DUAS HISTÓRIAS, A DO SHIBLI DE BANGLADESH E A DESPEDIDA DE MALINI NUM CAIXÃO
2. Roberto Malini é diretor e ator de teatro na cidade de Bauru e sua especialidade as encenações envolvendo o gênero terror, com ligação umbilical ao mestre nesse ofício, Zé do Caixão. Já aprontou algumas pela cidade, sempre acompanhado de uma animada trupe caracterizada e com sangramentos artificiais espalhados corpo afora.
Tanto fez por aqui, que a cidade acabou ficando pequena demais para suas estrepulias e resolveu que irá embora, trabalhar e atuar na capital paulista. A despedida foi feita em grande pompa no dia de ontem na Praça Rui Barbosa, centro da cidade, por volta das 18h e da forma mais inusitada possível. Reuniu os seus, junto de alguns membros da Cultura, ligados ao MIS - Museu da Imagem e do Som (Jesus do Ferrovia para Todos e Guto Guedes, performáticos
por osmose estavam de dar medo), juntaram-se a Esso Maciel, que de posse de uma filmadora, registra agora tudo o que se passa na cidade (parece muito com o índio Juruna e seu inesquecível gravador a registrar as inverdades dos brancos) e armaram um clima de velório cult bem na frente na matriz da igreja católica, no horário em que os alto-falantes anunciavam ser 18h, hora da Ave Maria. Rodeou de gente curiosa e o féretro desceu a rua Gustavo Maciel até o MIS onde lá foi apresentado o seu último
trabalho, o curta metragem "ASFIXIA". Hoje, sábado, 16h30 ele ministra Oficina e amanhã, domingo, 12/03 às 19h30 mais curtas, exatamente quando a noite começa a cair sob os trilhos férreos da cidade e dizem os espíritos costumam se achegar junto aos que lá resolvam estar. Mais um bom motivo para a despedida do Malini e da esposa, sendo aguardado seu renascimento num grande centro. Por fim a constatação deste escrevinhador: faltam atividades desse tipo nas ruas Bauru, não só nas praças centrais, como nas da
periferia. Fica a dica para que isso continue a acontecer nas hostes culturais da cidade, comprovando algo lido na segunda, 07/03, no artigo semanal da professora Cleide Biancardi no BOM DIA, que não sei se foi escrito em tom de ironia, deboche ou pura demonstração de sensibilidade de sua parte quando afirmou: "Com os excelentes atores, diretores de teatro, dançarinos, músicos, artistas plásticos e artesãos
bauruenses, a Secretaria Municipal de Cultura poderá coordenar uma Virada Bauruense, como sugeriu o prefeito. E com uma vantagem, durante o evento poderá distribuir o famoso sanduíche bauru, com apoio dos beneméritos empresários da cidade". O fato é que acho que isso possa realmente acontecer, pois acredito na força amortecida da classe artística da cidade. Eles não podem é querer que tudo caia do céu, como essa chuva que não pára de nos castigar há mais de dez ininterruptos dias.
Em tempo: A encenação do grupo ligado ao Malini não é carnavalesca, mas podia muito bem ser, pois está mais do que inserida nesse contexto.
Em tempo: A encenação do grupo ligado ao Malini não é carnavalesca, mas podia muito bem ser, pois está mais do que inserida nesse contexto.
5 comentários:
Belíssimo texto!!!
abraços
GUTO GUEDES
Meu amigo
Esse Malini tem uma corzinha que não engana ninguém. Cara de defunto. É o próprio. Que horário ruima para ver seu filme.
Daniel Carbone
Adoro ver as artistas de Bauru nas ruas e praças. Pois que elas sejam ocupadas daqui por diante e para sempre. Vamos aprender como fazer isso com o pessoal do MST.
Regina
Malini é sem duvida um guerreiro, infelizmente ainda tem pouca gente, como ele, disposta a "pagar o mico" de ocupar as ruas de Bauru, seria ótimo ver mais artistas ocupando os espaços publicos. Mas quem sabe a virada cultural da um gas e disperta a massa artistica bauruence.
PS. o padre tambem era do MIS rs..
Caro padre Linguissa (sic):
Desculpe, mas a correção está feita. O MIS estava em peso no enterro do Malini. Espero reencontrá-los por aí em outras atividades.
Henrique - direto do mafuá
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