SAI NO BLOCO DA MERDA, NÃO FIZ XIXI NA RUA E PRATIQUEI A IRREVERÊNCIA COMO LEMA
Depois desse bloco, ainda tivemos folego para andar mais umas quadras e participar de outro, 15h30, o SIMPATIA É QUASE AMOR, criação de Aldir Blanc. Esse ficou famoso demais e estava cheio aos borbotões, com gente saindo pelo ladrão. Não sei mensurar quantidade de gente nas ruas, mas fomos literalmente espremidos. Vi Moacyr Luz cantar um dos sambas antigos do bloco em cima de um trio elétrico e em todo o carnaval de rua do Rio, duas coisas a destacar: nenhum bloco cobra nada, desfilar é grátis (diferente de Salvador, com os abadás caros e a folia entre cordas) e só marchinhas e sambas, nada de axé, pagodes e outros ritmos. Isso é carnaval. Além disso, algo mais, o povo realmente nas ruas, alegre, gente de todas as idades e muitos fantasiados, com uma esmerada preparação feita especialmente para a folia. Para mim, interiorano e caipira, fiquei tão abobado que perdi até celular e a namorada não se foi com a turba porque agarrei nela e não mais larguei. Fico muito feliz em saber que a festa está voltando com força total em Bauru (parabéns Elson Reis e equipe), mas que tudo tenha como espelho o carnaval daqui, o carioca, o verdadeiro, um que amo e não largo de jeito nenhum. Por aqui uma campanha até arrogante para que o folião na faça xixi na rua, mas vendo poucos banheiros públicos e muita cerveja na mão de todos, constato que em algum lugar esse líquido precisa ser despejado. Eu me contive, mas nos meus 50 anos, sofri um bocado, pois a incontinência bate à minha porta. Que isso meu, QUE MERDA É ESSA? Amanhã tem mais.
Daqui de muito longe de Bauru, exatos 750 km (contados no velocímetro na viagem de vinda), no balneário do Rio de Janeiro, pouco sei do carnaval do interior paulistano. Algo me é vazado via celular e pescado via internet: preparam algo parecido com a privatização da Saúde e até o DAE - Departamento de Água e Esgoto para depois dos festejos de Momo pelos lados de Bauru. "Que merda é essa?", é a pergunta que não quer calar e a estampa da camiseta que Ana Bia e eu compramos para desfilar no bloco que leva esse sugestivo nome pelas ruas de Ipanema no domingo à tarde, 14h. Bauru ferverá com isso, pois acompanhei a campanha do candidato Rodrigo e uma de suas bandeiras era exatamente o contrário, a da não privatização de nenhum serviço público. E o que diria os petistas empoleirados no governo de Rodrigo? Concordariam com isso? São respostas para depois da quarta feira de cinzas.
No domingo fiz questão de conhecer a irreverência desse bloco por um motivo muito simples: Não gosto desse negócio exacerbado de POLITICAMENTE CORRETO. Levar tudo ao pé da letra é um saco, ou melhor uma mala, das pesadas e sem alça. O mundo já está chato demais para se levar tudo com muita seriedade. Falei ontem aqui da polêmica que o lema do bloco causou, mas isso não repercute negativamente nas pessoas que vi lotando as ruas de Ipanema. A irreverência estava na fisionomia de cada um dos seus participantes. Além da camiseta, arrumei a letra (publicada abaixo) do samba desse ano e um aparador de cabeça com a fatídica frase "TODA CENSURA É BURRA". Fizemos a festa, percorrendo todo o trajeto e dentre tudo o que fui vendo e fotografando destaco algumas das frases coladas em mini-cartazes espalhados nas mãos dos foliões. Eis algumas: "COM UMA MULHER NA DIREÇÃO O BRASIL NÃO VAI ESTACIONAR", "SOU GORDO, POSSO EMAGRECER. E VOCÊ QUE PE FEIO?!", "FUMO MACONHA MAS NÃO TRAGO: QUEM TRAZ É UM AMIGO MEU"e a mais simpática de todas, fugindo em tudo do tal politicamente correto e empunhada garbosamente por uma casta senhora: "ME ATIREI NO PAU DO GATO".
Num leque distribuido a todos, a letra da marchinha que deu pano pra manga: "Depois de oito anos no poder/ O Bolsa-Escola vai servir pra alguma coisa/ Tô precisando completar o meu primário/ Tirei um livro empoeirado do armário/ Mas a história mudou.../ O Cravo e a Rosa não podem brigar/ "Nunca na história desse país"/ O Saci foi probido de fumar./ Tia Nastácia, sai da cozinha! Vem sambar!/ Pra ser destaque em Ipanema/ A Dona Benta acende o fogo em seu lugar./ Se eu disser.../ Que o Bambi é veado, eu vou pra prisão!/ A cara do boi ficou "negra"/ Pirlimpimpim virou produto do Alemão/ "Tô convencido" que estudar não leva a nada/ O meu negócio é tomar uma gelada./ Ô, Companheiro! Que merda é essa?/ É Carnaval e ninguém vai me censurar/ Vou atirar o pau no gato na folia/ E esse ano vou voltar a estudar". Tem algo de tão forte aí, a pegar pesado no preconceito? Talvez a citação das negras Nastácia e dona Benta, personagens do Monteiro, mas tudo embutido num todo, onde o negócio e mostrar que o "Rei está Nu", ou seja, existe gente que adora colocar pelo em ovo. Para esses, se quiserem discutir isso com mais profundidade (sic), aconselho me procurarem só algum tempo depois de terminado os festejos. Não me encham o saco por esses dias.
Depois desse bloco, ainda tivemos folego para andar mais umas quadras e participar de outro, 15h30, o SIMPATIA É QUASE AMOR, criação de Aldir Blanc. Esse ficou famoso demais e estava cheio aos borbotões, com gente saindo pelo ladrão. Não sei mensurar quantidade de gente nas ruas, mas fomos literalmente espremidos. Vi Moacyr Luz cantar um dos sambas antigos do bloco em cima de um trio elétrico e em todo o carnaval de rua do Rio, duas coisas a destacar: nenhum bloco cobra nada, desfilar é grátis (diferente de Salvador, com os abadás caros e a folia entre cordas) e só marchinhas e sambas, nada de axé, pagodes e outros ritmos. Isso é carnaval. Além disso, algo mais, o povo realmente nas ruas, alegre, gente de todas as idades e muitos fantasiados, com uma esmerada preparação feita especialmente para a folia. Para mim, interiorano e caipira, fiquei tão abobado que perdi até celular e a namorada não se foi com a turba porque agarrei nela e não mais larguei. Fico muito feliz em saber que a festa está voltando com força total em Bauru (parabéns Elson Reis e equipe), mas que tudo tenha como espelho o carnaval daqui, o carioca, o verdadeiro, um que amo e não largo de jeito nenhum. Por aqui uma campanha até arrogante para que o folião na faça xixi na rua, mas vendo poucos banheiros públicos e muita cerveja na mão de todos, constato que em algum lugar esse líquido precisa ser despejado. Eu me contive, mas nos meus 50 anos, sofri um bocado, pois a incontinência bate à minha porta. Que isso meu, QUE MERDA É ESSA? Amanhã tem mais.
Um comentário:
ADOREI.....
PARABÉNS , AMIGO, PELO QUE ESCREVEU...
É ISSO AÍ.
IRREVERÊNCIA É BOM QUASE SEMPRE....
BEIJÃO
MADÊ CORRÊA.
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