"ISSO EU NÃO VENDO DE JEITO NENHUM"
Marcos Paulo Casalechi Resende (fonte inesgotável de minhas histórias, ele daria um livro) é um pequeno comerciante de Bauru. Comunista, criou seu próprio negócio, pois as portas foram se fechando para empregos e com um discurso contra os desmandos, inclusive os trabalhistas, ninguém mais lhe arrumaria nada. Abriu uma loja de games, a Games & Comics e lá consegue sobreviver sem pedir ajuda a ninguém. As portas continuam abertas nem se sabe bem como. Resiste como pode. Abre por volta das 12h e antes das 19h foge dali, refugiando-se entre livros, pesquisas, filmes e leituras variadas, cada vez mais isolado e solitário.
Marcos Paulo Casalechi Resende (fonte inesgotável de minhas histórias, ele daria um livro) é um pequeno comerciante de Bauru. Comunista, criou seu próprio negócio, pois as portas foram se fechando para empregos e com um discurso contra os desmandos, inclusive os trabalhistas, ninguém mais lhe arrumaria nada. Abriu uma loja de games, a Games & Comics e lá consegue sobreviver sem pedir ajuda a ninguém. As portas continuam abertas nem se sabe bem como. Resiste como pode. Abre por volta das 12h e antes das 19h foge dali, refugiando-se entre livros, pesquisas, filmes e leituras variadas, cada vez mais isolado e solitário.
Dia desses algo novo a provar que o negócio capitalista não possui mesmo liga com sua linha de pensamento e ação. Saiu no mercado um novo Game e esse vende muito, principalmente por ser lançamento e estar respaldado com boa campanha publicitária. Marcos investe um considerável valor e compra uma boa quantidade dos jogos do CALL OF DUTZ – BLACK OPS. A mercadoria chega e ele começa a fazer bons negócios. Testa um e leva um susto. Na primeira fase do game o jogador está em Cuba e após enfrentar os defensores do regime castrista, para passar de fase precisa matar Fidel Castro.
Fica pasmo e recusa-se a revender o jogo, liga para a distribuidora e tem como resposta que devoluções só em caso de defeito. Não havendo outra saída, inutiliza um por um, joga tudo num saco e põe tudo no lixo. “Eu não sou apegado a dinheiro. Que se foda o lucro, não guardei nenhum nem para mostrar. O negócio é bem feito, bons gráficos, tudo de última geração, eu estou duro que só vendo. Entra gente aqui a toda hora perguntando do tal jogo, mas isso eu não vendo de jeito nenhum”, diz Marcos.
Procurando algo sobre o jogo na internet é muito fácil encontrar trailers e imagens do lançamento (Cliquem a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=RULv6HbgEjY ) . A história inicial é toda contada em inglês e logo na primeira cena, passada num bar em Havana, quando chegam dois soldados cubanos e batem numa pessoa, demonstrando uma opressão inexistente na Cuba de hoje. Aí um infiltrado, sempre norte-americano revolta-se com a situação e sai matando tudo o que encontra pela frente, chegando até o bunker de Fidel. Arrombam a porta, Fidel ainda se escuda numa mulher (outra coisa improvável, pois nunca faria isso), mas acaba trucidado pelas balas do justiceiro ianque. Pronto, passou de fase e recomeça a matança na seguinte.
“Isso está vendendo milhões de cópias mundo afora. Se eu tivesse 50 cópias na banca da loja, vendia tudo quase no mesmo dia. Imagine eu, comunista, admirador de Cuba e de Fidel vendendo um negócio desses, ainda por cima falseando a verdade. No jogo, que passa a ideologia atual do capital tentam fazer o que em mais de 50 anos o próprio governo norte-americano não conseguiu. Uma coisa baixa, covarde, mas a garotada adora, vem aqui falando que quer o jogo para matar o ditador. Fico desconsolado”, conclui.
Conversar com Marcos é antes de tudo receber uma aula de marxismo e teorias como a de Darwin, do qual é cada vez mais adepto e propagador. Do jogo e da situação atual do mundo, conclui com algo bastante incisivo: “Na era virtual não cabe mais espaço para o homem revolucionário. Estamos encurralados, pois o revolucionário não consegue mais viver no mundo com a predominância do pensamento atual. Ninguém mais lê nada, aceitam tudo de forma passiva, sem contestação”. Sem o jogo do momento o movimento caiu, mas ele resiste, prometendo ser mais criterioso nas próximas aquisições.
OBS FINAL: Marcos é merecedor da pecha de OS QUE SOBRARAM, pois resiste à sua maneira aos desmedidos avanços, na maioria das vezes predatória, da insana postura do neoliberalismo norte-americano, onde vale até a deslavada mentira para fazer impor seus intentos. Meu amigo sofre (sofremos todos) e resistimos todos, pelo menos os com alguma sensibilidade a defender a verdade factual. Enquanto isso, seu pai JOSÉ CLEMENTE RESENDE, que um dia já foi um dos melhores e mais vibrantes vereadores de Bauru, depois presidente do DAE, tendo passado por PPS, PSB, PDT, DEM, acaba voltando ao ninho do PPS sob as bençãos de Arnaldo Jardim, que assina sua ficha de filiação. Um não quer saber de política partidária, outro parece querer voltar. Coisas de família.
3 comentários:
vc fala muito desse cara, deixemos a hipocrisia de lado caro henrique, o sr já viu na vida comunista pobre? todos de bolsos cheios, menos por favor.
Menos como? Conheço um sim senhor, o Marcos Paulo.
Voce o conhece?
Eu sim e sei do que falo.
E tu quem é cara pálida?
Henrique - direto do mafuá
Marcão é comunista e isso, ou somente isso ainda causa arrepios em alguns. O diferencial é que ele é comunista de verdade, na acepção da palavra e não como os dentro dos partidos que levam esse nome hoje, mas fazem acordos com Deus e com o Diabo. Em Botucatu o PC do B está aliado ao PSDB. Netinho é comunista. Aldo rebelo trai tudo o que pregou até hoje e faz juras de amor a maior defensora do ruralismo dentro do Congresso. O PC do B aceita todos que quiserem ingressar no partido e tenha chances eleitorais. Só pensam nisso, estão igualzinhos a tudo o que combatiam. E quando vejo comunistas como esse Marcos, ainda com coragem de por a cara para bater, percebo que ainda existe uma luz no fim do túnel. E sou obrigado a ler comentários de religiosos, que professam algo que é comprovado, seguem os ditos de uma lenda, acreditam em mentiras inventadas pelo homem e possuem coragem, o a cara de pau de criticar os que ainda se mantém lúcidos e coerentes.
Viva Marcão. Que existam outros iguais a ele espalhados por mais lugares para nos devolver a coragem de lutar e apontar que mesmo nós, que ainda militamos estamos fraquejando dianbte do mal maior.
Fábio Lucas, de Jaú
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