UMA HISTÓRIA DE QUEM FOI ATÉ ONDE DEU E ACABOU ENCONTRANDO UM JEITO
O que sei e conto aqui é uma tragédia pessoal. Enis Orti é uma professora aposentada de Educação Física, passou dos setenta anos e após a morte de um irmão passou a residir sózinha em uma ampla residência ao lado de uma imensa igreja nas imediações do ribeirão e da linha férrea. Até pouco
tempo atrás seus problemas foram outros, cuidando da saúde do irmão. Hoje, aumentaram consideravelmente. Cansou de se deparar com viciados dentro do seu quintal e de armas na mão exigir grana viva para as necessidades imediatas que possuem. Da última vez, cercou a casa de tudo quanto é tipo de proteção, mas isso não impediu um mais esperto de driblar isso tudo e na cozinha de sua casa, de faca na mão, exigir
dela grana em espécie. Conseguiu inventar algo a desviar a atenção do intruso. Disse que a grana estava debaixo do tapete do carro, um velho fusca estacionado na garagem. Ao sairem na área, gritou até não mais poder e o cara escapuliu. Ela junto, pois não quer mais morar lá, pegou paúra do local. Só volta para sua casa acompanhada e durante o dia. Decidiu que irá morar com outro irmão em Mogi Mirim, mas antes disso precisava de um canto para permanecer pelo menos até o final de março.
Amiga de minha mãe veio repetir sua lamúria aqui em casa num d
omingo. Ela, frequentadora assídua como eu da Feira do Rolo, bate cartão todo domingo na Banca do Carioca, local de encontros varonis culturais e já foi retratada aqui num Retrato de Bauru, um dos primeiros. Triste era seu estado, juntei o útil ao agradável e achei um divinal canto para ela permanecer esse tempo que lhe resta em Bauru. Meu amigo Duílio Duka e sua digníssima companheira,
Rosana Zanni moram sós, com comôdos vazios na casa. Foi batata, ambos ao saberem da história, aceitaram de imediato a mais nova moradora. Ver a fisionomia de dona Enis nos últimos dias é algo para endoidecer gente sã. Faz doces diários para o casal, inventa receitas diferentes a cada dia (dias desses trouxe mandioca, Duka descascou e ela fez de um jeito que não sobrou - estava lá) e o velho e muito útil fusca roda agora a cidade por todos os lados. A situação lá de sua casa continua a mesma e pretende mesmo mudar de cidade (quer vender a casa e bater as asas), mas está vivendo uns dias no mundo da Lua e fico feliz, pois ajudei a proporcionar tudo isso a eles todos. É vida que segue. Uns conseguem, outros näo. Os de baixo do viaduto estáo cada vez mais num beco sem saída.
OBS.: Numa das fotos, ela e duas amigas de todos deste mafuá, Tatiana Calmon e Rose Barrenha. Em outra, ela com nariz de palhaço, remediando numa festa o momento vivido e a solução encontrada.
2 comentários:
Se essa mulher sofre isso por lá imagina todos os moradores o que estão a passar com a nova vizinhança. Como tratar isso?
Paulo Lima
Realmente complicado tudo isso. Temos que chamar a atenção das autoridades para que prestem mais cuidados aos proprietários das casas próximas a esse local, que não têm culpa desses probls sociais e querem sua tranquilidade de volta.
Conheço a Enis, pessoa íntegra,que por morar sozinha, se viu assustada com essa situação.
Pedimos providências prefeito !!!!!!!
Helena Aquino
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