Mafuá do HPA

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (21)

O LAMENTÁVEL NOROESTE DE HOJE E O DE ONTEM, REVIVIDO NUMA EXPOSIÇÃO NO SESC

Ontem, 12/03 estava pronto para dirigir 100 km até Lins e assistir ao jogo do Noroeste na 13ª rodada do Paulistão 2011, numa contenda de "vida ou morte" contra o Linense. Ambos horrorosos, cada um à sua maneira, mas o Noroeste é o time "de minha aldeia" e aprendi a amá-lo na "saúde e na doença, na alegria e na tristeza", como um eterno e indissolúvel casamento. É uma sina. Cumpro meu papel, torço desbragadamente e não deixo de comparecer ao Alfredão (como carinhosamente chamo o estádio). Somos uns mil abnegados, uma legião de malucos a resistir e bater cartão nos jogos, faça sol ou chuva, calor ou frio. Escapei do vexame de ontem, preferindo permanecer junto aos meus. Perdemos para nossa própria mediocridade e a seis rodadas do final do campeonato, estamos correndo o risco de voltar a uma velha e triste sina, a de "cai-cai". Esperança existe, afinal "é a última que morre" e cá estou fazendo as contas para escaparmos do rebaixamento. Duas partidas seguidas em casa, Ponte Preta e Grêmio Prudente. Lá estarei e veremos...

Ao invés de ir até Lins ontem fui ver uma exposição no SESC, a "BAURU FUTEBOL CLUBE", retratando um pouco da rica história futebolística vivida em Bauru. Ali a retratação de um todo, com muito sobre Pelé, algo sobre o BAC, mas muito, muito mesmo sobre o ESPORTE CLUBE NOROESTE, o maior propagador das coisas da bola bauruense país afora. Lá leio algo interessante: "O Pelé nasceu em Bauru e o Edson Arantes do Nascimento em Três Corações", palavras do próprio Pelé. Viajei mesmo nas histórias ali retratadas em lindos banners, recontando a história do glorioso vermelhinho, a também "Maquininha Vermelha". Fotografei os banners e um painel com fotos em variados tamanhos, com um recado em um dos quadros para todos os amantes do futebol e que possuam recordações dessa história em casa. Está lá escrito: "Traga sua foto e participe da exposição". Muitos já fizeram isso, trouxeram e elas foram escaneadas, devolvidas no ato e a cópia emoldurada e instalada na exposição. Dos títulos dos banners destaco: Família Arantes do Nascimento, Formando um Rei, Amigos do Rei, A Turma do Pelezinho, O Furacão da Copa, Pratas da Casa, Técnicos e Dirigentes. Muitas outras fotos, vídeos, com o futebol sendo entrelaçado com a história dessa cidade.

Por lá, estagiários acompanham nas informações, como as que recebi de Henrique Silva, atencioso e atento às novas informações. Um local para ver e falar muito de futebol bauruense. "Muitos ex-atletas, famílias desses passam por aqui e se emocionam com o que encontram", me diz o estagiário. Eu mesmo fui um desses, pois novamente reencontro uma foto de meu avô, JOSÉ PERAZZI, que jogou no Noroeste pouco depois de sua fundação. Na saída a grata surpresa em reencontrar a Diretora de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, a historiadora Neli Viotto, que me informa algo grandioso. "No final da exposição, tudo segue para São Paulo, Museu do Futebol. As instalações ficam por lá, mas os banners a retratar a cidade e o futebol daqui já foram cedidos para nós e voltam depois de alguns meses. Vamos pensar em fazer um circuito com o rico material", revela Neli.

Sai de lá emocionado e depois fui escutar o jogo na narração de Rafael Antonio, do Jornada Esportiva. Sofri e acredito que uma das coisas que poderia ser feita é levar todo o atual elenco do Noroeste para uma visita nessa exposição. Eles precisam entender um pouco do que é o Noroeste, do que representa isso e daí talvez botem como nós torcedores, "o coração na ponta da chuteira". Acredito numa reviravolta, critico duramente como tudo está sendo conduzido nos bastidores do clube e torço por dias melhores.

A exposição BAURU FUTEBOL CITY estará aberta somente até dia 27 de março de 2011 e para maiores informações digitem http://www.sescsp.org.br/