas e para vê-las ampliadas, cliquem em cima das mesmas. Um posicionamento altaneiro e coerente com a sua forma de
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pensar e agir. Ele não se mostra indiferente, nem agressivo com a Academia, somente externa sua opinião e os motivos porque acredita continuar mais útil do lado de cá, sem amarrações e cabrestos. Lázaro é um
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daqueles que resistem bravamente e faz parte da “Galeria dos que sobraram” (versão local), uns poucos que remam contra essa maré de redundância e inconveniências. Queremos um mundo diferente, com mais justiça e igualdade, só isso e só por causa disso, haja incompreensão. No texto do DB, ele que havia fundado em 1994, a Associação Bauruense de Cultura e Folclore, deixou a mesma fenecer, pois conciliar poesia e burocracia não combinavam. Hoje, aposentado, produz conforme as idéias despontam e me diz: "Nas quartas, nem sei o motivo, parece que a criatividade está mais aflorada". Portanto, nas quartas não passem por sua casa para não interromperem o processo criativo do matuto. Escolham outro dia para o cafezinho.
EM TEMPO: Hoje, 19h, na Jalovi dos Altos, o lançamento do livro "No princípio era o poder: Uma análise semiótica das paixões do Antigo Testamento", da pesquisadora bauruense Mariza Bianconcini Teixeira Mendes. Tema dos mais intigantes a provocar reações dos que aceitam a religião sem contestação. Entender que eventos apresentados pela Bíblia não ocorreram da forma como nos contam as Escrituras é algo mais do que normal. Lá está um versão e o que ela nos mostra é um outro lado. Comparar ambas versões antes de chutar o balde é algo mais do que recomendável. Lerei e ficará numa estante aqui mafuá, entre o "Anticristo", de Nietzsche (quase nunca acerto escrever essa sopinha de letras) e o "Evangelho..." do Saramago.
2 comentários:
Carissimo HPA! obrigado pela visita e pela postagem em seu blog,ficou ótimo.Estarei lá na jalovi hoje a noite prestigiando a Dra. Mariza ela e competente e corajosa.
um abraço.
LÁZARO CARNEIRO
Esse Lázaro é mesmo da pá virada. Adoro ler suas poesias lá no JC, principalmente quando fala sobre Cerrado. Fiquei mais fã dele.
Rosana
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