RETRATOS DE BAURU (66)
BARBA, O LOCUTOR DE MONGA E DOMADOR DE SERPENTES
Luiz Carlos Lockmann, 71 anos, o Barba, um senhor com uma imensa e grisalha barba, sempre vestindo roupas sociais, possui histórias mil e um passado cheio de aventuras, vividas dentro de espaços mambembes espalhados em circos, parques e praças públicas país afora. O visual é preservado ao longo dos anos e quem o conheceu no passado, dele não mais se esquece. Circulava pela cidade em carrões imensos, tipo Galaxys, que hoje são lembrados só pelas fotos. Lembranças também do tempo em que comandava o espetáculo da Monga, a Mulher Gorila e duas serpentes, sucuris da Amazônia, pesando 420 kls, tudo num ônibus, viajando e se apresentando nos mais inusitados espaços. O sobrenome Lockmann é uma mistura de italiano com alemão e as aventuras em sua vida começaram bem cedo, aos quinze anos quando foge de casa e cai no mundo. Não parou mais, ou melhor, hoje casado com uma pastora de igreja evangélica, não viaja mais e suas atividades resumem-se à revenda de ventiladores, caixas de som, LPs (nesse domingo tinha uma quantidade de japoneses, todos originais) e Fitas de Vídeo numa banca na Feira do Rolo. Vê-lo narrando a apresentação do espetáculo da Monga é algo para ser eternizado e registrado para a posteridade. Barba tem muito para contar, desde peripécias vividas na Praça da Sé aos confins desse país e isso não pode se perder (contato o amigo Tuba, do Programa Nota 10, para gravar algo significativo com ele, preservando isso tudo para a eternidade). Barba, mesmo sem saber, foi uma das pessoas que me fez viver intensamente os tempos de moleque. E na sua fisionomia está estampado não se arrepender de seu passado.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
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3 comentários:
Bela história!!! Belos personagens que fazem bela a mpssa história pessoal: compartilhar da riqueza cultural de nossa gente!
parabens!!
pela história e pela vida!
Henrique esse figura mora na rua de casa, o conheço desde que eu era pequeno, tem histórias mil, uma vez ele turbinou o Galaxy que tinha e toda vez que ligava o turbo explodia uma chama pela turbina e dava um pau danado naquele carro, nós da rua divertiamos muito com as engraçadas situações até que um dia pegaram o Galaxy num comando rs. Figuraça.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Amigo:
Como somos sensíveis...
É impressionante como os seus textos mexem comigo..., o mesmo modo de pensar, as lembranças, o reconhecimento e respeito pelos "esquecidos" , tudo isto vem à tona e chego realmente a me emocionar.
Fico completamente feliz em saber que existem pessoas que pensam e chegam a ser iguais a mim.
Você não vai acreditar, mas quando fui levar seu convite, minha funcionária - amiga Roseli desceu do carro e enquanto que eu fiquei ali parada olhando para o terreno na frente de sua casa imaginando:
- como será que foi a convivência desta família (no caso a sua) diante daquele terreno ?, pelo que percebo ele traz muitas recordações e me deparei hoje com uma grande coincidência de pensamentos...
Hoje, sobrecarregada de coisas a fazer, não consegui deixar que minhas lembranças ficassem em vão, e rapidamente um filme passa na minha cabeça... A MONGA... quanto medo eu tinha disto, mas como foi bom este tempo...para mim te confesso ...
ainda não sabia o verdadeiro segredo da transformação (quanta inocencia ainda tenho)...
Tenho que parar, com vontade de ficar horas em frente esta "m...", e aproveito para te dizer que em Março deste ano fomos ao Beto Carrero Word, o qual eu considerava uma porcaria, mas fiquei admirada com o que vi e entristecida em saber que ainda existem ignorantes que levam seus filhos para a Disney sem antes ao menos terem conhecido as belezas e encantos do nosso país e lá tem uma M O O O O O O N GA.
Beijos.
VALÉRIA
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