CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (40)
A “VIRADA” NÃO ACONTECIDA (algo mais) E A “REVIRADA” HOJE E AMANHÃ (algo menos)
A Virada Cultural, projeto do governo tucano para espalhar shows e eventos na capital paulista e cidades do interior não aportará mais em Bauru (no Rio acontece uma versão carioca nesse final de semana). O motivo é simples. O governo do estado é tucano, PSDB, Alckmista (antes Serrista, o que pouco difere no modo de agir e pensar), o líder desse partido no estado é o deputado estadual Pedro Tobias, domiciliado em Bauru desde que aqui aportou, mas a Prefeitura Municipal está nas mãos do PMDB, aliados do PT, inimigos dos tucanos. Esse imbróglio é mais sério do que possa imaginar nossa vã filosofia. Para mim, são tudo farinha do mesmo saco e vejo isso analisando os casos do enriquecimento do petista Pallocci e o descalabro dos desmandos financeiros dos apadrinhados do tucano Pedro Tobias no bauruense Hospital de Base. O que seria pior? Tudo do mesmo balaio, só mudando a sigla a abrigá-los e as pessoas em torno de um e de outro. Para atender a cidade de Botucatu, antes petista e hoje tucana, a Virada sai daqui e aporta lá. Isso é do conhecimento até das pedras do reino mineral. Eles, os “aspones” governamentais afirmam que está em pleno funcionamento um rodízio de cidades. Conversa para boi dormir. Em qual outra cidade ocorre o tal rodízio? Nenhuma outra. Millôr Fernandes, com seu refinado traço explica como se processam essas coisas na charge aí de cima.
Isso é uma coisa. Outra é o que escrevi no diário BOM DIA, artigo “Vira, vira, virou...”, publicado em 26/02/2011 e reproduzido aqui a seguir, quando demonstrei minha ira aos poucos que poderiam fazer algo pela permanência da Virada aqui em Bauru e nada fizeram. Citei nomes. A demissionária secretaria da Cultura municipal, Janira Fainer Bastos já era carta fora do baralho e nada mais podia fazer, mas a bauruense Janaina Fainer Bastos, filha da primeira, sim. E digo os motivos. Ela ainda é a Coordenadora da Virada Cultural no interior paulista, bauruense da gema, com sobrenome de pompa e cargo idem. Qual a defesa que fez para que a Virada aqui permanecesse? Não vi, li ou ouvi nada dela nesse sentido. Deve ter recebido calada as determinações vindas dos altos escalões sobre a decisão tomada e não moveu palha para tentar demover os insensíveis políticos tucanos, que misturam política com perseguições à adversários de outra legenda. Faltou o que a elite branca dessa cidade chama de “bauruismo”? Eu defendo uma Bauru, essa elite outra, mas em alguns pontos pode até existir uma vaga confluência de interesses. Tem um ditado dos mais antigos que afirma que “quem tem __ tem medo”. Não seria esse o caso? Por que ela teria interesse em envolver seu cargo, uma carreira promissora para defender sua cidade natal, num negócio de dois dias, deixando uma mácula sua junto aos capôs partidários? Ficou quieta e assim como todos envolvidos na questão, insiste em repetir o que ficou decidido pela cúpula: “Trata-se de um rodízio”.
Gosto das pessoas arrojadas, corajosas a extremo, daqueles que colocam o próprio emprego em risco, mas defendem com unhas e dentes sua linha de pensamento. Um desses, TARSO DE CASTRO, um jornalista falecido 20 anos atrás (completados essa semana), bufava com quem fosse, mas não arredava pé de suas convicções e defendia seu Rio Grande (brizolista até a morte) onde estivesse. Outro, FAUSTO WOLFF, também gaúcho e falecido, comprou batalhas homéricas durante sua vida (inclusive na defesa de sua "aldeia"), mas não engolia calado os desaforos recebidos. Enfrentava-os todos, perdendo vários bons empregos ao longo da vida. Mas tem aqueles que não colocam em risco a posição alcançada e ainda interpelam os que colocam o dedo na ferida. Eu coloco e continuarei a colocar, custe o que custar. Não sou o dono da verdade e nem falso moralista, muito menos piegas, mas estou pronto a discutir ética e onde quer que seja, com quem quer que seja. Ainda mais quando puder expor um pouco da mediocridade reinando dentro das hostes de um governo a nos impor, por longos 18 anos, o cabresto político e o emburrecimento das massas?
Da Revirada bauruense, publico aqui o cartaz e lá estarei. Das pessoas que nada fizeram para que a Virada continuasse acontecendo aqui em Bauru, estou pronto para interpelações, questionamentos e até, se preciso for, de na frente de um juiz escancarar o que penso disso tudo. Lenine (o cantor e compositor, não o da Revolução Russa) tem uma música maravilhosa sobre os nossos medos. Chama-se “Miedo”, dele, do Pedro Guerra e Rodney Assis. Cliquem a seguir e a ouçam: http://www.youtube.com/watch?v=hN6trhQkz7w&feature=fvst Muitos podem ter medo de assumirem posições perigosas, medo de perder empregos, cargos, carreira em jogo, mas eu já passei dessa fase e estou pronto para o que der e vier. E alguns artistas da cidade (não seriam arteiros?) já querem me acompanhar no que possa me acontecer.
E vamos para a Revirada Caipira. Baterei muitas palmas para os artistas locais e a coragem de tentar esse algo novo. Seria ótimo se o prefeito perdesse um pouco do seu “medo” e declarasse os reais motivos, conhecidos de todos nós, da Virada não ter continuado acontecendo aqui. Falta só isso.
sábado, 21 de maio de 2011
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4 comentários:
Henrique
Na m´suica que vc indicou, tirei algo da letra sobre nossos medos, que talvez sejam o das pessoas citadas no seu texto:
O MEDO É A MEDIDA DA INDECISÃO...
MEDO DE PERDER A VEZ...
O MEDO É UMA CASA ONDE NINGUÉM VAI...
Que musicão, hem, não conhecia.
Uma estocada nos cagões.
Valerinha
Caro Henrique, concordo ao máximo com tuas palavras e um pouco mais ainda ser os Palloccis do PT e os Tobias do PSDB todos farinha do mesmo saco. Padecemos do mal crônico da falta de caráter e moral dos nossos dirigentes. Em qualquer esfera pública nossos mandatários ou são uns palhaços bundas-moles inocentes úteis(?), ou são uns coronéis dissimulados e sanguinários que bem sabem o que fazem. Estamos a deriva entre Tiriricas e Sarneys.
Henrique
Mas quem disse que esse pessoal possui linha de pensamento de transformar alguma coisa. Poucos são os lunáticos ainda a pensarem nisso. O negócio hoje é fazer bonitinho para manter um emprego rentável e ficar quietinho para que nada coloque isso em risco. Pessoas como o Tarso e o Wolff são raridades, dinossauros em extinção. Já não estariam extintos?
Paulo Lima
Henrique
Essa eu retirei da colna Bastidores do BOM DIA, escrita pelo Bruno Mestrinelli:
Virada
Questionado se, no ano que vem, Bauru receberá a uma nova edição da Virada Cultural Paulista, Rodrigo Agostinho respondeu na lata: “Pergunte para o [deputado do PSDB] Pedro Tobias”. E aí, deputado, vai ter?
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Tá mais do que claro o que o prefeito acha da não realização da Virada esse ano em Bauru. Não precisa dizer mais nada. Ele assume aqui que a culpa foi e é do PSDB do senhor Pedro Tobias.
André Ramos
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