quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DO ERNESTO VARELA (05)

DUAS OU TRÊS COISINHAS RÁPIDAS
Estilo vapt-vupt, comento algo rápido, texto ao estilo de pequenos drops, saborosos e bons para prolongar a discussão:

1. Leio na capa do Estadão em 04/09, “Um em cada quatro professores se forma em faculdades ruins”. Junto isso com o que ouvi de um professor bauruense sobre uma imensa faculdade instalada aqui em Bauru, dessas que cobram pouco e estão borbulhando de alunos, sem grandes aprofundamentos educacionais. Ele me disse textualmente: “A sala de aula estava com 90 alunos e o diretor não estava satisfeito. Disse que sua meta era atingir uma sala com 150 alunos, do contrário ganharia menos”. Juntem no mesmo liquidificador a manchete do Estadão com esse pensamento filosófico e o resultado é a catástrofe educacional atual. E viva o grande shopping educacional privado nacional! Varela diante disse perguntaria: "Caro Diretor: E a Educação se encaixaria aonde nesse maravilhoso processo?"

2. Viajo mais que notícia ruim, o calo dói e o bolso vazio exige. Presencio coisas e coisas por esse mundão. Lá em Presidente Prudente uma pichação bem defronte a estação rodoviária me chama a atenção. Aqui em Bauru outra, nos mesmos moldes e talvez com a mesma caligrafia está num muro bem na esquina na rua Nóbile de Piero e Primeiro de Agosto. Que é isso? O pichador viaja tanto como eu e já produz trabalhos por encomendas. Seria isso? A briga das igrejas deu uma esfriada, mas isso aqui está me parecendo uma orquestração muito bem dirigida. A foto da esquerda é de Prudente e a da direita é a de Bauru. Varela questionaria alguém da TV suspeita: "O Sr tem certeza de que tudo isso está ocorrendo naturalmente e que as letras são só parecidas? Nada orquestrado?"

3. Um amigo próximo paga um leasing pelo HSBC e atrasou a parcela do seu carrinho, que ele denomina de “meu meio de locomoção”. A data do vencimento era 05/08, o valor da parcela de R$ 516,07 e ele só conseguiu pagá-la em 14/09, num total de 39 dias. Levou um susto, pois o valor cobrado foi de R$ 633,48, correspondendo a quase 23% do valor da parcela, nisso incluído todos aqueles embutidos que são acoplados nesses dolorosos momentos. Continua-se no Brasil a cobrança de um dos mais altos juros do mundo. Por essas e outras, tenho certeza de que o capitalismo é cruel, desumano e criminoso. Varela certamente sacaria essa a um banqueiro: "O que o sr acha da famosa frase de Lenin: O que é um roubo a bancos frente a um banco? Acha que lhe diz respeito?"

4. Não agüento a cara de pau dos integrantes de dois partidos brasileiros, o DEM (que para mim tem por significado real, meio que embutido, DEMÔNIOS) e o PSDB (reduto do tucanato, aqueles que são e afirmam não serem). Tendo como aliados a dita grande imprensa tupiniquim, vivem a achincalhar o Governo Federal, tudo visando estarem lá e reiniciarem a entrega do patrimônio nacional. De um deles, porém servindo para os dois, colo aqui um comentário retirado do blog de um considerado (http://www.butecodoedu.blogspot.com/): “O DEM, meus poucos mais fiéis leitores, essa excrescência política, esse lodaçal infecto em forma de partido político, não é citado aqui – NUNCA! – por razões de higiene, decência e apuro”. Faço dele as minhas palavras, extensivas também ao PSDB. Quando cito, corro logo lavar as mãos. Diante do presidente nacional do DEM, Varela não perderia a oportunidade: "DEM e Demônios. Faz sentido, não?"

5. Segunda, 20h, retorno ao Automóvel Clube de Bauru para o lançamento do livro do baiano Aléxis Góis (estudou jornalismo aqui na UNESP), “Roberto Pires, inventor de cinema”, uma biografia sobre esse pioneiro do cinema baiano, precursor até de Glauber Rocha. Assisti um curta-metragem “Artesão dos sonhos” e fiquei sabendo que um filme que assisti nos cinemas de Bauru nos anos 80 (no Vila Rica), o “Césio 137” é obra do revolucionário Roberto Pires. Muita gente boa reunida, dentre elas um feito inédito, o de Aléxis ter conseguido desentocar o matuto Lázaro Carneiro, que foi rever o estudante que freqüentou sua casa no passado. Por lá, o ex-secretário de Cultura Vinagre, o professor Fábio Negrão, a turma toda do PSOL, o staf do Cine Clube e uma falta já nem muita sentida e nem merecedora de comentários. A Cultura continua pulsando, mesmo alguns jogando contra. Varela diante dos atuais donos de cinema local: "Filme nacional desse tipo nem pensar, né? Afinal não possuem o tino comercial de suas salas, fogem do padrão, é isso? Ou tudo é só e tão somente grana?"

Queria falar mais, talvez do retorno de Duílio Duka para Bauru, do programa da rádio Unesp FM, “Opinião Debate” (apresentados por Nilma e Cláudia), do fechamento de duas locadoras, a Polivídeo e a Vídeo Cidade, do 5º Aniversário da Orquestra Municipal de Bauru (comemorado ontem – estive lá), mas falta espaço e a estrada me espera.

2 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE, a letra do muro lá de Presidente Prudente é a mesma do muro de Bauru e a distância é considerável. Que conclusão chegamos? O que estão querendo com isso? Quem está patrocinando isso? Fica fácil saber de onde veio, mas complicado chegar aos autores. Esse é o Brasil. Uns tentam desqualificar os outros, fazendo coisas que depois dizem tratar-se de uma reação popular, mas tudo foi arquitetado por eles mesmos. Grande descoberta.

Pascoal

Anônimo disse...

QUEM SERIA A FALTA JÁ NEM MUITO SENTIDA NO DIA DO LANÇAMENTO DO LIVRO? SERIA QUEM EU ESTOU PENSANDO, O QUE AÍ ESTÁ E QUE NUNCADEVERIA TER SAÍDO DE ONDE ESTAVA?

DUQUE